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Acerte no piso cerâmico

Para ajudá-lo na compra desse acabamento multiúso, respondemos a nove questões essenciais e selecionamos 31 produtos entre R$ 10,90 e R$ 49,90 por m²

Por Rodolfo S. Filho Reportagem visual Simone Monteiro Fotos: Marcos Lima
Atualizado em 16 fev 2024, 11h17 - Publicado em 3 mar 2011, 17h24

Quando bem escolhidos e assentados, a cerâmica e o porcelanato duram décadas. Some-se a isso o crescente capricho em seu visual e entende-se por que estão deixando de se limitar às áreas molhadas para marcar presença em outros territórios. “Uma tendência é usar o mesmo material em todos os ambientes, mas com diferentes acabamentos – acetinado em quartos e salas e natural nos outros espaços,” diz Oslaine Bandeira, do setor de produtos do fabricante Cecrisa. A preferência nacional é por superfícies claras, que iluminam e são mais fáceis de combinar ao substituir os móveis, mas as colorações escuras avançam. “Há modelos que imitam tecidos, pedras e madeiras. E eles têm resistência maior e preço menor”, afirma Fábio Schmieder Torres, analista de marketing da revendedora Recesa. Conheça também alguns modelos modernos de ladrilhos hidráulicos.

 

1. Quais as principais diferenças entre esses produtos?

 

“A cerâmica é produzida com argila. Já o porcelanato leva feldspato e quartzo prensados, se assemelhando a uma pedra”, explica Fábio Schmieder Torres, da Recesa. O porcelanato é queimado a temperaturas mais altas e prensado com maior carga. Por tudo isso, é menos poroso, absorve menos água e tem maior resistência.

2. Como escolher o piso correto?

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Pense no tipo de ambiente, considerando a circulação de pessoas, a necessidade de limpeza, a segurança e a presença de água ou areia. “Não existe uma opção para todas as situações”, diz Ana Paula Menegazzo, engenheira de materiais e supervisora do Centro Cerâmico do Brasil (CCB). Superfícies mais ásperas, como a do porcelanato sem polimento, mostram menos os riscos e são indicadas para a entrada da casa e para lugares onde se anda de sapato.

3. O que significam PEI, coeficiente de atrito e porosidade?

 

São termos que descrevem as características dos revestimentos e suas aplicações. O PEI (Porcelain Enamel Institute) é uma unidade de medida que revela a resistência ao desgaste nas peças esmaltadas e vai de 0 a 5. “Quanto maior o tráfego, maior deve ser o PEI”, ensina Ana Paula. Coeficiente de atrito é um indicador da resistência à derrapagem (de 0 a 1). Porosidade indica o quanto a peça absorve de água: porcelanatos sem esmalte têm absorção menor ou igual a 0,1% e esmaltados menor ou igual a 0,5%. Já a cerâmica fica entre 6% e 10%. O PEI e o coeficiente de atrito devem aparecer na embalagem.

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4. Esse tipo de produto tem algum certificado?

 

O CCB fornece um selo que garante a qualidade de pastilhas, placas cerâmicas e porcelanatos nacionais. “Testamos a absorção da água, o PEI, a resistência à ruptura, a resistência a manchas e a produtos químicos, a expansão por umidade, a regularidade da espessura, do revestimento e do formato”, explica Ana Paula. Mas isso não significa que apenas os produtos com selo são bons: a certificação é voluntária.

5. Quais as dicas para definir o piso das áreas molhadas?

 

Inicie pelo coeficiente de atrito. “Em ambientes molhados e externos, o índice deve ser igual ou superior a 0,4”, ressalta Cássio Vanderlind, do fabricante Eliane, frisando que não é recomendado usar pisos cerâmicos e de porcelanato em áreas inclinadas – eles tendem a provocar escorregões. Ao avaliar as cerâmicas, repare na regularidade do esmalte: uma cobertura malfeita pode deixar a água infiltrar e, com o tempo, levar ao descolamento da placa.

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6. Em um ambiente pequeno, que tamanho de piso é melhor?

 

Não há regra, mas o habitual é usar peças menores em espaços compactos, pois elas oferecem a sensação de amplitude. “Quando são utilizadas placas grandes, a perda de material pode ser maior dependendo das medidas e da planta do espaço. Em compensação, o piso fica praticamente sem rejunte”, lembra Christianne Ferreira, da fabricante Portobello.

7. Fica bom ter piso de porcelanato ou de cerâmica nas áreas sociais? Quais as vantagens e as desvantagens?

 

Não há restrição técnica a esses revestimentos em salas e quartos. Do ponto de vista estético, prefira as placas grandes e que lembrem madeira, tecido ou pedras. “A principal vantagem do porcelanato em relação à cerâmica é sua resistência superior”, diz Fábio Schmieder Torres, da Recesa.

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8. Como eu calculo a quantidade necessária, já que a cerâmica é vendida por caixa e não por m²?

 

A caixa traz impressa a quantidade de m² contidos ali. Para saber o número de caixas de que vai precisar, divida a área do ambiente pela metragem informada na caixa e arredonde o resultado para cima. Exemplo: 40 m² ÷ 1,80 m² = 22,22 caixas ou 23 caixas. Pergunte ao seu instalador sobre a porcentagem de perda provocada pelos cortes e acrescente essa estimativa à compra. “Duas fornadas de cerâmica nunca são exatamente iguais”, alerta Cássio Vanderlind, da Eliane. Por isso, ele recomenda uma sobra equivalente a 10% da área para reparos futuros.

9. Como se instalam os pisos de cerâmica? Que tipo de rejunte devo usar?

 

“As cerâmicas de hoje têm o verso mais liso que o das antigas, por isso a adesão não é tão boa quando se usa argamassa preparada na obra”, explica Ana Paula Menegazzo, do CCB. Ela recomenda que o assentamento seja feito com argamassas colantes industrializadas, que aderem melhor. Siga as indicações na embalagem do revestimento, obedeça à largura mínima prevista para o rejunte, observe se o substrato está bem regularizado e se não existem infiltrações. Áreas molhadas e de difícil limpeza pedem rejunte epóxi, que é mais liso, impermeável e dificulta a proliferação de fungos

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