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9 perguntas e respostas sobre cerâmicas e porcelanatos

Se você está em dúvidas sobre qual destes revestimentos escolher, leia as informações a seguir e inspire-se em cinco ambientes. 

Por Por Danilo Costa, Edson G. Medeiros, Eliana Medina, Joana L. Baracuhy, Roberta Akan e Michelle Grein (assistente) Fotos: André Fortes (produtos)
Atualizado em 19 dez 2022, 21h19 - Publicado em 19 mar 2010, 12h35

NA HORA DA COMPRA

– Qual a diferença entre porcelana e porcelanato?

A cerâmica tradicional é composta de uma mistura de argilas que passa pelos processos de prensagem ou de extrusão e é queimada a até 1 150 0 C. Depois da prensa, as placas são secas e podem receber esmalte (decoração). Se elas forem extrudadas a vácuo, retira-se o excesso de umidade da massa, facilitando a criação de formas diferenciadas. Já o porcelanato tem materiais mais nobres (como o feldspato), queimados a temperaturas superiores a 1 200 0 C. Ele é tecnicamente superior, pois oferece elevada resistência mecânica, química e baixa porosidade (menos suscetível a manchas).

– Que tipos de porcelanato existem?

O técnico (com superfície polida ou natural) tem absorção de água menor ou igual a 0,1%. No esmaltado, esse índice é menor ou igual a 0,5%. Quanto mais baixo for o número, menor a porosidade e maior a resistência mecânica e à abrasão. Esse é o caso dos técnicos, divididos em dois grupos. “Nos semipolidos, ou acetinados, o processo não chega ao polimento completo, portanto não há brilho”, explica Lilian Lima Dias, do Centro Cerâmico do Brasil (CCB). Já os polidos trazem um brilho que oferece a sensação de amplitude, mas são mais escorregadios. Esse tipo tem maior suscetibilidade a manchas se comparado aos anteriores. “Em sua superfície pode existir microporosidade, que surge pela ação do polimento”, diz Eduardo Quinteiro, do CCB. Se a ideia for comprar uma peça rústica, tanto os técnicos quanto os esmaltados dispõem desse acabamento. “Ele oferece maior resistência ao escorregamento, mas dificulta a limpeza”, alerta Ana Paula Menegazzo, do CCB.

– O que usar em cozinhas e banheiros?

Primeiro, é preciso saber o significado de coeficiente de atrito (marcado na embalagem), que mede a resistência ao escorregamento. Quanto maior ele for, mais rugoso é o revestimento. Em locais internos sujeitos ao contato com água, a norma brasileira recomenda coeficiente de atrito igual ou maior que 0,4. Em áreas externas molhadas com rampa, prefira cerâmicas com coeficiente de atrito superior a 0,8.

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– Como eleger uma peça durável?

Para que cerâmicas ou porcelanatos sejam duráveis, a escolha tem de ser adequada às solicitações de uso do local. “A especificação correta está relacionada a propriedades como absorção de água, resistência a cargas, entre outras”, esclarece Ana Paula, do CCB. Associa-se erroneamente a qualidade do produto com a resistência à abrasão do esmalte (PEI). “Ele não garante a durabilidade da peça, mas pode ser um recurso para a especificação correta com relação ao tráfego de pessoas”, diz ela. Em salas e cozinhas de alto tráfego, eleja PEI igual ou maior que 4. Num banheiro, com trânsito baixo de pessoas, basta PEI igual ou maior que 2.

INSTALAÇÃO SEM ERRO

– Como preparar o contrapiso e a impermeabilização?

Cerâmicas e porcelanatos exigem contrapiso nivelado. Quanto maior o formato da placa, mais atenção ao nivelamento da base. Em geral, a massa deve ter traço de 3:1 (três partes de areia e uma de cimento) para ficar com uma consistência média, nem pastosa nem arenosa. No caso de retirada de revestimento antigo, faça a regularização com areia, cimento e adesivo para chapisco Bianco (Otto Baumgart). Segundo André Moral, a impermeabilização do contrapiso é fundamental em todos os locais com água em abundância. “Caso contrário, os revestimentos terão absorção suficiente para gerar infiltrações”, diz ele.

– O que usar para assentar e rejuntar as peças?

Na hora de escolher as argamassas, é indispensável seguir as recomendações do fabricante. André costuma adotar a argamassa AC III. “Aplico em todas as situações, mas, por ter uma colagem mais forte, ela é a mais recomendada em caso de formatos grandes”, explica. Para o rejunte, eleja produtos impermeáveis e antifúngicos, especialmente em áreas como o banheiro. “As versões epóxi são sempre bem-vindas, pois não são porosas e não encardem”, sugere o arquiteto Benedito Toledo Jr., de São Paulo.

– Quem indica o instalador?

Arquitetos e engenheiros que usam cerâmica conhecem instaladores experientes. “Se houver problema de execução, o primeiro responsável é o profissional que comandou a obra”, avisa o engenheiro paulista Marcos Penteado. Alguns revendedores indicam colocadores especializados. “A vantagem é que essas empresas acabam se responsabilizando de alguma forma pelo trabalho malfeito”, completa ele.

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COMBINAÇÃO NOTA 10

– Como paginar o piso? O que está na moda? Tudo depende do gosto do morador e do projeto, que considera a paginação mais adequada. Onde se quer unidade visual, valem as placas retificadas, de grandes formatos. “Elas estão em alta, especialmente quando trazem um visual que se aproxima de elementos da natureza, como o mármore”, afirma o arquiteto Giovani Bonetti, de Florianópolis. Ao assentar placas na diagonal, perdem-se 15% das peças, enquanto na colocação tradicional perdem-se 10%. “Antes de optar por faixas ou tozetos, tenha a decoração bem definida”, sugere o arquiteto Marlon Gama, de Salvador. “A tendência sempre segue a simplicidade, por isso eu prefiro a paginação reta e sem rebuscamento”, acrescenta ele. Partindo desse princípio, pode-se trabalhar melhor a mistura de materiais. “Cerâmica com madeira é uma composição certeira”, indica Marlon.

– Fica bom colocar peças esmaltadas perto de polidas?

O contraste pode ser interessante e não há nada que impeça o uso. “Se os revestimentos tiverem a mesma cor e o mesmo tamanho, podem ser paginados juntos, independentemente das texturas”, opina Marlon Gama. Sobre a composição de piso e parede, não é obrigatório tudo casado. “Antes, havia a preocupação de o rejunte do piso ser contínuo ao da parede. Hoje, especialmente com a retificação, isso não se faz necessário”, comenta Christiane Alves Ferreira, coordenadora de marketing e produto da Portobello, de Tijucas, SC.

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