Continua após publicidade

27 respostas para quem está construindo e reformando

Instalações elétricas, hidráulicas, pisos e pinturas vão ficar fáceis de entender despois deste pergunta-resposta

Por Reportagem João Varella | Design e ilustrações Renata Rise
Atualizado em 19 jan 2017, 13h33 - Publicado em 10 jul 2012, 21h34

Ir ao home center no fim de semana requer tempo. Além da sensação de formigueiro em razão dos corredores lotados, as opções de cada setor são inúmeras. Nesse vasto mundo, imperam as dúvidas na hora de escolher, como pudemos identificar nas visitas que fizemos a três grandes lojas de São Paulo. A intenção da reportagem era identificar as questões mais comuns dos clientes (e dar as respostas). Ouvimos 35 prestativos vendedores. Após entrevistas com especialistas em cada tema, percebemos que, apesar do bom atendimento, não dá para contar só com a informação obtida no balcão. Consulte fabricantes, arquitetos e engenheiros sobre cada questão. A enquete não seguiu critérios científicos, mas serve de alerta até para quem vai comprar um chuveiro.

Não erre nos materiais básicos

 

Qual é a argamassa correta

“Cada situação exige uma versão específica, que considera o revestimento e o local onde ele será assentado”, ensina Eduardo Porciuncula, gerente de desenvolvimento e inovação da Votorantim cimentos, de são Paulo. Existem quatro variedades: AC I, para espaços internos e placas cerâmicas; AC II, para superfícies externas e internas, resiste a vento, umidade e variações de temperatura; AC III, semelhante às duas anteriores, mas com maior aderência; e AC IIE, igual à AC III, porém mais indicada para locais com vento constante e alta temperatura. “É muito comum o pedreiro ignorar as instruções do fabricante e misturar argamassas. Isso faz com que o produto perca efciência e, a médio prazo, que as peças se soltem”, alerta Fanny Sbracci, gerente de produtos da Weber saint-Gobain, de são Paulo.

 

Qual o rendimento da argamassa?

Continua após a publicidade

Depende da espessura da aplicação, do tipo e do tamanho do revestimento. “Nas peças com mais de 60 x 60 cm, o produto é passado no contrapiso e no verso da placa [dupla colagem]. Nesse caso, o rendimento é menor”, explica Fanny. Ela recomenda o seguinte cálculo, testado pela empresa: em peças de 30 x 30 cm = 4 kg de argamassa por m² (camada única com desempenadeira) e acima de 30 x 30 cm = 7,5 kg por m² (dupla camada com desempenadeira). As argamassas fluidas ou roladas, que permitem a aplicação com rolo de textura, possuem maior rendimento porque são mais aditivadas e, por isso, aceitam uma espessura menor. “Esse tipo possui secagem rápida, não faz poeira e permite espessuras finas que facilitam o trabalho de sobreposição sem a necessidade de ajustar portas e rodapés”, destaca Fanny. É sempre aplicado com dupla colagem, portanto o tamanho da peça não influencia o rendimento. O fabricante sugere o seguinte cálculo para todas as placas: 4 kg por m2 de revestimento (com desempenadeira) e 3 kg por m2 (com rolo de textura).

 

Qual é a diferença entre o rejunte flexível e o resignado?

Uma confusão que se faz é dizer que o resinado tem acabamento melhor e seria mais fácil de limpar. Isso está incorreto, conforme as explicações do engenheiro Roberto Massuru Watanabe, de São Paulo. Recomendado para revestimentos que apresentam baixa absorção de água, como mármores e granitos, o rejunte resinado reúne composto de cimento, areia e pigmentos. Ele é dividido por tipos: flexibilidade, impermeabilidade, compressão, tração, desgaste ou abrasão, altas temperaturas, resistência ao vapor e a micro-organismos – cada um oferece um uso específico. Já o rejunte flexível (algumas marcas o chamam de rejunte para porcelanato) leva agregados mais fnos e maior quantidade de resina. Usado em cerâmicas, é indicado para locais que sofrem dilatação e retração devido à incidência dos raios solares. “Em pisos rústicos, a opção escolhida precisa acompanhar a aspereza do material e por isso leva areia mais grossa na fabricação, o rejunte resinado. Para revestimentos nobres, a exemplo do porcelanato, o produto deve ser mais fino, portanto passa-se o rejunte em moendas mais finas, que é o caso do flexível”, resume Roberto.

 

Como faço para calcular a quantidade de telhas?

Continua após a publicidade

O tamanho das peças – de cerâmica, concreto ou metal – varia de acordo com a marca. Para fazer o cálculo, vale atentar para o rendimento por metro quadrado do modelo escolhido, informação fornecida pelo fabricante. “A inclinação e a dimensão do beiral também influenciam a quantidade de telhas a serem utilizadas”, aponta Luiz Fernando Marchi Jr., engenheiro e sócio da Top Telha, de São Paulo. Por exemplo, para um telhado com área de 120 m² e inclinação de 35%, serão necessárias 1716 telhas do modelo Mediterrânea M14, que rende 13,5 unidades por m². Lembre-se de prever uma sobra, necessária para recortes e para repor possíveis quebras durante a instalação, o transporte e o manuseio na obra. Guilherme Kaspar, gerente de qualidade da Vasatex, empresa paulista que trabalha com modelos de cerâmica, recomenda acrescentar 5% a mais na hora da compra.

Tudo o que você precisa sabre sobre a parte elétrica e hidráulica de sua casa

 

O que é um interruptor paralelo?

Um vendedor explicou corretamente: é aquele usado para acender uma lâmpada num lugar e desligá-la em outro. Dois interruptores comandam a mesma lâmpada.

Continua após a publicidade

 

Qual a espessura ideal do fio do chuveiro?

“Se a potência do chuveiro for de 7 mil w ou mais, ele precisa ter 6 mm. Para menos que isso, basta o de 4 mm”, disse uma vendedora. Segundo acrescenta o engenheiro paulista Marcelo Libeskind, a distância entre o chuveiro e o quadro de força e seu respectivo disjuntor também influi nessa conta – quanto mais longe, mais espesso ele precisa ser. Antes da instalação, leve essas informações ao departamento técnico da marca do chuveiro ou da loja. É obrigatório seguir a norma técnica NBR 5 410.

 

O que é curva, joelho e cutuvelo?

Continua após a publicidade

Joelho (ou cotovelo) e curva são peças que desviam a direção de uma tubulação. “A curva, mais suave, quase sempre destina-se a tubulações elétricas, em que é preciso passar os cabos com facilidade”, orienta Marcelo. Os joelhos e cotovelos, para redes hidráulicas, têm 45 ou 90 graus e vértices bem definidos.

 

Todos os registros de banheiro são iguais?

Não. Há os de pressão (para chuveiro, bidê), que trazem uma peça de borracha, o courinho. “Ao virar a torneira – o registro –, uma rosca empurra esse anel contra uma parede e estrangula o fluxo”, diz Marcelo. E há os de gaveta, de uso esporádico, que cortam a entrada de água em caso de manutenção. o uso de um não dispensa o outro.

Acerte no piso ideal para sua casa

Continua após a publicidade

 

Qual o espaçamento correto entre as placas de porcelanato?

Entre uma placa e outra, preenche-se o espaço com juntas de dilatação – próprias para dissipar tensões vindas da base e/ou das próprias peças. Essa distância leva em conta as características de cada revestimento. no caso de modelos com borda plana ou arredondada, é preciso maior espaçamento. “Varia de 3 a 8 mm”, afirma o arquiteto Marcelo Nazari, sócio da Step Revestimentos, de São Paulo. Já os retificados passam por uma máquina que proporciona medidas mais exatas, possibilitando o assentamento com junta menor. “Aqui, ela pode ser de até 2 mm”, completa o profissional.

 

Pode-se pôr piso na parede? E dá para assentar revestimento de parede no piso?

 “Sim. A única diferença é que você não vai caminhar nela”, disse gracejando um vendedor. Christiane Ferreira, coordenadora de produtos da Portobello, lembra que será necessário usar argamassa colante apropriada para o assentamento na parede. Já o contrário, usar revestimento de parede no piso, não é possível, porque o material não tem esmaltação suficiente para aguentar o tráfego de pessoas.

 

É possível colocar piso vinílico ou laminado sobre piso cerâmico?

Sim, mas não diretamente. Como é flexível, o vinílico precisa de uma base regular, o que não acontece numa cerâmica devido ao rejunte. “Para nivelar a superfície, indicamos uma massa de regularização, feita com cimento, cola e água. Após a secagem, cola-se o vinílico nessa superfície, e o ambiente pode ser liberado para o uso na hora”, explica Bianca Tognollo, gerente de assistência técnica da Tarkett Fademac. Acústico, o piso vinílico não requer manta. Já o laminado, de acordo com Glauco dos Reis Duran, chefe de assistência técnica da Durafoor, precisa desse acessório para corrigir variações de nível no contrapiso, seja ele madeira, cimento, vinílico ou cerâmico (desde que não haja imperfeições acima de 3 mm). Cozinhas e banheiros exigem atenção especial: pisos laminados não podem ficar em áreas molhadas – e nem todo vinílico é indicado para esses ambientes.

 

O que é PEI4 e PEI5? Qual é o melhor tipo de piso para o banheiro?

O PEI sigla em inglês para Instituto de Esmalte para Porcelana, representa a resistência do esmalte ao atrito numa escala de 0 a 5. Quanto maior esse número, maior a resistência, característica que define o tráfego permitido no ambiente. o valor mínimo (0) classifica peças para paredes, enquanto o máximo (5) suporta altíssimo trânsito, como o de garagens. Modelos não esmaltados têm esse quesito avaliado pela abrasão profunda, ensaio mais rígido que o dos outros produtos. Segundo Lilian Dias, engenheira do Centro Cerâmico do Brasil (CCB), de São Paulo, não existe uma tabela que estabeleça claramente a correlação entre PEI e o local de uso. Cada fabricante faz sua própria indicação. Em geral, para banheiros e quartos, as peças com PEI 2 bastam. Cozinhas e ambientes de maior fluxo pedem PEI a partir de 3. “Em áreas molhadas, como banheiros, os pisos acetinados e o rústicos são melhores, por serem antiderrapantes”, defende Marcelo Nazari, da Step Revestimentos.

 

Como calcular quantos metros de piso cerâmico vou precisar?

Um vendedor recomendou comprar de 8 a 10% a mais do que a área do ambiente para uma paginação padrão e 12% para a diagonal. Marcelo Nazari explica, no entanto, que o tamanho das peças também influencia essa conta. Num cômodo de 10 m² e placas de 1 x 1 m, comprar 10% a mais significa apenas um item sobressalente. Com modelos de 45 x 45 cm, nem todas as peças vão se encaixar por inteiro e a perda será outra. o engenheiro paulista Marcelo Libeskind, que recomenda 5% de perda para paginações comuns e de 7 a 10% para as diagonais, costuma seguir um método para não ter surpresas na hora da instalação do piso. “O ideal é fazer uma contagem peça por peça e depois calcular a perda”, sugere.

 

Pode-se colocar pastilhas de vidro no chão?

Sim. O segredo é buscar opções com os cantos arredondados e superfícies mais ásperas – caso da maioria dos modelos para piso, desenhados para que o rejunte entre as peças evite escorregões (até mesmo em áreas molhadas, como banheiro). Beto Grangeia, diretor da Colormix, aconselha que o assentamento seja feito com rejunte adequado por mão de obra especializada. Isso vai garantir que o piso tenha ainda mais atrito com o pé descalço e não fique escorregadio.

Sem erros na hora de montar seu banheiro

 

Qual o melhor modelo de torneira para água quente?

Existem três tipos no mercado e, segundo especialistas, cada um oferece alguma vantagem. O monocomando regula a vazão e a temperatura da água num único volante, aumentando o conforto no acionamento. No entanto, Carlos Domingos, gerente de desenvolvimento de produtos e engenheiro de produção da Deca, de São Paulo, alerta: “Pouca vazão de água quente pode desarmar o sistema de aquecimento”. Segundo ele, o mais usado no Brasil é o modelo de duplo comando, que possibilita administrar a quantidade de água e temperatura, independentemente do sistema de aquecimento de água e pressão. Por fim, há o monobloco, que oferece água quente e fria em dois volantes, mas com um único furo na bancada.

 

O que é torneira de um quarto de volta?

Ela contém um cartucho cerâmico que permite a abertura total da torneira girando apenas um quarto de volta do volante. O sistema, que substitui o antigo courinho, diminui o esforço para o acionamento e o desperdício de água e energia. “No uso normal, demora até 20 anos para gastar”, explica o arquiteto Marcio Moraes, de São Paulo. “Quando o sistema de um quarto precisa de manutenção, troca-se o mecanismo todo, diferentemente do que acontece no sistema de vedação por compressão, no qual o desgaste principal se dá no vedante, que pode ser substituído por um novo. enquanto o mecanismo do modelo de um quarto costuma durar por vários anos, o da borrachinha se desgasta mais rápido”, afirma Carlos Domingos. Em relação à garantia, alguns fabricantes oferecem dez anos.

 

É melhor ter cuba de louça ou sintética?

Além do preço, a grande diferença é estética. Segundo o arquiteto Marcio Moraes, a cuba sintética pode ser moldada sob medida nos mais variados formatos e tem inúmeras opções de tonalidade. Em compensação, a de louça custa menos e, de acordo com Carlos Domingos, da Deca, é mais higiênica e fácil de limpar (as sintéticas não aceitam produtos abrasivos, que podem riscá-las). “Cubas de cerâmica para banheiro são encontradas valendo de R$ 100 a R$ 500. as sintéticas começam em R$ 300”, compara Marcio. ele também destaca que as primeiras opções são mais fáceis de achar nas lojas.

 

O formato dos assentos sanitários é padrão?

De acordo com Carlos Domingos, não existe um padrão para assentos sanitários. “As bacias sanitárias mais comuns no mercado utilizam um modelo universal oval”, afirma ele. André Zechmeister, gerente de produtos do grupo roca, de São Paulo, concorda e acrescenta que a diferença geralmente é a forma de fixação. “Com uma foto ou com o contorno das bacias, é possível identificar qual o produto mais adequado para cada caso”, indica André.

 

A bacia com caixa acoplada consome menos água?

“Em relação à bacia com válvula de descarga antiga, que costuma gastar de 12 a 20 litros por acionamento, sim”, afirma Marcelo Libeskind. Os modelos modernos têm dois botões de acionamento – para líquidos (3 litros) e sólidos (6 litros). O limite de 6,8 litros de água por ciclo consta da resolução da norma técnica NBR 15 491.

Dúvidas mais comuns sobre aquecedores

 

O que é preciso saber para aquecer a água de uma banheira?

O equipamento mais indicado é o aquecedor a gás de passagem – ele aumenta a temperatura da água à medida que ela passa e dá conta de esquentar grandes quantidades. Se sua casa possui um aquecedor elétrico de acumulação, que funciona com um reservatório cilíndrico termicamente isolado no qual uma resistência elétrica aquece o conteúdo, talvez você não possa usá-lo para esquentar o banho. Isso porque, para encher a banheira, consumirá toda a água quente disponível, e o aquecedor elétrico demora para reaquecê-la. “Há modelos de hidromassagem com aquecedor acoplado. Antes de comprar um, verifique se dá para criar um circuito para alimentar a resistência dela”, afirma o engenheiro Marcelo Libeskind.

 

Compensa comprar um aquecedor?

Do ponto de vista econômico, vale comparar o custo entre eletricidade e gás em cada região, pois o preço desses insumos varia. “Cada concessionária trabalha com uma tabela própria”, explica o engenheiro Roberto Massaru Watanabe, de São Paulo. De uma perspectiva ecológica, aquecedores a gás queimam combustível fóssil, esgotável, produzindo Co2 e fuligem, e a moradia precisa dispor de duas tubulações independentes, uma só para água quente, além do fornecimento de gás. no Brasil, o investimento inicial baixo coloca os equipamentos elétricos no topo do ranking. Embora se possa dizer que esse sistema tem alguma responsabilidade ambiental (porque nossa matriz energética é à base de hidrelétricas, movidas a água, fonte renovável), o aquecedor solar ainda é a alternativa indiscutivelmente mais sustentável. Mas deve-se avaliar se a orientação solar da residência não oferece limitações – alguns lugares possuem baixa insolação. Thyago Ferreira, chefe de pós-venda Brasil da divisão de termotecnologia da Bosch, de São Paulo, destaca que “um aquecedor solar proporciona mais conforto devido à possibilidade de maior vazão no banho”.

 

Qual é o aquecedor ideal para minha casa?

“Depende dos hábitos dos moradores”, diz o engenheiro civil Roberto Massaru Watanabe, lembrando que há desde pessoas que tomam banho frio, não importando a circunstância, até quem passe horas em ofurôs ou banheiras de hidromassagem. Uma fórmula usada para a definição do equipamento ideal na maioria dos casos leva em conta a quantos pontos o consumidor pretende atender com seu equipamento – informação que é combinada com referências de vazão (8 litros/min para duchas e 4 litros/min para torneiras). Logo, para uma casa com duas duchas (16 litros/min) e duas torneiras (8 litros/min), seria recomendado um aquecedor com capacidade superior a 24 litros/min. Vale considerar também o conforto esperado e as condições de instalação. “Há no mercado desde aquecedores eletrônicos, que garantem o fornecimento de água na temperatura selecionada, até equipamentos mecânicos com ajuste manual da temperatura”, informa Thyago Ferreira, da Bosch. “Antes de comprar determinado aquecedor, verifique se existem empresas e profissionais especializados que façam a manutenção adequada dos aparelhos e do sistema”, aconselha Roberto Massaru Watanabe.

Acerte a demão na hora da pintura

 

Qual a diferença entre a tinta fosca e a acetinada?

Um vendedor respondeu que o acabamento fosco esconde melhor as imperfeições, enquanto as tintas acetinadas, mais brilhantes, evidenciam os defeitos. José Humberto, gerente técnico da Sherwin-Williams, avaliza a explicação: “o fosco proporciona uma aparência uniforme em grandes áreas, disfarçando irregularidades – mas pode acumular sujeira, manchas e tem maior tendência à proliferação de algas e fungos”. Segundo o fabricante, as acetinadas, com seu aspecto intermediário entre o fosco e o semibrilho, apresentam boa resistência. “São ideais para aplicação em paredes bem niveladas, onde se deseja facilidade de limpeza da superfície, bastando a utilização de um pano úmido com detergente neutro”, afirma Kleber Tammerik, químico industrial da Suvinil.

 

Que tipo de tinta devo usar?

“A escolha do produto começa pela superfície que será pintada (alvenaria, madeira ou metal), se é no interior ou no exterior do imóvel e o tipo de cômodo”, explica Gisele Bonfm, gerente técnica da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati). As tintas dividem-se em premium, standard ou econômica, classificação atrelada a requisitos de desempenho: durabilidade, lavabilidade e poder de cobertura. no último item, as econômicas garantem no mínimo 55% de cobertura, as standard, 85%, e as premium, 90%. “Tanto a fórmula quanto a matéria-prima influenciam o desempenho”, fala Gisele. As econômicas têm uma qualidade mínima aceitável e, de acordo com a Suvinil, só estão disponíveis em versão fosca. As standard possuem maior qualidade por um custo médio e apresentam-se nos acabamentos fosco e semibrilho. Já as premium oferecem um padrão superior de qualidade e desempenho, estão disponíveis em todos os tipos de acabamento e acenam com vantagens como menos odor ou proteção contra fungos.

 

Qual é a melhor proteção para madeira: stain ou verniz?

Segundo Gisele, vernizes, esmaltes e tintas a óleo evitam rachaduras e trincas, além de proteger a madeira de envelhecimento precoce, desbotamento e deterioração. Por isso, não há contra-indicação para seu uso. A principal diferença do stain para o verniz é que ele penetra a peça sem formar película, motivo pelo qual muitas vezes os profissionais o preferem. Para a manutenção, não é necessária a remoção da camada anterior. “Em ambientes internos, dá para usar a opção transparente com apenas um filtro solar. Para áreas externas, recomendamos a versão com duplo filtro solar”, diz Rafael Ferreira, da Montana Química. no entanto, o arquiteto Eduardo Mello, de São Paulo, julga que a melhor proteção para a madeira é um bom projeto arquitetônico – largos beirais e um colchão de ar entre a construção e o solo ajudam a conter a umidade. De toda forma, admite que algumas pessoas gostam do tipo de acabamento que esses produtos propiciam. “Alguns preferem o verniz, que cria uma película brilhante na madeira, enquanto outros preferem o stain, que penetra a matéria-prima, dando um aspecto mais natural”, explica Eduardo.

 

É melhor comprar tinta à base de água ou de solvente?

Um vendedor respondeu que, em áreas externas, tintas à base de água mal duram quatro meses. “A afirmação não procede”, aponta Gisele. “Em alvenaria usam-se sempre tintas látex à base de água, que são um avanço da indústria de tintas. Elas eliminaram o emprego de solventes orgânicos e trouxeram ganhos ambientais”, acrescenta. Caso o vendedor estivesse se referindo aos esmaltes à base de água ou de solvente para pintar metais e madeiras, Gisele aponta que tampouco existe diferença em termos de desempenho, apenas no tempo de secagem (três horas nos esmaltes à base de água, contra 12 horas nos com solvente). Para William Saraiva, gerente de produtos da Lukscolor, “alguns produtos são melhores em suas versões à base de água e outros na opção com solvente”. Em relação ao cheiro, hoje há tintas com baixo odor, quase imperceptível três horas após a aplicação, de acordo com a Abrafati. Mas é fato que os produtos à base de solvente exalam mais cheiro.

 

Como é aplicada a tinta epóxi?

As monocomponentes (sem catalisador, também chamadas de epóxi à base d’água) têm aplicação mais fácil, porém não são indicadas para todas as superfícies, como ressalta a Abrafati. Leia a embalagem ou consulte a marca para verificar a tinta ideal. José humberto, gerente técnico da Sherwin-Williams, fala que a primeira demão da epóxi monocomponente deve ser aplicada com diluição de 30% para selar a superfície. As demais demãos podem ser diluídas normalmente. Já as versões com solvente, bicomponentes, exigem mais cuidado na hora de fazer a mistura e a diluição. Siga as instruções, do contrário a tinta pode se soltar. “A aplicação deve ser imediata depois da mistura. Nunca no dia seguinte”, alerta Gisele. Para todos os casos, Kleber Tammerik, da Suvinil, sugere fazer um teste antes da pintura sempre que se aplica tinta epóxi sobre uma superfície sintética ou previamente pintada. Aguarde duas horas para secagem ao toque, nove para o manuseio e sete dias para a secagem total. “A área precisa estar ventilada e o aplicador deve usar óculos de segurança, luvas e máscara. Evite a presença de outras pessoas no lugar”, orienta Kleber.

Publicidade