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15 dúvidas respondidas sobre pisos de madeira

Que o piso de madeira deixa o ambiente mais aconchegante você já sabe. Mas como conservá-lo? É possível pintar um piso de madeira? Essas e outras dúvidas foram respondidas por alguns profissionais

Por Da redação
Atualizado em 15 dez 2016, 11h06 - Publicado em 29 out 2015, 15h12
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1. É possível pintar um piso de madeira de branco?

A pintura com tinta epóxi é possível, mas o resultado deixa a desejar, principalmente nas espécies de tom escuro. “A tinta não resiste em locais de alto tráfego, como salas, e dará ao piso uma aparência riscada”, explica a arquiteta Viviane Pinho, do Rio de Janeiro. O processo de clareamento indicado para madeiras ocorre da seguinte forma: raspam-se as tábuas com uma máquina para retirar o verniz antigo. Depois, vem a raspagem manual com lixa. Aplica-se então uma camada de ácido, que desbotará a madeira (os moradores não devem estar presentes, pois as substâncias utilizadas exalam forte odor). Dá para repetir essa fase mais duas ou três vezes para potencializar o efeito – porém, quanto mais ácido, maior o desgaste da peça, que perde em espessura e dureza. O ipê, por exemplo, aceita até três demãos, diferentemente da peroba-do-campo, que recebe no máximo duas aplicações sem comprometer sua resistência. De qualquer forma, a cor final nunca será branca, e sim um tom mais claro de madeira. Após o clareamento, espere cerca de quatro dias antes de passar a resina seladora. Esse serviço custa, em média, R$ 35 o m².

2. Que revestimento aplicar sobre o piso de madeira da cozinha?

Em primeiro lugar, avalie se a ideia vale a pena. Para instalar um novo material sobre tábuas ou tacos, eles devem estar bem fixos, calafetados e com a superfície lisa, ou seja, semi-restaurados. “Nessas condições, a madeira pode ser recuperada apenas com raspagem e aplicação de verniz, ou ainda mudar de aspecto com pátina e pinturas especiais”, pondera o arquiteto Gilberto Belleza, de São Paulo. Essas medidas evitam duas grandes desvantagens da sobreposição de um novo revestimento: o desnivelamento da cozinha em relação aos outros ambientes da casa, que pode chegar a 2 cm, e o corte de batentes e esquadrias. Se, mesmo assim, você se decidir pela reforma, Gilberto sugere a colocação de um piso laminado (Formica e Durafloor fabricam produtos assim). Esses modelos têm instalação simples: sobre o piso antigo, dispõe-se uma manta de isolamento acústico e, em seguida, o novo revestimento. Outra opção é passar uma argamassa especial e aplicar o material desejado (cerâmica, porcelanato) com cola própria, trabalho que deve ficar a cargo de mão-de-obra especializada. Na limpeza diária, utilize apenas pano úmido para evitar infiltrações.

3. Qual a melhor opção de piso de madeira para sala e cozinha conjugadas?

Você está certa em instalar o mesmo piso na sala e na cozinha para garantir uma boa integração entre os espaços. Cerâmicas, porcelanatos, cimentícios e resinas estão entre as opções mais apropriadas para áreas sujeitas a umidade, caso da cozinha, mas não há problema em adotar a madeira desde que alguns cuidados sejam tomados. Primeiro, prefira as espécies de tonalidade entre média e escura, pois as mais claras tendem a manchar. Se a cozinha tiver um uso muito intenso, uma boa dica é fazer o acabamento do material com uma resina resistente, adequada a tratar pisos de áreas de alto tráfego. Outra ideia que funciona bem é entrar com a madeira na cozinha e criar um tapete de cerâmica apenas na área em frente à bancada da pia, na qual os respingos são mais frequentes. Um substituto possível para a cerâmica, nesse caso, é o ladrilho hidráulico impermeabilizado, que rende uma bela parceria com a madeira. Se você quiser se garantir contra a umidade, existe ainda a saída de revestir sala e cozinha de um piso frio que imite madeira. Há, por exemplo, no mercado, placas cimentícias que remetem ao material naturalcom um resultado bastante fiel. Consultores: arquiteta Juliana Fiorini, da Verso Arquitetura, tel. (11) 2155-1046, São Paulo, e Mariana Favaron, gerente do fabricante de pisos cimentícios Castelatto, tel. (11) 4416-6900, Atibaia, SP.

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4. Como deve ser feita a manutenção de pisos de madeira de demolição?

Para proteger a madeira, os profissionais indicam resina à base de água (do tipo Bona, Synteko Vitta, Skania). A opção prescinde do toque aveludado da cera, mas em compensação é inodora e não mancha em contato com água. Além disso, dispensa a enceradeira mensalmente. A versão fosca é a que menos altera o aspecto natural da madeira. E não se esqueça: “Pisos com sulcos fundos não são práticos onde vivem crianças e cães”, diz Elias.

5. O que são tingimento e ebanização de pisos de madeira?

O tingimento é um processo que altera a cor do piso de madeira por meio da aplicação de corantes à base de água. Para iniciar o processo é necessário nivelar o piso, desgastando-o com a lixadeira. Depois as frestas de madeira devem ser calafetadas com pó de madeira e cola. Após um dia de espera, um novo lixamento é realizado. O corante é misturado com verniz de poliuretano, também à base de água, e aplicado na madeira. A aplicação é feita de forma homogênea com uma espécie de feltro importado. Após quatro horas, passa-se a lixa d´água. Em seguida, são aplicadas mais três demãos, com intervalo de oito horas entre elas. A finalização é feita com três demãos de uma resina do tipo Bona ou Sinteko. Quando o tingimento é feito com um pigmento preto, levando o piso a um escurecimento radical, o processo ganha o nome de ebanização. Todo este processo deve ser realizado por um profissional com o equipamento apropriado e leva 4 ou 6 dias em uma área de 50 m².

6. Como é feita a impermeabilização de pisos de madeira?

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Uma resina de verniz impede a entrada da água entre as fibras da madeira – esse processo é recomendado para locais que estarão expostos à água – como deques de piscina, por exemplo, ou piso de madeira colocado em banheiro (embora pareça estranho, pisos de madeira no banheiro são cada vez mais comuns). As resinas podem ser à base de água, como o Bona, ou à base de solvente, como os poliuretanos de alto brilho. Para fazer a impermeabilização, primeiro o piso é raspado e tem seus vãos calafetados. Em seguida a resina é aplicada em três demãos, com intervalo de 8 horas entre cada uma (com lixamento após cada aplicação).

7. O piso laminado pode substituir o piso de madeira?

O laminado não apresenta a mesma textura dos pisos maciços, mas se sai bem ao simulá-los. “Ele é feito de madeira reconstituída, revestido de papel especial e protegido com verniz de alta resistência”, detalha Ariel de Andrade. Fiéis ao design da natureza, os padrões reproduzem nós, veios e até falhas da superfície original. “Em tempos ecologicamente corretos, o laminado substitui a madeira sem parecer artificial”, destaca Helena Capaz, gerente de desenvolvimento e especificação de produtos da Duratex. Resistente a riscos e destinado a áreas secas, o revestimento cobre todos os tipos de superfícies, exceto o carpete têxtil. Comparados à dos exemplares maciços, a instalação é mais ágil – por encaixe – e o preço, menor. “O rangido quando se caminha sobre ele pode causar incômodo”, aponta Ariel. “O problema é amenizado com a colocação de uma manta sob as réguas”, assegura Helena. Limpeza com pano levemente umedecido.

8. Qual é a opção mais durável e resistente ao tráfego de pessoas: laminado ou carpete de madeira?

Composto de lâminas de madeira natural e uma base de compensado, o carpete de madeira risca com facilidade e não suporta alto tráfego. “Esse piso não tem resistência adequada ao desgaste por abrasão e não conta com uma norma técnica brasileira”, confirma Takashi Yojo, pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Por isso, para áreas movimentadas, mesmo numa residência, prefira laminado. Feita de chapas de fibra de madeira prensadas, resinadas e revestidas de papel decorativo ou overlay, essa opção tem padrões de alta resistência à abrasão e a impactos. “A Associação Brasileira de Normas Técnicas possui normas que classificam os revestimentos de pisos laminados melanímicos para uso doméstico e comercial, cada qual com níveis de tráfego baixo, médio e alto”, fala o pesquisador. Isso facilita a escolha do tipo mais adequado ao seu caso. O padrão da foto (Eucafloor Rustic carvalho córdoba, da Eucatex) tem garantia de 16 anos em áreas de baixo tráfego e de cinco em locais sujeitos a alto movimento de pessoas.

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9. É possível colocar piso sobre tacos antigos?

Antes de tomar a decisão de encobri-los, lembre-se: “Tacos antigos são uma joia e agregam valor ao imóvel”, alerta a arquiteta Scheila Ferlin, de São Paulo, defensora do reaproveitamento de pisos de madeira natural. “Chame uma empresa de pisos para verificar se há peças soltas, umidade, cupim e fazer os reparos necessários, o lixamento para nivelar a superfície e a aplicação de protetores, como Bona ou Byp Clean”, aconselha. Esse trabalho todo vai custar, em média, R$ 150 o m². Se a intenção for mesmo esconder tudo, opte por um laminado (como Durafloor e Eucafloor). De colocação fácil e rápida, custa entre R$ 55 e R$ 100 o m² instalado e pode ser sobreposto aos tacos, desde que estes estejam nivelados.

10. Para assoalhos e tacos com fissurados e esburacados, que produto usar para calafetar estes pisos?

O problema pode ter sido causado pela ação do tempo, como exposição ao sol e à umidade, ou por má colocação do piso. “Peças desniveladas ou juntas muito espessas aumentam o risco de fissuras no acabamento”, explica Gina Soares, da Aplicadora Pontual. As massas para calafetar mais comuns são as acrílicas F12 ou P51, facilmente encontradas em lojas de material de construção (o galão de 3,6 litros custa em média R$ 30). “Mas o procedimento deve ser feito por mão-de-obra especializada, porque requer lixadeiras, treinamento para instalação e aplicação da resina”, alerta Gina. O custo desse serviço, que inclui raspagem, calafetação e aplicação de novo acabamento sobre a madeira, varia de R$ 30 a R$ 40 o m², em São Paulo. “Para o acabamento, recomendamos resinas à base de água, que têm maior flexibilidade e resistência ao calor, o que diminui a ocorrência de trincas na película”, diz Rodrigo Tosi, da Aplicadora Master. Produtos que cumprem esses requisitos são Bona, fabricada pela empresa de mesmo nome, e Synteko Vitta.

11. Tenho uma escada de ferro em minha cobertura. Posso revestir os degraus de madeira?

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Em áreas externas, expostas às intempéries, o arquiteto paulista Flavio Castro prefere fazer o acabamento das pisadas com pedra, cimento queimado ou granilite, embora considere possível utilizar a madeira. “Nesse caso, a fixação acontece com parafusos inoxidáveis”, conta. Escolha uma espécie naturalmente durável, como cumaru, garapeira ou jatobá, observando a espessura de 3,5 cm para degraus de até 95 cm de largura e 4,5 cm para larguras maiores. Para proteção, aplique verniz marítimo ou resina acrílica hidrofugante de acordo com a orientação do fabricante.

12. O que fazer em um piso de bambu que está cheio de cupins?

A ocorrência de cupins no bambu é rara. “Geralmente surgem brocas, parecidas com besourinhos pretos”, descreve Luiz Portella, sócio-diretor da Bambuzal & Cia, de Petrópolis, RJ. A prevenção contra essas pragas tem que ocorrer bem antes da instalação ou mesmo da fabricação do piso – o bambu usado para a confecção das lâminas finas que dão origem às tábuas passa por um tratamento químico. Nele, o material cozinha num caldeirão por uma hora e meia para suas fibras absorverem o veneno. “Esse cuidado dá garantia de até dez anos contra o ataque de insetos. Tenha certeza de que isso foi feito antes de comprar o produto”, diz. Se a broca já apareceu, o jeito é injetar, com seringa comum, uma mistura de inseticida (80%) com querosene (20%) em todos os furos das tábuas. “Esse procedimento precisa ser repetido a cada ano”, prevê Luiz.

13. Qual o melhor jeito de aplicar madeira de demolição no assoalho: no sentido longitudinal ou diagonal?

A questão passa pela estética e pelo custo, já que a técnica de instalação é a mesma. Segundo Saly Takeshita, assessora da Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira, de Piracicaba, SP, embora a maioria das pessoas prefira o sentido longitudinal (alinhado com as paredes), os arranjos diagonais podem dar a ilusão de maior amplitude aos ambientes e disfarçar possíveis faltas de esquadro em construções mais antigas. No entanto, essa escolha afeta o rendimento da madeira, porque haverá muitos cortes diagonais nas extremidades das tábuas. Como se trata de um material de custo alto, considere essa perda antes de tomar a decisão definitiva.

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14. “É possível aumentar o tempo de vida de um piso de madeira com a aplicação de produtos à base de água?

O ideal é esperar os sinais de desgaste para investir num renovador de brilho. Até que isso ocorra, o prazo depende do tráfego no local e do tipo de verniz utilizado antes, mas, geralmente, supera cinco anos. Se a madeira estiver perdendo a beleza ou for necessária uma proteção extra – digamos que a casa será usada para uma festa na qual haverá muitos convidados, por exemplo –, aplique o produto. A Bona Brasil, um dos fabricantes que atende ao segmento, oferece opções com acabamento fosco, semibrilho e brilho. Tenha, ainda, alguns cuidados para diminuir a incidência de riscos: coloque feltro nos pés dos móveis, use capacho na porta, prefira cadeiras com rodinhas de silicone e limpe o piso com pano úmido a cada dois ou três dias. Consultores: Renato Soares, consultor técnico da Pau-Pau Pisos de Madeira, tel. (11) 3816-7377; e Vera Lucia M. L. de Paula, gerente técnica da Bona Brasil, tel. (11) 3465-3900, São Paulo.

15. Como combinar rodapé e piso de madeira?

Se quiser que ambos tenham tons amadeirados, siga o padrão do piso, e não o dos móveis, explica a arquiteta Josiane Flores de Oliveira, designer de produtos da Santa Luzia Molduras, de Braço do Norte, SC. Só não se aconselha fazer assoalho de madeira e rodapé de porcelanato, pois sua instalação necessita de uma massa cuja umidade pode danificar o chão. Já o inverso é autorizado, alerta Flávia Athayde Vibiano, gerente de marketing da Eucafloor.

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