Casa ganha jardim com área para produção de verduras e 47 espécies de plantas
A arquiteta paisagista Flávia D’Urso assina o projeto de paisagismo juntamente ao projeto arquitetônico, assinado pelo estúdio João de Barro Arquitetura.
Uma casa no sul de Minas Gerais se tornou o refúgio de um casal de moradores: com o desejo de trocar a rotina dinâmica e repleta de compromissos profissionais das capitais, os proprietários viram a oportunidade de consolidar uma vida mais tranquila, num ritmo mais leve, em sua cidade natal e próximos à família, ao adquirir este terreno de esquina, com metragem generosa.
A arquiteta paisagista Flávia D’Urso foi então chamada para desenvolver o projeto de paisagismo juntamente ao projeto arquitetônico, assinado pelo estúdio João de Barro Arquitetura, do arquiteto Diogo Mendes.
“Os moradores prezam muito pela qualidade de vida, pelo bem-estar, transformando a residência em um espaço de grande conforto e aconchego. O contato com a natureza é de extrema importância para os dois. Seus espaços de home office são voltados para os jardins, trazendo esse lembrete de que o verde está presente em suas rotinas”, conta Flavia D’Urso.
Originalmente, o terreno estava limpo, sem a presença de árvores e com uma topografia muito plana. “A grande peculiaridade desse terreno é seu formato irregular, que gera vistas para a residência não apenas pela fachada principal, mas também pela lateral, em formato orgânico. Essa característica possibilitou o desenho de um paisagismo com muito movimento, com a sensação de uma casa completamente rodeada de verde”, explica a paisagista.
O conceito do paisagismo foi desenvolvido a partir da arquitetura da casa – contemporânea, com eixos retos e uniformidade de materiais, como madeira, ferro, vidros, blocos de cerâmica e pedras naturais. “Essa geometria mais rígida nas linhas do projeto arquitetônico ganha contraste com o verde e um paisagismo mais fluido. Buscamos transmitir leveza através de copas mais altas e canteiros com muito volume e variedade de espécies, mesclando cores e texturas”, descreve Flávia.
Além do preparo dos espaços para receber os jardins, a paisagista contribuiu ainda com a proposta dos acessos externos, desenhando-os em formas orgânicas. O espaço da horta também foi de sua autoria, dispondo de uma grande área para produção de verduras e ervas, respeitando a leitura do projeto arquitetônico e escolhendo acabamentos já utilizados na residência para que este anexo complementasse o todo.
Entre as principais demandas, os clientes solicitaram uma fachada marcante, que evidenciasse o acesso principal e trouxesse a ideia de imponência utilizando elementos mais altos, como muitas árvores e maciços volumosos.
“A palmeira Bismarckia se destaca com suas grandes folhagens prateadas e presença escultórica, que marca o limite do terreno e compõe tanto a vista da frente principal, quanto da lateral. Já os canteiros de Zâmia marcam a entrada da residência e, através de seu volume, proporcionam a vista de um maciço crescente de verde, que engloba a casa”, apresenta Flávia, apontando um outro pedido dos moradores: a inclusão de espécies frutíferas.
“Temos pés de figo, limão siciliano, limão tahiti, mexerica, laranja, acerola, amora, avocado e jabuticaba. As tamareiras também foram solicitadas por eles. Os moradores se apaixonaram pela espécie e fizeram muita questão que ela estivesse presente em seu jardim”, revela a paisagista.
Ao todo, foram usadas 47 espécies de plantas. O paisagismo se apresenta numa linguagem tropical contemporânea, conferindo privacidade e brincando com a peculiaridade de cada espécie escolhida para compor o jardim. “O ponto alto do projeto é justamente a grande variedade de espécies trabalhadas, em diversos tons de verde, texturas, alturas e volumes. Essas características, em contraste com uma arquitetura tão marcante, conferem muita identidade ao projeto”, conclui a profissional.
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