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Salão do Móvel de Milão + Bienal de Veneza em uma única viagem

Brasileiros que se preparam para o Salão do Móvel poderão estender a viagem e ir até Veneza para aproveitar a Bienal de Artes

Por Márcia Carini e Guido Barbagelata
Atualizado em 9 abr 2024, 17h04 - Publicado em 9 abr 2024, 13h00
Salão do Móvel de Milão + Bienal de Veneza em uma única viagem
 (La Biennale/Divulgação)
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A intersecção entre as datas dos dois eventos – Salão do Móvel de Milão e Bienal de Artes de Veneza – permite aos turistas uma dobradinha italiana muito inspiradora. O Brasil é um dos países com maior participação de visitantes no Salão do Móvel de Milão. Arquitetos, designers de interiores, varejistas e industriais do segmento de decoração reservam com meses de antecedência seus bilhetes aéreos e hospedagens para ir à cidade italiana em abril.

Salão do Móvel de Milão + Bienal de Veneza em uma única viagem
(Guido Barbagelata/Reprodução)

Muitos deles aproveitam os dias anteriores ou sucessivos à da Semana do Design para conhecer outros destinos no país. Veneza é um deles. E, em 2024, como a Bienal inicia mais cedo, pode-se esperar que um grande números de criativos brasileiros aproveitará para visitá-la.

Você está nesse grupo? Então, atenção às principais dúvidas referentes à Bienal:

1) Quais são as datas do Salão e da Bienal?

Salão do Móvel de Milão + Bienal de Veneza em uma única viagem
(Salone Del Mobile Milano/Ruggero Scardigno/Divulgação)

Salão do Móvel de Milão e Eurocucina: de 16 a 21 de abril

Neste período, além da Feira a cidade inteira é tomada por eventos do Fuori Salone – em que lojas, museus, institutos culturais e prédios antigos abrigam inúmeras exposições.

Bienal de Artes de Veneza – de 20 de abril a 24 de novembro (embora a Bienal não abra às segundas-feiras, no dia 22 de abril, ela estará aberta).

A pré-abertura da Bienal de Veneza para convidados e imprensa acontece antes, nos dias 17, 18 e 19 de abril. A primeira semana de mostra deve ser a mais cheia, mas é uma opção irresistível para quem não tem a chance de voltar à Itália ao longo do ano.

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2) Dá para ver toda a Bienal em um único dia?

Salão do Móvel de Milão + Bienal de Veneza em uma única viagem
Área externa do Arsenale. (La Biennale/Divulgação)

Depende. Os apaixonados por arte precisam de pelo menos dois dias pra ver tudo. Mas, se você nunca esteve em uma Bienal e tem essa chance agora, ainda que por um único dia, deve aproveitar. Provavelmente, você não verá tudo. Mas entenderá como funciona a exposição para se preparar para uma futura visita.

Saiba que você vai andar o dia inteiro pois a Bienal acontece em dois locais diferentes. Um deles é o Giardini, um enorme parque onde estão os pavilhões de vários países – do Brasil, inclusive. O outro é o Arsenale, um antigo estaleiro onde se produzia a frota naval veneziana. Em seus galpões acontecem as exposições de países que não têm pavilhões no Giardini (a exposição da China, por exemplo, acontece aí). o evento abre às 11h e fecha às 19h, no Giardini, e às 20h, no Arsenale.

3) Como eu faço para ir de Milão a Veneza?

Salão do Móvel de Milão + Bienal de Veneza em uma única viagem
(Guido Barbagelata/Reprodução)

Trem é a opção mais econômica e prática. Você pode, inclusive, comprar seu bilhete de ida e volta com antecedência, pela internet para economizar. A viagem dura cerca de 2h30 e os preços de cada trecho variam conforme o tipo de trem, a cabine (de primeira ou segunda classe), a antecedência com a qual você compra. É possível encontrar bilhetes a partir de 20 euros. Mas, para ter segurança, na hora de fazer o seu cálculo de despesas, pense em 80 euros ida e volta.

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Lembre-se de calcular bem a hora em que você deve sair da Bienal para voltar à Estação de trem. A Bienal e a Estação ficam em pontas diametralmente opostas da cidade e a distância é percorrida com o traghetto.

4) Quanto custa a entrada na Bienal?

A entrada na Bienal, com acesso aos dois locais de mostra, custa 30,50€. E é altamente recomendado comprar os ingressos pela internet antes, porque, sim, há muita fila nas bilheterias.

5) Pode levar lanche na Bienal?

Pode! A exposição abre tarde – às 11h – o melhor então é tomar um belo café antes de sair de casa (ou de pegar o trem, caso você esteja em outra cidade). E levar um lanche para comer antes de começar a ver a exposição. Depois, no caminho entre os dois espaços da exposição, você aproveita para mais um café e lanche rápido. Assim, economiza-se tempo para ver mais pavilhões.

Alguns destaques importantes da Bienal de Artes esse ano:

O curador é brasileiro!

Salão do Móvel de Milão + Bienal de Veneza em uma única viagem
Adriano Pedrosa, curador da Bienal de Artes de Veneza em 2024. (Divulgação/Divulgação)

Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, será o curador desse ano. Seu olhar contemporâneo e inclusivo recebeu muitos elogios quando o nome foi anunciado. Pela primeira vez, teremos um curador latino americado. E a escolha de um curador do hemisfério sul é bastante significativa porque mostra um deslocamento do eixo da arte, acolhendo formas de expressão muito variadas.

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Lembrando também que essa é a 60ª . edição da Bienal e a escolha de Pedrosa para o aniversário especial demonstra a preocupação dos organizadores para o futuro do que hoje compreendemos como manifestação artística.

2) O pavilhão brasileiro terá arte indígena

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A artista Tupinambá, Glicéria, representa o Brasil. A exemplo do que aconteceu no ano passado, durante a Bienal de Arquitetura, a valorização dos povos originários passa inclusive pelo rebatismo do Pavilhão – Hãhãwpuá. O tema será “Nós somos pássaros que voam” – e a resistência de um povo quase sempre invisível será projetada em filme e representada em diversas obras.

3) Estrangeiros Em todo Lugar é o tema geral desse ano

Esse tema tem múltiplas e importantes interpretações. Primeiro, em sentido literal, não importa em que país estejamos, sempre encontraremos estrangeiros – pelos processos milenares de imigração. Depois, porque se pensarmos bem, somos todos estrangeiros, mesmo que estejamos em nosso próprio país.

Mas o recado da Bienal é ainda mais profundo – o foco serão os artistas refugiados, expatriados, imigrados, que sofreram diásporas ou foram exilados… E, ainda, aproveitando a etimologia da palavra estrangeiro – estranho – devem ser acolhidos os artistas perseguidos, marginalizados, os transgêneros, os artistas considerados folk, e os artistas de povos originários que se sentem estrangeiros em sua própria casa.

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