Design fantástico: 8 nomes contemporâneos imperdíveis
Aqui, descubra uma breve amostra do que temos publicado e compartilhado no BOOMSPDESIGN ao longo dos anos. Embarque com a gente nessa fantástica viagem:

Este ano completo 18 anos de dedicação ao universo criativo nacional e internacional, especialmente à arquitetura, ao design e à arte. O BOOMSPDESIGN é a plataforma por meio da qual me manifesto, empreendo e me realizo, apresentando conteúdos transversais, promovendo mentes criativas e suas propostas para tornar nosso planeta mais habitável, confortável e belo.
Como parte desta celebração, tenho o prazer de iniciar minha parceria com o Casa.com.br, onde, mensalmente, dividirei com vocês o que me emociona e me faz feliz. Aqui, uma breve amostra do que temos publicado e compartilhado ao longo dos anos. Embarque com a gente nessa fantástica viagem.
ANTONIO ARICÒ — Azul profundo

Antonio Aricò é artista, designer e diretor criativo italiano. Após dupla graduação no Politécnico de Milão, concluiu mestrado com um trabalho que uniu design e tradição, combinando arte, artesanato e design industrial.

Reconhecido como precursor de uma abordagem única que valoriza o artesanal e o autoproduzido em diálogo com o industrial, Aricò prefere explorar o romântico, o fantástico e o arquetípico em vez de apenas o funcional. Suas peças evocam poesia, fantasia e memória coletiva, contrapondo-se à frieza do industrialismo.
As imagens remetem a esculturas gregas com forte contemporaneidade, ousadia que muitas vezes vemos mais presente em estúdios internacionais do que em empresas brasileiras, que ainda se prendem à seriedade do mercado, desperdiçando nosso repertório cultural tão diverso e pulsante.
Com vasos, jarras e centros de mesa que mesclam referências da Grécia e da cerâmica italiana, Aricò traz alegria e cor a qualquer ambiente. Por sua trajetória inventiva, foi homenageado como Designer do Ano no BOOMSPDESIGN 2025.
BETO CARRAZZONE
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Nascido em São José do Rio Preto, Beto Carrazzone ganhou o mundo cedo. Formado em Comunicação Social, viveu em São Paulo, Nova Iorque, Rio e Roma, sempre em diálogo com os movimentos artísticos e sociais das metrópoles.
Trabalha sobretudo com metais, chapas, tubos e vergalhões, que transforma com sua força criativa. Sua série Árvores é uma das mais marcantes: esculturas que variam de pequenas peças a criações de até dois metros, que, quando instaladas ao ar livre, tornam-se abrigo de pássaros e suporte para trepadeiras.
Carrazzone também gosta de criar troféus, em projetos que transitam entre a arte e o design de produto, expandindo sua linguagem para diferentes usos e contextos.
RICHARD CALHABEU

O artista Richard Calhabeu utiliza a cerâmica para criar esculturas que ressignificam o humano. Suas obras questionam arquétipos e personas, convidando o observador a refletir sobre as complexidades interiores do ser.

Acompanho sua produção há mais de duas décadas. Embora suas peças aparentem liberdade e espontaneidade, são fruto de estudos rigorosos, já que a cerâmica, em seu processo de queima, sofre variações que impactam nas texturas e cores finais.
Na série Picasso, inspirada no legado cubista de Pablo Picasso, Richard buscou trazer de volta ao tridimensional aquilo que o pintor espanhol projetava no plano da tela.
GABRIEL SUZARTE

Surfista por essência, Gabriel Suzarte começou a criar suas próprias pranchas em 2016. A prática levou-o naturalmente à produção de mobiliário e arte.
Sua coleção Além da Forma marca a transição do utilitário para o poético, apresentando esculturas de ferramentas despidas de função e propósito, mas preservadas em sua forma.
Martelos, pás, serrotes e talhadeiras passam a existir em resinas reaproveitadas da produção de pranchas e porcelanas esculpidas, com decalques aplicados. Obras que subvertem a lógica do objeto cotidiano.
RODOLFO MASSAINI

Jovem designer, Rodolfo Massaini gosta de se desafiar técnica e criativamente. Trabalha com materiais descartados e domina o fusing, técnica que une pedaços de vidro em altas temperaturas, num processo que pode durar até 12 horas.

Sua mesa de centro, espessa mas visualmente leve, flutua sobre uma base feita de cabos elétricos de alumínio triturados, lembrando as placas de gelo polares.
O trabalho recebeu o nome Sfida (desafio, em italiano), traduzindo a busca de Rodolfo por transformar materiais considerados feios ou sem valor em peças de design autoral. Além de mobiliário, ele cria vasos e objetos decorativos a partir de plásticos, metais, zíperes e botões, sempre com caráter artesanal.
NAOMI PETERSON
A designer americana Naomi Peterson cria peças em cerâmica, potes, vasos, xícaras e taças, únicas e exclusivas.
Suas argilas são trabalhadas de diferentes formas, cozidas em várias temperaturas e pintadas com cores intensas e aveludadas. Elementos da natureza, como flores que lembram maracujás, camélias e orquídeas, aparecem em contraste com referências doces, como bolos, confeitos e granulados, que evocam nossos brigadeiros.
Suas peças transitam entre arte, design e funcionalidade, carregando energia vibrante e trazendo alegria aos espaços.
MAARTEN DE CEULAER
O designer belga Maarten De Ceulaer formou-se em design de interiores, mas foi na Academia de Eindhoven, na Holanda, que encontrou sua linguagem experimental. Atuou com galerias renomadas como Nilufar e Victor Hunt, participou de feiras como a Design Miami e já colaborou com marcas como a Fendi.
Sua coleção Mutação (2012) chamou a atenção da mídia e de colecionadores ao propor sofás, cadeiras e pufes que parecem nascer organicamente, como frutos de reações químicas, mutações celulares ou organismos vivos. Inspirou-se também na planta milenar Yareta, que cresce sobre rochas estéreis na Bolívia, de textura verde e aveludada.
As peças lembram uma versão contemporânea do clássico Chesterfield: em vez de molas e espuma revestidas de couro, são formadas por esferas de espuma recortadas e aplicadas manualmente sobre estruturas, crescendo como um organismo vivo.
HUGO FRANÇA
A obra de Hugo França é bruta, sensível e monumental. Desde os anos 1980, quando se mudou para Trancoso (BA), o artista passou a transformar troncos e raízes de árvores abatidas pelo desmatamento ou pelo tempo em esculturas e mobiliário.
Seu processo criativo parte do diálogo direto com a madeira: França desenha sobre a peça, respeitando as linhas já traçadas pela natureza. Com motosserras e ferramentas, ressignifica formas e dá novo sentido a esses gigantes da floresta.
Um exemplo é a mesa Caajara, resultado dessa fusão entre matéria-prima, técnica e poesia. Hugo é hoje referência em design sustentável e em arte que conecta homem e natureza.