Quais são as diferenças entre arquitetura de interiores no Brasil e EUA
A arquiteta Gigi Gorenstein, que têm diversos projetos nos dois países, aponta as diferenças no layout, decoração e métodos construtivos
![Projeto de Gigi Gorenstein. Na foto, Cozinha integrada com bancada branca e ilha.](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/08/diferencas-arquitetura-interiores-brasil-eua-gigi-gorenstein-02.jpg?quality=95&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
É evidente que cada país possui sua cultura no que diz respeito aos estilos arquitetônicos, preferências estéticas, materiais de acabamento e de distribuição em suas composições que, de maneira geral, são vindos de influências de uma história de longa data, aspectos climáticos e de um estilo de vida mais característico.
Nos Estados Unidos não poderia ser diferente e, quem esclarece algumas dessas referências é a arquiteta Gigi Gorenstein, à frente do escritório que leva seu nome. Com a marca de projetos realizados em todo Brasil, ela compartilha sua experiência em realizar projetos de seus clientes em cidades americanas, como Miami.
Diferenças entre arquitetura de interiores no Brasil e EUA
Layout
![estilo-comfy-ape-450m-persiana-laminas-tecidos-daniela-saliba-02 Sala de estar branca com vista para o mar, sofá e poltrona branca, luminária branca de piso e mesa de centro.](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/05/estilo-comfy-ape-450m-persiana-laminas-tecidos-daniela-saliba-02.jpg?quality=95&strip=info&w=1024)
Com um layout mais aberto, a distribuição dos ambientes americanos costuma ser bem diferente das vistas em casas brasileiras. Segundo Gigi, as plantas das obras dificilmente possuem área de circulação, então é comum encontrar uma sala principal com as portas que dão acesso para todos os cômodos da residência.
“Nesse conceito, desfruta-se da vantagem de áreas mais amplas, pés direitos altos e possibilidade de trabalhar melhor os espaços”, avalia.
![casa-400m-suite-closet-e-banheiro-de-75m-gustavo-marasca-fotos-denilson-machado-11-estante Sala de jantar neutra; estante de livro](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/12/casa-400m-suite-closet-e-banheiro-de-75m-gustavo-marasca-fotos-denilson-machado-11-estante.jpg?quality=95&strip=info&w=683)
“Essa diferença visual é curiosa, mas vejo muito como uma forma de não perder o espaço, o que torna os ambientes bem maiores, principalmente apartamentos em Miami onde tenho vários projetos. Para equalizar, é necessário mudar as escalas brasileiras para manter a proporção americana”, completa a profissional.
Métodos construtivos
![10-pe-direito-alto-arte-e-muito-espaco-aberto-confira-esta-casa-de-705-m-2_1000px Sala de estar com pé-direito duplo em miami](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/10/10-pe-direito-alto-arte-e-muito-espaco-aberto-confira-esta-casa-de-705-m-2_1000px.jpg?quality=95&strip=info&w=1024)
Outro ponto que difere os projetos são os métodos construtivos. Nos EUA, imperam as estruturas de madeira (wood frame), a metálica (steel frame), sem o emprego da tão conhecida alvenaria, tão familiar nas edificações do Brasil por meio do uso de blocos e tijolos assentados com argamassa.
![diferencas-arquitetura-interiores-brasil-eua-gigi-gorenstein-01 Projeto de Gigi Gorenstein. Na foto, varanda com mesas e cadeiras em Miami.](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/08/diferencas-arquitetura-interiores-brasil-eua-gigi-gorenstein-01.jpg?quality=95&strip=info&w=1024)
Nos projetos americanos, Gigi alerta sobre o cuidado com as autorizações e licenças para mexer na residência, como troca de pisos, alterações em sistemas elétricos e hidráulicos, que ficam por dentro das paredes drywall, precisam de aprovação prévia e são mais suscetíveis a avarias.
![diferencas-arquitetura-interiores-brasil-eua-gigi-gorenstein-05 Projeto de Gigi Gorenstein. Na foto, quarto com cores neutras.](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/08/diferencas-arquitetura-interiores-brasil-eua-gigi-gorenstein-05.jpg?quality=95&strip=info&w=1024)
“É um processo longo e, na maioria das vezes, uma permissão pode demorar entre 2 e 3 meses, sendo que geralmente recebemos só a planta simples da obra. A intervenção mais prática que podemos fazer é no décor, repaginando o ambiente”, revela.
Paleta de cores
![diferencas-arquitetura-interiores-brasil-eua-gigi-gorenstein-04 Projeto de Gigi Gorenstein. Na foto, sala de estar integrada com sala de jantar. Iluminação com trilhos de spot.](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/08/diferencas-arquitetura-interiores-brasil-eua-gigi-gorenstein-04.jpg?quality=95&strip=info&w=976)
A preferência por cores mais fortes marca alguns projetos americanos. A maior facilidade de comprar e devolver móveis e objetos ajudam a efetuar rápidas composições, de acordo com a preferência do morador
Banheiros integrados
![diferencas-arquitetura-interiores-brasil-eua-gigi-gorenstein-03 Projeto de Gigi Gorenstein. Na foto, Banheiro pequeno com vaso sanitário somente e papel de parede.](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/08/diferencas-arquitetura-interiores-brasil-eua-gigi-gorenstein-03.jpg?quality=95&strip=info&w=1024)
Na suíte americana é comum encontrar uma cabine separada apenas com o vaso sanitário e o resto do banheiro aberto para o quarto. Neste projeto, o papel de parede que reveste o espaço é uma opção muito escolhida como material pela variedade e custo-benefício
Cozinha americana
![Detalhes-em-verde-marcam-este-ape-de-85-m2-projeto-Memoá-Arquiteto-foto-Alessandro-Gruetzmacher-cozinha-ilha-banquetas Cozinha com ilha e banquetas](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/08/Detalhes-em-verde-marcam-este-ape-de-85-m2-projeto-Memoa-Arquiteto-foto-Alessandro-Gruetzmacher-cozinha-ilha-banquetas.jpg?quality=95&strip=info&w=1024)
A cozinha integrada é uma tendência que foi incorporada no Brasil nos últimos anos. O modelo, que ficou batizado de “cozinha americana“, ganhou espaço nos projetos novos ou nas reformas pela suas vantagens, dentre as quais estão: a área social ampliada, maior possibilidade de interação entre moradores e melhor circulação.