Menos é mais: 5 características do estilo de decoração minimalista
O arquiteto Diego Revollo explica os pontos principais do estilo decorativo
Com espaços cada vez mais reduzidos e um mundo em que caminhamos no sentido contrário do acumulo de coisas, o estilo ou decoração minimalista vem cada vez mais conquistando adeptos pelo mundo.
Após anos acumulando livros, objetos, coleções e todo tipo de lembranças adquiridas mundo afora, cresce, principalmente nas grandes cidades, o hábito do desapego.
Literalmente, cada vez mais, pessoas têm entendido que não há mais tempo ou espaço e até energia para se gastar com coisas que não tem mais função. A opção por um estilo de vida cada vez mais simples, priorizando apenas o essencial, reflete um momento onde a busca pela leveza torna-se um alivio; um conforto para uma rotina pesada e estressante.
Nesse sentido, espaços mais vazios não necessariamente significam lares menos calorosos. A ideia é justamente oposta: pensar em lares mais afetivos, que priorizem o convívio e menos engessados em antigos hábitos.
A expressão minimalismo teve origem junto com movimentos artísticos em vários períodos do século XX. Esses movimentos que priorizavam o uso de elementos fundamentais em sua base de expressão influenciaram inicialmente as artes visuais e em seguida o design.
A minimal art que surgiu nos Estados Unidos nos anos 60 acabou crescendo e chegando ao estilo de vida das pessoas atingindo também a arquitetura e finalmente dando origem ao termo ou decoração minimalista.
Hoje quem admira e tenta adotar esse estilo de decoração busca a limpeza visual e até mesmo no vazio uma tranquilidade ou refugio em contraponto ao caos e ao excesso de informação. Mais que um estilo a decoração minimalista para alguns reflete um estilo de vida em que a qualidade, em todos os sentidos, está acima da quantidade.
Para quem trabalha com decoração o desafio maior é sempre com poucos elementos deixar o ambiente não só funcional, mas ainda agradável do ponto de vista estético e também aconchegante. A seleção daquilo que entra na casa e do que permanece é muito mais criteriosa.
Mais que descartar o que não é fundamental o excessos, o que fica precisa ter função, qualidade e apelo estético.
1. Iluminação natural
Entre todos os estilos de decoração o minimalismo é o que mais valoriza a luz natural. A luz precisa invadir a casa por completo e tomar conta. Por essa razão grandes vãos para entrada de luz são necessários e cores claras e neutras na estrutura potencializarão a iluminação natural.
Cortinas e persianas serão sempre com tecidos finos e com muita transparência. A luz natural nesse tipo de decoração será sempre o elemento principal para trazer leveza ao ambiente.
2. Uso das Cores
A simplicidade desse estilo já começa na escolha das cores. O branco é a cor principal e ela quase sempre é à base de um ambiente minimalista. Não se trata de uma preferência apenas estética.
A cor branca sempre funciona como um ótimo difusor da luz natural; essa também um dos pilares do estilo minimalista. Outros tons neutros como off White, beges, cinzas e até mesmo o preto são bem vindos na hora de compor a paleta de cores.
3. Estrutura
A estrutura “limpa”, sem molduras, adereços, itens decorativos é talvez a característica mais marcante do estilo minimalista. Espaços fluidos, simples, com revestimentos e superfícies lisas e cores neutras devem conter apenas o mínimo e funcional.
Para que o resultado seja aconchegante nas cores e materiais eleitos devem prevalecer o acabamento fosco e a presença da madeira natural com texturas agradáveis ao toque “aquecerão” o ambiente.
Trabalhar com contrastes entre o branco e demais cores e principalmente o preto é também um artifício simples que deixa a estrutura bastante interessante sem comprometer o estilo.
4. Decoração
Aqui a regra do menos é mais deve ser seguida a risca. Deve-se começar com o que é estritamente funcional e primordial sempre respeitando a amplitude, o vazio, a fluidez do espaço. Mais que um mobiliário limpo é na seleção desses móveis que se consegue uma decoração mínima e tranquilizadora.
O meramente decorativo deve ser repensado e entrar pontualmente em apenas alguns objetos escolhidos à dedo seja pelo valor estético ou afetivo. Mesmo que muito do que ganhamos ou compramos tenha um valor ou lembrança afetiva, o filtro para o que fica deve ser rígido.
E em último caso armários podem acomodar na parte interna aquilo que tem valor, mas que no seu dia a dia não precisa ficar a mostra ou que não contribui para um “minimal mood”.
5. Organização
O surgimento e a proliferação das “organizers” nos dias de hoje mais que um capricho ou futilidade refletem essa transição onde é preciso repensar a nossa organização já que os espaços hoje são mais reduzidos e os excessos permitidos em outras épocas para muitos se tornou um problema.
Para os admiradores do estilo minimalista a organização é prioridade. Essa organização começa já no critério de manter em casa apenas o que tem função, qualidade, beleza. A limpeza visual tão almejada é alcançada somente se tudo que restar esteja em harmonia, livre de excessos e bem organizado.
Em imóveis menores onde cada metro quadrado é usado e não há quartos para despejo, depósitos ou áreas mortas, sem organização rapidamente o caos é instalado e a estética tranquila, relaxante e serena é perdida.
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