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Tijolo de borracha: empresários usam EVA para construção

Incomodado com a grande quantidade de resíduos de EVA acumulada em sua fábrica, eles desenvolveram blocos resistentes, seguros e capazes de barrar o som

Por Por Helena Tarozzo
Atualizado em 21 dez 2016, 00h37 - Publicado em 20 Maio 2014, 17h54

Nos fundos da fábrica de estojos de instrumentos musicais, Paulo Peceniski e sua esposa, Andrea, donos da Solid Sound, tinham um grande problema – montanhas de etilvinil-acetato (EVA) recortado, sobras do revestimento dos cases. Chegaram a juntar 20 toneladas de lixo sem destino. Preocupados com o rumo desse descarte todo, os Peceniski saíram em busca de uma soluçã ode reciclagem. No fnal de 2010, veio a ideia de criar tijolos. Com os conselhos de um amigo do setor cimenteiro e o investimento em estudos conduzidos pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo(IPT), o casal elaborou a fórmula dos blocos, uma mistura de EVA triturado, cimento, água e areia. As análises de segurança e outras propriedades se mostraram satisfatórias, e o melhor: por causa da borracha na composição, as peças isolam ruídos (absorvem 37 dB, contra 20 dB do tijolo baiano comum) e apresentam qualidades térmicas. A produção, no entanto, foi aparte mais complicada. Num processo experimental e artesanal que consumiu cinco meses, montaram-se 9 mil unidades, fora um extra de 3 mil lajotas. “Utilizamos para construir nossa própria casa, há dois anos, mas paramos depois disso, pois ainda não temos condições de abrir uma indústria”, conta Paulo. A residência de 550 m² em Curitiba, assinada por Eliane Melnick, é toda feita do material. “Antes, havíamos aplicado apenas em estúdios de música para melhoria acústica.” Na morada, como complemento, portas e janelas ganharam vidro antirruído.E os moradores asseguram que o silêncio, ali, reina absoluto.