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Obra seca e rápida: conheça sistemas construtivos muito eficientes

Isopor, wood frame e steel frame ajudam a construir paredes e lajes de forma rápida, limpa e com menos gasto

Por Reportagem Lilian Primi e Rosele Martins (texto), Edson Medeiros e Piero Rossini (produção) Fotos Luis Gomes Ilustração Fábio Flaks
Atualizado em 19 jan 2017, 15h36 - Publicado em 11 jan 2012, 18h43

Laje de isopor, parede com placa de OBS, armação de aço ou de madeira. Esses materiais conseguem pouco a pouco desfazer a impressão equivocada de fragilidade. “O som oco das batidinhas na parede não indica não indica menos durabilidade e conforto”, afirma o engenheiro Caio Bonatto, da empresa curitibana Tecverde, adepta do Wood Frame. Conheça, abaixo, todos os sistemas que já são muito utilizados fora do Brasil – eles podem trazer uma praticidade inacreditável para sua obra.

Conheça o Wood Frame

 

Desenvolvido nos Estados Unidos durante o século19, esse sistema inovou ao padronizar e industrializaros elementos construtivos de uma edificação.Depois, se espalhou por Canadá, Alemanha e Chile.Nele, as casas são levantadas com montantesde madeira, em geral pínus tratado contra cupins eumidade. No fechamento, usavam-se tábuas largasna horizontal, mas hoje é mais comum adotar placasde drywall ou OSB (chapas de lascas de madeiraprensadas) com ou sem revestimento cimentício.Disponível no Brasil há 14 anos, só agoracomeça a se disseminar, sobretudo em regiõescom boa oferta de madeira reflorestada, como oParaná e o Espírito Santo. “Se pretendemos melhoraro clima e cuidar da natureza, é imprescindívelpassarmos a usar matéria-prima renovável e industrializaros processos”, avalia Caio Bonatto, da fornecedoraTecverde, que cita como vantagens a reduçãode 80% das emissões de CO2 durante aconstrução e de 85% dos resíduos do canteiro. Otempo de obra é ao menos 25% menor que na alvenariacomum. A oferta de mão de obra, pontocrítico nos vários sistemas do gênero, é melhorneste caso, em que as paredes são montadas nafábrica e levadas prontas para a obra. Uma casa de250 m2 é erguida em 90 dias e varia de R$ 1 450 aR$ 2 mil por m2 na Tecverde. Quem mais faz: CasasGaspari, LP Brasil, Pinus Plac e Shintech.

Conheça o Steel Frame

 

Evolução do wood frame (na pág. anterior), esse éhoje o método de construção seca mais usado noBrasil. A grande diferença é a substituição da madeirapela armação de aço galvanizado – peças levesproduzidas na fábrica –, vedada por painéis cimentícios,drywall ou OSB. Assim como no wood frame,as paredes têm capacidade estrutural e com elas épossível erguer até cinco pavimentos. Os perfis sãodispostos a cada 40 ou 60 cm sobre uma base deconcreto (na maioria dos casos, o peso exíguo daestrutura permite fundações menos elaboradas) eunidos por parafusos. Em seguida, vêm as camadasde fechamento, entre as quais passam encanamentos,fios e um recheio de lã mineral ou de poliéster, afim de reforçar o isolamento termoacústico (esse desempenhocresce com o número de placas e aquantidade de lã do miolo). Uma casa de 250 m2pode ser erguida em três meses. Como as peçaschegam prontas ao local onde são montadas, o entulhoé mínimo. Os fabricantes de perfis metálicoscostumam treinar a mão de obra: “Nossa empresa játem vários funcionários capacitados”, diz a engenheirapaulistana Renata Santos Kairalla, da WallTech. Os preços ficam em torno de R$ 3 mil por m2(para uma moradia de alto padrão, dependendodos acabamentos) na Construtora Sequência.Quem mais faz: Casa Micura, Flasan, LP Brasil,Perfila, Steel Eco, Steelframe e US Home.

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Conheça a parede dupla de concreto

 

Sistema desenvolvido na Europa há 20 anos, prevêa confecção das paredes na fábrica e a sua montagemno canteiro. As divisórias são formadas pordois painéis de concreto armado (reforçado com ferros),com um vão no meio por onde passam as instalações.“Esse espaço pode ou não ser preenchidocom materiais como cimento, lã de rocha, EPS [isopor].Depende da região e do desempenho desejado”,explica Paulo Casagrande, diretor da Sudeste,única empresa que comercializa casas feitas com osistema desde 2008. Trata-se do método mais rápidodo mercado – uma casa com 38 m2 pode ficarpronta em duas horas. “O que demora mais é a fasede projeto, pois não se permitem alterações na localizaçãode janelas, portas, tomadas, assim como apassagem de instalação”, explica. O fornecedor garanteque a técnica oferece preço competitivo novarejo, embora não divulgue os valores, pois afirmaque variam caso a caso. Mas há restrições na logísticade construção. “São necessários guindastesleves, com capacidade de 20 toneladas. Se nãohouver acesso livre ou espaço no canteiro, torna-seinviável”, ressalta. As paredes de concreto saem dafábrica lisas e podem ser executadas com cimentobranco. “Se o cliente quiser, ainda pode pintá-las”,ensina Paulo Casagrande.

Conheça o EPS

 

Tecnologia surgida na Itália antes da Primeira GuerraMundial, foi aprimorada nos Estados Unidos sobretudodurante os anos 70 e 80. Chegou ao Brasil em1990, mas só agora, com o boom da construçãocivil, está se tornando conhecida. Utiliza placas feitascom telas de aço galvanizado unidas por treliçase recheadas de EPS, que chegam prontas. Os recortesnecessários para colocar portas, janelas einstalações elétricas e hidráulicas são feitos rapidamente,no canteiro, depois que os painéis são fixadosna base e erguidos. Para o acabamento, argamassade cimento, lançada com a ajuda de umamáquina. “As paredes somam 16 cm de espessurae são autoportantes”, afirma a engenheira paulistanaLourdes Cristina Delmonte Printes, sócia da LCP Engenharia& Construções, empresa que comercializacasas com esse sistema no Brasil desde 1992. “Eresistem a terremotos e furacões”, garante. Uma edificaçãocom 300 m2, pintada, com instalações prontas,aquecimento solar e sistema de reúso de águafica pronta em cerca de sete meses e custa, emmédia, R$ 1 500 por m2. Quem mais faz: Construpor,Hi-Tech, Moraes Engenharia e TD Structure.

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