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Cobertura transparente: policarbonato ou vidro?

Entenda os quesitos técnicos de policarbonato e vidro antes de decidir pelo material da cobertura transparente

Por Marcio Moraes, arquiteto
Atualizado em 19 jan 2017, 13h57 - Publicado em 25 set 2014, 16h49
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Cobrir o gazebo ou o jardim de inverno com um teto translúcido mantém a sensação de integração ao exterior, ao mesmo tempo que protege o local de intempéries. No entanto, somar transparência a luminosidade sem prejudicar o conforto térmico requer um projeto que especifique a opção adequada à circunstância. Isso porque, durante a maior parte do dia, a cobertura fica exposta à radiação solar – composta de 1 a 5% de raios ultravioleta (UV), de 41 a 45% de luz visível e de 52 a 60% de infravermelho (IV). O ultravioleta não representa calor nem luz, mas deve ser evitado porque degrada e altera a cor dos materiais. A luz visível garante claridade natural, porém seu excesso pode cansar. Já o raio infravermelho é uma fonte de calor não captada pelo olho humano. Quando escolhida corretamente, a cobertura consegue controlar as três radiações conforme as necessidades do ambiente e da região. Um parâmetro que ajuda a avaliar tecnicamente os materiais está no coeficiente de sombreamento, índice que varia entre zero (sombra) e um (sol), indicando quão sombreado e fresco ficará o local protegido. O policarbonato e o vidro laminado, ambos com tratamento refletivo ou de retenção de infravermelho, são as soluções com os melhores desempenho térmico e controle da luz para esse uso. Leve, o policarbonato aceita estrutura delgada (mais barata), tem instalação simples e pode ser curvado a frio na própria obra. Ultrarresistente a impactos (até 250 vezes mais do que o vidro laminado), ele não propaga chamas e é autoextinguível. Consegue suportar a temperatura máxima de 120 °C sem estragar. Em contrapartida, o vidro laminado, composto de duas chapas unidas por uma película de polivinil butiral (PVB), é seguro porque não estilhaça nem se desprende caso quebre, além de oferecer grande durabilidade. Ao misturar dois tipos na lâmina dupla, multiplicam-se as possibilidades de composição do material – se uma delas for de vidro refletivo, o conjunto ainda oferece ótimo desempenho térmico. O PVB barra 99,6% dos raios UV e constitui eficiente barreira acústica, diferencial em dias de chuva. Além disso, o vidro é fácil de manter, resiste à abrasão, não amarela nem deforma quando submetido a altas temperaturas. A desvantagem: por ser pesado, exige estrutura robusta (mais cara) para sustentá-lo.

Policarbonato ou vidro?

A resistência a impactos de um conta pontos sob árvores; a durabilidade do outro, em lugares mais abertos.

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*Índice próximo de zero oferece mais sombra; próximo de um, mais claridade.

Preços pesquisados em São Paulo em agosto de 2014.

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