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20 dúvidas sobre iluminação

Selecionamos algumas dúvidas de leitores e contamos com a ajuda de profissionais da área para respondê-las

Por Da redação
Atualizado em 15 Maio 2023, 20h15 - Publicado em 23 set 2015, 17h01

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1. Como planejar a iluminação do living?

Os múltiplos usos da sala pedem flexibilidade, e, por isso, a automação, que controla o acionamento das luzes criando cenários distintos, é bem-vinda. Sobre equipamentos, Alessandra Friedmann, proprietária da grife La Lampe, sugere empregar lustres na área de jantar e spots periféricos para destacar pontos específicos. “Na iluminação geral, vale embutir lâmpadas fluorescentes, LEDs ou xénon em sancas, mas inclua abajures e colunas com até 1,70 m de altura, que geram efeitos de luz e sombra e trazem aconchego.”

2. Lâmpadas incandescentes estão mesmo com os dias contados?

“Devido à baixa eficiência energética, algumas delas devem desaparecer”, diz o professor de luminotécnica paulista Vitor Penha. Há, porém, quem defenda sua utilização em algumas situações. “Recomendo-as para abajures e outras luminárias decorativas”, afirma a arquiteta Júnia Azenha, do escritório Foco Luz & Desenho, de São Paulo. Segundo ela, fluorescentes compactas, além de serem mais caras e não dimerizáveis, deixam a desejar na reprodução da luz solar.

3. Como corrigir um projeto de iluminação cuja atmosfera resultou fria?

“Acrescentar abajures dotados de lâmpadas incandescentes ou halógenas é uma boa saída para aquecer o ambiente”, propõe Vitor. “Melhor ainda se as cúpulas forem translúcidas”, complementa Alessandra. Outra solução, apontada por Guinter Parschalk, lighting designer do Studio IX, em São Paulo, é envolver a lâmpada – desde que ela seja do tipo que não esquenta muito – numa gelatina corretiva (filtro de policarbonato) de tom âmbar.

4. Os LEDs servem para qualquer situação?

“Não. Quando o projeto especifica o uso de dímers, aposte em incandescentes, capazes de reproduzir as diferentes nuances da luz solar”, avisa Guinter. “O LED, embora aumente e diminua a claridade emitida quando dimerizado, apresenta uma tonalidade de cor esbranquiçada e fria”, explica Alessandra. De qualquer forma, esses diodos são considerados as lâmpadas do futuro, já que se adaptam a diversas finalidades, economizam energia elétrica e possuem vida útil longa, de até 50 mil horas. Por causa da longevidade, inclusive, convém utilizá-los em locais de difícil acesso, a exemplo de escadas e ambientes com pé-direito duplo, pois as trocas são espaçadas. Júnia aponta mais uma vantagem dos LEDs: suas dimensões compactas permitem compor detalhes delicados. “Por outro lado, eles ainda custam caro”, pondera Alessandra.

5. Na cozinha, o que priorizar?

“Gosto de compor linhas por toda a extensão do espaço usando fluorescentes tubulares ou LEDs. Esse recurso, diferentemente de quando há um único foco de luz centralizado no forro, ajuda a distribuir a claridade de modo uniforme”, ensina Guinter Parschalk. “Outra possibilidade é instalar um ponto central e outro sobre a bancada – neste, prefira lâmpadas como os LEDs, que têm baixa emissão de calor, não distorcem as cores dos alimentos nem geram sombra”, diz Vitor Penha. Alessandra Friedmann sugere, ainda, um ponto extra, que acenda individualmente, a ser acionado, por exemplo, quando alguém for beber água de madrugada.

6. Investir na automação economiza energia elétrica?

“Sem dúvida”, diz Guinter. Conforme o lighting designer, reduzir a potência das lâmpadas a fm de criar cenários com diferentes intensidades de luz diminui o consumo de eletricidade. “Por consequência, isso produz menos calor e amplia a vida útil desses equipamentos. Dimerizar um modelo incandescente pode duplicar seu tempo de funcionamento”, explica.

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7. Quanto custa, em média, instalar automação para três cenas num ambiente de cerca de 15 m2?

“Em torno de 5 mil reais, já com spots e automação incluídos”, calcula a dona da La Lampe. Esse valor, no entanto, não contabiliza lustres e abajures.

8. Como iluminar corretamente o banheiro?

“O melhor resultado combina três cenas. A primeira, para uso geral, leva lâmpadas frias, LEDs ou halógenas de baixa tensão. A segunda, concentrada na pia, emprega incandescentes, que possuem melhor reprodução de cor. A última disponibiliza um foco de luz suave, originado, por exemplo, num balizador com LEDs, para a utilização do ambiente durante a madrugada”, diz Alessandra. Para onde são feitas a barba e a maquiagem, Vitor indica circundar o espelho com incandescentes do tipo bolinha, como num camarim, “o que ilumina todos os lados e não gera sombras”.

9. Quais são os recursos indicados para os quartos?

Esses cômodos, assim como a sala, também exigem certo jogo de cintura, já que, se o quarto for ocupado por mais de uma pessoa, a iluminação deve contemplar usuários com hábitos distintos. “Instalar abajures ou pendentes dimerizados próximo da cama ajuda a não incomodar o parceiro quando você quiser ler ou levantar à noite”, aconselha Alessandra. Para a iluminação geral, vale investir em luzes difusas ou indiretas. No que se refere às lâmpadas, vá de incandescentes: além de dimerizáveis, possuem uma temperatura de cor (tonalidade da luz produzida) mais dourada, ideal para locais de descanso. “Evite luminárias com foco direto sobre a cama, que ofuscam quem está deitado”, diz ela.

10. E o home theater? Como fica?

Muitas vezes, o desafio reside em eliminar o excesso de claridade nesse espaço, o que se consegue com cortinas do tipo blecaute ou persianas. A ifm de permitir a leitura, Alessandra recomenda abajures com incandescentes, LEDs ou halógenas de baixa tensão (dimerizáveis, sempre). Já a circulação é facilitada por meio da instalação de LEDs em balizadores rentes ao piso. Quaisquer das lâmpadas citadas cabem na iluminação de uso geral do ambiente, porém com uma ressalva: os focos de luz devem ficar de fora do campo visual. Se possível, nas paredes laterais à TV.

11. Em áreas externas, o que é mais apropriado?

É importante comprar lâmpadas cujo Índice de Proteção, ou IP, seja adequado a espaços abertos. Ao destacar palmeiras e outros tipos de vegetação delgada, Guinter prefere luminárias com foco fechado – 8 ou 10 graus. Já espécies com copas densas, como ipês e seringueiras, demandam fachos mais abertos, a partir de 30 graus. Alessandra dá outra dica: “A iluminação de baixa tensão é ideal para o jardim, a fim de evitar choques. Pelo mesmo motivo, sugiro sempre LEDs de 12 volts ou pontos de fibra óptica para piscinas”.

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12. Qual o papel do projeto luminotécnico?

De forma resumida, ele é o planejamento dos circuitos de luz de uma casa, considerando o uso que se faz de cada espaço e as necessidades de quem a ocupa. Leva em conta aspectos humanos, arquitetônicos, financeiros e ambientais. Por exemplo, os circuitos devem ter um custo compatível com o que se quer gastar, a manutenção precisa ser fácil e barata e os elementos escolhidos não devem representar desperdício de energia nem prejuízos para a natureza. Esse projeto compõe-se de desenhos (plantas, cortes, perspectivas e detalhes) e memorial descritivo com as especificações de lâmpadas, luminárias e demais equipamentos.

13. Em qual momento deve-se pensar nesse projeto?

Recomenda-se que seja ainda na concepção da planta da moradia, pois as escolhas interferem em outras partes da construção, como no planejamento elétrico e até mesmo na alvenaria – no caso de sancas, rasgos no teto, luminárias embutidas.

14. Por onde iniciá-lo?

Certamente, não começa pela escolha de lâmpadas e luminárias, mas com percepções e um conceito que exprima o que a família precisa e deseja. O planejamento luminotécnico faz parte do projeto arquitetônico e para isso o arquiteto considera as particularidades de cada ambiente, as atividades exercidas ali, sem se esquecer da incidência da luz natural. Depois desse levantamento, é hora de interpretar essas ideias e colocá-las na prancheta.

15. Quem contratar?

Em geral, um profissional formado em arquitetura ou em engenharia, com competências técnicas que envolvem questões arquitetônicas, elétricas e humanas. O mais comum hoje é intitular essa pessoa de lighting designer, ou simplesmente arquiteto especializado em iluminação.

16. O projeto luminotécnico pode ser feito pelo mesmo arquiteto que está projetando a casa?

É preciso consultá-lo para saber se ele está disposto a assumir também o projeto luminotécnico. Se a ideia é fazer algo mais elaborado, ele pode contar com a consultoria de profissionais especializados, que dimensionam a captação e o controle da claridade e determinam os pontos e tipos de iluminação artificial adequados.

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17. Como dimensionar a elétrica da casa pensando no projeto luminotécnico?

Ele deve ser feito antes, pois traz as especificações de lâmpadas (tipo, potência e voltagem), transformadores e reatores. Com base nessas informações, elabora-se o sistema elétrico. Numa reforma, para evitar sobrecarga, um técnico avalia a construção e identifica qual carga há disponível e de quantas luminárias poderá dispor. Ele ainda orienta sobre como reforçar a instalação elétrica e minimizar as cargas para adequar a infraestrutura existente.

18. O que fazer em caso de reforma?

Também deve ser logo no começo, pois o processo é similar ao de uma construção. Mas há uma diferença: quando se projeta uma casa, você pode escolher o local de execução. Numa reforma há limitações, as intervenções são realizadas se possível, porque o local possui algumas condicionantes de estrutura, hidráulica e elétrica. O arquiteto ou engenheiro da obra terá de avaliar o que já existe e o que poderá ser feito naquelas condições.

19. Quais as consequências de fazer o projeto luminotécnico com a casa pronta?

Quanto mais tarde realizá-lo, mais trabalhoso e caro ele se tornará. Isso porque muitas vezes será necessário quebrar o que foi construído ou executar adaptações trabalhosas e custosas. Além disso, com a casa finalizada, restringem-se as opções de soluções integradas com a arquitetura. Nesse caso, o mais comum é optar por recursos simples e convencionais, como a colocação de spots e arandelas, que não acarretarão mudanças maiores.

20. Quantos pontos de luz são necessários para cada espaço?

Alguns aspectos devem ser considerados, tais como o tamanho do ambiente, o pé-direito, as cores que predominam no local (do acabamento e dos móveis), a maneira como o espaço é utilizado (por exemplo, para leitura ou para assistir televisão) e o modo de vida dos moradores. Para cumprir esse dimensionamento, o arquiteto ou luminotécnico pode lançar mão de programas de computação específicos e regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que indicam a quantidade recomendada aos tipos diferentes de tarefas.

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