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11 dúvidas sobre telhas

Leve em conta o estilo de sua casa e a inclinação do telhado antes de escolher as peças e não abra mão de contratar um engenheiro que projete uma estrutura sob medida para apoiá-las

Por Da redação
Atualizado em 19 jan 2017, 15h26 - Publicado em 1 dez 2006, 16h52
A Ziegel apresentou telhas portuguesas de cerâmicas com 28 opções de cores...

1. Qual é o primeiro passo para um bom telhado?

 

Tudo começa com um projeto específico para essa estrutura – esse estudo caminha junto com o da casa. Cabe ao arquiteto ou engenheiro desenhá-lo de acordo com o estilo arquitetônico da moradia e planejar os detalhes. Por exemplo: o peso da cobertura ficará apoiado numa laje ou haverá tesouras? E quais os melhores locais para apoiá-las? Onde ficarão as caixas d’água? O uso ou não do forro também faz parte dessas indagações – pois, como será fixado na estrutura, ele entrará na conta do dimensionamento das vigas. Com todos esses pontos esclarecidos, parte-se para o cálculo da estrutura e a escolha dos materiais.

 

2. Qual a melhor telha para minha casa?

 

Isso depende do estilo da casa, da inclinação do telhado e do preço que você está disposto a pagar… Ao eleger os critérios, não se deixe levar apenas pela aparência e custo. Os especialistas lembram ainda a importância de conferir se produto atende às normas técnicas que garantem a qualidade.

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Se você quer:

Durabilidade: fique com a cerâmica e o concreto. Existem telhados feitos há mais de 100 anos com peças de barro que continuam em bom estado. O concreto, mais resistente e impermeável que a cerâmica, também é uma boa pedida: alguns fabricantes oferecem 20 anos de garantia.

Economia: há modelos de cerâmica vermelha, como romana e portuguesa, com preços bastante convidativos. O fibrocimento figura entre as alternativas mais baratas, mas, em geral, fica destinada a áreas menos nobres da casa, como garagens.

Versatilidade: as chapas metálicas e de policarbonato admitem curvaturas, por isso se afinam com estruturas metálicas, igualmente maleáveis.

Leveza: telhas plásticas, metálicas e de fibrocimento têm menor peso por m², o que permite fazer uma estrutura menos robusta e mais barata.

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Rapidez: as peças de fibrocimento, plástico e metal agilizam a instalação, pois são grandes. No caso das metálicas, elas podem ser dimensionadas de acordo com o projeto.

Conforto térmico: a cerâmica é o material mais adequado ao nosso clima. Se preferir o concreto, lembre-se de que os tons escuros retêm o calor e,por isso, são indicados para as regiões frias. No caso do metal, é preciso recheio de poliuretano, lã de rocha ou lã de vidro para barrar a entrada de calor no verão e a saída dele no inverno.

 

3. Que características devem ser observadas na hora da compra?

 

Desde 2005, o verso das telhas deve marcar o número da galga média – distância entre as ripas do telhado – e o rendimento útil, que indica quantas peças cobrem o metro quadrado. “Isso permite a comparação de preços e a identificação da quantidade certa para a obra”, diz Antônio Carlos Pereira, do Sindicato da Indústria da Cerâmica para a Construção do Estado de São Paulo (Sindicercon-SP). Para se aperfeiçoarem, as normas das telhas de concreto também mudarão no fim de 2006. “Entre as novidades, está a exigência do teste de chuva simulada para a aprovação do lote”, revela a engenheira Juliana Ferreira, do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento (Sinaprocim).

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4. Como se sabe se uma telha é de qualidade?

 

O único material que possui programa de qualidade é o cerâmico. A forma mais simples de assegurar a excelência da compra é escolher peças certificadas pelo Centro Cerâmico do Brasil (CCB), órgão creditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). “A certificação não é obrigatória nem significa que um produto com o nosso selo seja melhor. Mas assegura a qualidade de todo o processo produtivo das telhas”, explica a engenheira Maria Luiza Tomé, do CCB. Observe o selo estampado nos modelos aprovados e a lista das telhas certificadas, disponível no site https://www.ccb.org.br.

 

5. Que problemas as telhas de má qualidade podem causar?

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Os problemas mais comuns são vazamentos e transtornos durante a troca de uma peca. No caso dos tipos cerâmicos, isso se deve à falta de padronização dos tamanhos do produtos. Porosidade alta é outro exemplo de problema recorrente que acomete tanto modelos de cerâmica quanto de concreto. Ao absorver muita água, o material quebra facilmente. “Principalmente quando uma pessoa anda no telhado para fazer manutenção”, explica Fúlvio Berçot Miranda, engenheiro do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).

 

6. Qual a relação entre o tipo de telha e a inclinação do telhado?

 

O estilo da casa tem tudo a ver com a inclinação do telhado, por isso ela deve ser definida já no projeto. Expressa em porcentagem ou em graus, é calculada por meio da seguinte fórmula:

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I= hx100/b

I= inclinação

h= altura

b= base

Quando a altura do telhado é igual ao comprimento da base, a inclinação é de 100%. Se ultrapassá-lo, será maior. Quanto mais alta a cobertura, mais inclinadas serão suas águas.

De tão importante, a inclinação do telhado determina o tipo de telha. Para que protejam eficientemente a casa da água das chuvas, é preciso que as telhas – de qualquer modelo e material – sejam instaladas de acordo com a inclinação mínima indicada pelo fabricante. Caso contrário, podem surgir vazamentos. A única alternativa para desobedecer a essa regra é acrescentar uma proteção extra, a subcobertura. Em outras palavras: toda vez que o caimento do telhado for menor do que o exigido para o modelo de telha escolhido, deve-se lançar mão dessa barreira impermeável. Informar-se da inclinação máxima também é indicado, já que esse número quando alto obriga a amarração das telhas nas ripas da estrutura.

A maioria dos modelos de cerâmica, de concreto e de vidro vai bem com inclinações entre 20 e 40%. Já as coberturas de metal, de fibrocimento e de policarbonato aceitam inclinações baixas, cerca de 5%.

 

7. Quando a amarração é necessária?

 

Em coberturas sujeitas a ventos fortes ou com inclinação igual ou superior a 40%, a medida evita o desprendimento ou o deslizamento das telhas. As peças dos beirais sempre devem ser amarradas. Para isso, utiliza-se arame de cobre ou uma opção mais barata, o galvanizado. Mas, para o último, atenção: seu uso não é recomendado no litoral, já que resiste menos a oxidação e deterioração.

 

8. Devo comprar por milheiro?

 

O melhor é saber o rendimento da telha por m². Multiplicando pela metragem do telhado, você fará uma compra mais precisa. Com o milheiro (mil telhas), o consumidor perde unidade de comparação, o que dificulta sua análise sobre os custos. Se preferir um modelo pequeno, atenção: “Quanto menor a peça, maior a quantidade por área, o que torna o conjunto pesado e exige mais madeiramento”, lembra o engenheiro Fúlvio Berçot Miranda, de São Paulo.

 

9. Como deve ser feita a manutenção do telhado?

 

Em geral, basta a chuva para deixar o telhado limpinho. Mais importante que o aspecto da cobertura são as condições da estrutura que a sustenta.

Cerâmica:

– Olhe o telhado por baixo. Está vendo pequenos fachos de luz? Mau sinal… Provavelmente há telhas quebradas ou fora do lugar. Isso pede correção imediata – ou você está disposto a enfrentar goteiras?

– Quando precisar trocar parte das telhas, evite misturar peças novas e velhas. Isso pode gerar problemas de encaixe, já que nem sempre as peças de fornadas ou fabricantes diferentes têm exatamente as mesmas medidas. O melhor é dispor as usadas numa das águas e as novas em outra.

– Em locais onde há muitas árvores, vale a pena varrer o telhado de vez em quando para retirar galhos e folhas acumuladas. Mas só faça isso com as telhas secas.

– Para eliminar o limo, nada melhor que esfregar as telhas com escova de cerdas duras. Água sanitária facilita o trabalho.

– Uma forma de retardar o depósito de sujeira na superfície das telhas não esmaltadas é impermeabilizá-las com resina acrílica ou silicone. Isso pode ser feito com as peças já instaladas.

 

Concreto:

– Podem ser lavadas no próprio telhado utilizando-se uma máquina de jato de água com pressão. Os fabricantes não recomendam nenhum tipo de produto químico.

Fibrocimento:

– Os equipamentos de jato de água também são úteis aqui. Pode-se empregar esponjas, mas não escova de aço. Para facilitar a remoção da sujeira, lance mão de água sanitária diluída em água, numa solução a 20%. Atenção: não se deve pisar diretamente sobre telhas. Use uma tábua apoiada sobre as terças.

Alumínio:

– Normalmente, a própria chuva lava essas telhas. No entanto, em locais com muita poluição, elas tendem a acumular fuligem, retirada com jatos de água e detergente neutro. Se estiverem muito sujas, a saída é apelar para o querosene (só no caso do alumínio natural, sem pintura).

– As peças pintadas sofrem desgaste natural e precisam de repintura externa a cada 15 ou 20 anos. Internamente, esse tempo aumenta para 25 a 30 anos. A tinta mais adequada é o esmalte sintético.

 

10. As telhas podem mudar de cor ao longo do tempo?

 

Sim, isso pode acontecer. A cor não faz parte do pacote de garantias do CCB. Isso porque a resistência e a durabilidade da pintura das telhas ainda não foram avaliadas nos laboratórios credenciados pelo Inmetro. “O consumidor conta apenas com a palavra do fabricante”, explica José Octávio Armani Paschoal. A presença do selo não significa imunidade a danos. “Mas, se eles ocorrerem, o consumidor conta com técnicos do CCB, que atendem a chamados de todo o país em até cinco dias úteis, para identificar a causa do problema”, diz José Octávio Armani Paschoal, presidente da entidade. “Se forem as telhas, obrigamos o fabricante a trocá-las”, assegura.

Cerâmica: se tingidas com pintura eletrostática, elas resistem mais contra a formação de gretas e a despigmentação. Já a resina acrílica à base de água está mais suscetível à descoloração. Sobre o esmalte cerâmico podem surgir fissuras, sobretudo em cores claras, que encardem com a poeira. Concreto: a coloração ocorre durante a fabricação da massa. “Peças coloridas com pó xadrez desbotam mais do que as tingidas com óxido de ferro”, explica Antônio Carlos Cavassani, gerente técnico da Tegobrás, em Duartina, SP. A resina, apesar de conferir brilho e lisura às telhas, deixa a superfície exposta a rachaduras.

 

11. Posso pintar as telhas de cerâmica?

 

Sim. “Mas comprar a telha já colorida vale mais a pena diz Gustavo Sbrissa, da Aldebarã, em São Paulo. Ele explica que a pintura dura só três anos. Nesse caso emprega-se produto com resina alquídica, como as tintas especiais da Globo ou Akzo Nobel. “E as telhas devem ser imersas na tinta, ou o risco de descascar aumenta,” orienta o químico Josias M. da Silva, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). O processo é trabalhoso. Envolve a retirada, a lavagem, a pintura e a reinstalação das telhas, etapas que podem não render bons resultados em termos de durabilidade e aspecto visual.

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