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Reforma une dois apartamentos e cria escritório e moradia

Chico e Wilma encararam uma reforma para conquistar uma condição privilegiada: agora, basta deslizar as portas azuis para chegar ao escritório, no apartamento vizinho

Por Por Joana L. Baracuhy (texto) e Mayra Navarro (visual) Projeto Shundi Iwamizu Arquitetos Associados | Fotos Luis Gomes
Atualizado em 19 jan 2017, 15h27 - Publicado em 10 set 2013, 18h59
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Leves e deslizantes, as portas azuis se abrem todas as manhãs, quando chega o primeiro aluno do dia. Chico, professor de português, cruza num piscar de olhos o apartamento recém-reformado para começar mais uma jornada de trabalho. Junto dele vem a mulher, Wilma, editora, que se instala em outro cômodo, usado por ela como escritório. Recente na vida do casal, a rotina surgiu depois de uma extensa reforma. A empreitada começou em 2011, quando os dois trocaram o condomínio nos arredores da capital paulista pelo apartamento num bairro mais central, habitado pelos dois filhos enquanto cursaram a universidade. “Os amigos dos meninos vinham para estudar. Daqui, saíram muitos trabalhos de conclusão de curso”, lembra Chico. Esse detalhe fez toda a diferença a hora de definir a quem caberia o projeto: íntimo da família e apreciador do prédio assinado pelo arquiteto moderno Telésforo Cristofani (1929-2002), o jovem Cesar Shundi Iwamizu – um dos antigos colegas – foi convocado para a tarefa. “Ele propôs uma solução genial, que traz para dentro as características externas do edifício, superpremiado”, segue Chico. De fato, para deixar os espaços abertos e joviais, conforme a encomenda, não bastava derrubar paredes. Mais que expor as colunas encontradas no miolo da construção, Shundi inverteu a posição de alguns ambientes e criou uma ampla faixa de circulação central, medida que confere uma agradável sensação de amplitude ao lugar. No meio da empreitada, Chico e Wilma arremataram o apartamento vizinho e o adaptaram parcialmente como local de trabalho. Bancadas de alvenaria moldada na obra ajudaram a unir os dois imóveis e reforçaram a presença do concreto, tão marcante na fachada. Além de garantir praticidade no dia a dia, desenham também armários e estantes que acomodam as centenas de livros acumulados pelo casal, em anos de leitura dedicada – prazer ampliado agora que eles não perdem mais tempo no trânsito paulistano.

Circulação renovada e muita luz natural

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O apartamento destinado à moradia, à direita na planta, perdeu as barreiras e se encheu de claridade. Na unidade de trabalho, à esquerda, pouco foi transformado.

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1. Porção inalterada.  A mãe de Wilma se mudou para o segundo imóvel no final da obra. Para que ela tivesse autonomia, cozinha e lavanderia foram preservadas e um dos quartos virou sala.

2. Cartão de visitas. Adquirido depois, este apartamento foi mantido praticamente intacto, exceto pela sala onde Chico leciona, que ganhou acabamentos e móveis de alvenaria iguais aos do vizinho.

3. Novo desenho. Um corpo central (que pode ser circundado) reúne os ambientes de serviço. Cozinha e banheiros trocaram de lugar, configurando os atuais lavabo e lavanderia.

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Área: 120 m² + 120 m²; Projeto: Cesar Shundi Iwamizu e Livia Ribas; Construção: Nartex; Ar-condicionado: Paulo Ronaldo Neto; Iluminação: Reka 

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