Reforma em apartamento deixa a cozinha aberta para a sala
A paixão pela culinária impulsionou a transformação deste apartamento paulistano, onde reina a espaçosa cozinha aberta para a sala, cenário de animados jantares semanais
Por Por Denise Gustavsen (texto) e Fernanda de Castro Lima (visual) | Projeto Luciana Penna | Fotos Eveyn Müller
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20 Dec 2016, 23h47 - Publicado em 2 Sep 2014, 23h48
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1/11 (Eveyn Müller)
O patchwork de azulejos (Pavão revestimentos) veste a parede acima da bancada de aço inox (Fritomaq) e dá colorido à cena. Uma grapa metálica fixa a mesa de madeira de demolição na ilha de alvenaria, equipada com cooktop (electrolux) e coifa (Falmec)
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2/11 (Eveyn Müller)
Alexandre Pernet, morador
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3/11 (Eveyn Müller)
De madeira de demolição, as prateleiras foram parafusadas na superfície pintada de cinza (Coral, ref. estratosfera, 40YY 73/028).
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4/11 (Eveyn Müller)
Efeito cru. A derrubada da parede expôs a viga e a coluna em V, que foram descascadas e tratadas com selador à base de água. Engastado na parede e na coluna, o sofá de concreto em L, desenhado pela designer, leva revestimento de madeira de demolição. No trilho, os spots dirigíveis (RK.12030, da Reka) que iluminam
o canto da TV mudam a atmosfera do ambiente de acordo com seu foco. Coladas na alvenaria, lâminas (2 cm de espessura) de pau-ferro disfarçam as portas do lavabo e do quarto. O chão do apartamento inteiro leva Tecnocimento (NS Brazil) acinzentado, recurso que promoveu unidade visual.
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5/11 (Eveyn Müller)
Folhas de pau-ferro finalizam a entrada dos dois banheiros da suíte.
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6/11 (Eveyn Müller)
Na suíte, a cabeceira se harmoniza com o cinza do piso.
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7/11 (Eveyn Müller)
Exibindo o mesmo revestimento cimentício, o banheiro ganhou deck de cumaru e pastilhas cerâmicas (Jatobá) no boxe.
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8/11 (Eveyn Müller)
No lavabo, a cuba (Deca) se apoia sobre dois barris de chope (Mercado Livre) soldados. Piso emborrachado
da Revitech.
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9/11 (Eveyn Müller)
Teto Limpo. Não há rebaixo de gesso, somente três demãos de tinta látex branca (Coral). Assim como o piso inteiramente cinza, o matiz é responsável por uniformizar o visual dos ambientes e emoldurar o belo painel de madeira da sala. Pendente (rk.01056) da reka.
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10/11 (Eveyn Müller)
Forma e função. A coluna, que sobrou quando a parede veio abaixo, tornou-se o limite da sala de TV e manteve a privacidade deste canto.
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11/11 (Eveyn Müller)
Remoçado em quatro meses. Dos três quartos sobrou apenas um, cujas fronteiras se ampliaram. O restante do espaço foi anexado à cozinha-sala. Paredes? Só para esconder a suíte e seus dois banheiros. Área: 136 m²; projetos estrutural, Elétrico, hidráulico e execução: Fernando Leite; Projeto luminotécnico: Reka.
Momento especial em minha vida, no qual o prazer de reunir gente querida em torno de comida gostosa, boa música e papo legal abriu um novo caminho. Trabalhei anos em agências de publicidade, mas minha vocação genuína sempre foi a gastronomia. Quando comprei o imóvel antigo, nos Jardins, há quatro anos, convidei a Luciana Penna para reformá-lo. Desde o início, a designer de interiores sabia que uma cozinha-sala espaçosa, funcional e agradável era uma das premissas da remodelação. Entreguei a ela o livro 150 Best Loft Ideas [Harper Collins], cheio de referências que me interessam, a exemplo do mix de madeira, aço e concreto aparente. Como somos amigos desde 1999, a Lu captou bem o espírito e soube traduzir esses sonhos num desenho fluido, repleto de soluções e com barreiras visuais apenas na ala íntima. Adorei a sugestão de inverter o senso comum e deixar o cimento no piso, reservando as paredes para a madeira. Também aprovei a proposta de uma suíte com dois banheiros, um exclusivo para mim e outro para minha namorada. Isso se mostrou essencial, fez bem à privacidade de cada um. O ponto alto do projeto, porém, é realmente a área social. Nada me dá mais satisfação do que preparar os pratos cercado de amigos, liberados para palpitar à vontade no tempero. Tudo regado à boa cerveja. Essa mecânica descontraída ajuda a testar receitas, que, depois, sirvo com meu sócio no The Soul Kitchen, uma plataforma de gastronomia, música e arte. A iniciativa surgiu aqui como brincadeira. Assim que ganhou corpo, tornou-se nômade e passou a acontecer em endereços variados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Cheguei a reunir semanalmente até 30 pessoas em casa, mas, diante do crescimento do público, decidimos profissionalizar o encontro. Aí, o hobby virou trabalho. Claro, mantenho até hoje reuniões menores com os mais chegados e familiares. Meu negócio são os pratos simples, como rabada, apresentados com clima de casa de vó, em meio a boas risadas. Era exatamente uma cozinha assim, para celebrar momentos de felicidade, que eu imaginava . Alexandre Pernet, morador