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Reforma de casa aproveita materiais e rende jardim no quintal

Na casa paulistana de 214 m², a visão do jardim e a presença de detalhes que revelam o passado da antiga construção contam a história de uma reforma feliz.

Por Por Amanda Sequin (Texto) e Deborah Apsan (Visual) | Projeto Marins Arquitetura | Fotos Evelyn Müller
Atualizado em 19 jan 2017, 14h05 - Publicado em 8 abr 2015, 13h35

Esta história começa com um telefonema inesperado. Já haviam se passado dois anos desde que o arquiteto Fábio Marins e sua mulher, Mariana, desistiram de buscar a casa dos sonhos e seis meses do dia em que entraram num apartamento recém–reformado. No entanto, bastou o corretor ligar oferecendo uma proposta sem compromisso para o ciclo de mudanças recomeçar. “Topei ir ver o imóvel. A fundação estava precária. Mesmo assim, consegui enxergar ali, na mesma hora,a casa-pátio que eu tanto queria. Fui tachado de louco quando fechei negócio e, num fm de semana, passei para o papel tudo o que estava na cabeça”, recorda Fábio com um sorriso, claramente orgulhoso da escolha. Mineiro radicado na capital paulista há quase 15 anos, ele ansiava por um espaço amplo, onde a natureza se impusesse. E, sim, a configuração da área permitia transformar o tímido quintal num belo jardim. Dessa forma, o arquiteto logo reservou na planta um bolsão verde de 52 m², com a premissa de voltar todos os cômodos para esse trecho. A construção, no entanto, mostrou-se muito frágil. Quando começou a remoção do revestimento, as paredes de tijolos assentados no barro praticamente balançavam. Seria muito mais fácil derrubar por completo e preparar o terreno para uma obra 100% nova, porém Fábio teve punho. “Para mim, era importante preservar a história, prática que vem se perdendo em São Paulo. Deu trabalho, pois foi um processo quase artesanal. Mas o prazer compensou”, avalia. Fio a fio, as superfícies foram raspadas e, então, receberam uma camada de malha de aço e cimento. A fim de estruturar o pavimento superior, inexistente no projeto original, o proprietário usou os mesmos pilares do térreo e inseriu uma viga metálica, viabilizando grandes aberturas para a parte externa. Além dos tijolos, que permaneceram visíveis, por aqui figuram portas e janelas da velha morada, seja em posição diferente, seja em funções inusitadas, como a de tampo de mesa ou base para espelhos. Segundo Fábio, o aproveitamento da madeira e de outros materiais beirou 80%, o que representa bela economia. No fim das contas, a residência ficou do jeitinho que ele imaginou quando pôs os pés nela pela primeira vez. Simples, contemporânea e paulistana – e com o sotaque mineiro de seus moradores.

Mais espaço, conforto e verde

O pavimento superior foi construído do zero na reforma, que durou dez meses. Com algumas paredes a menos, o térreo de 115 m² ganhou amplitude. O escritório com entrada separada foi construído do zero.

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A garagem fica abaixo do escritório construído, e divide espaço com a despensa, que dá acesso à casa. Área total da casa: 214 m²; Gerenciamento de projeto: Sonia Pato Vila/ Marins Arquitetura; Projeto Paisagístico e luminotécnica: Fábio Marins/ Marins Arquitetura; Construção: FHN Marins Construções e Macedo´s Construções; Elétrica: JM Elétrica; Iluminação: Lustres Yamamura; Madeira e Pisos: Zanchet; Marcenaria: Edmilson A. Santos Marcenaria Artesanal; Jardinagem: Donizete Jardinagem e Uemura Flores e Plantas; Granitos: Pedras Santa Claudia. 

 

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