Para os sentidos
Para os sentidos: A iluminação tira partido dos ângulos e fendas de uma arquitetura contemporânea

Nesta casa de 948 m2 desenhada pelos arquitetos Henrique Reinach e Maurício Mendonça, de São Paulo, a luz passeia desenvolta por inesperados recortes e reentrâncias. “Foi um trabalho desenvolvido em conjunto para valorizar a volumetria e ressaltar o belo projeto arquitetônico”, diz o arquiteto Gilberto Franco, que assina o projeto luminotécnico com o sócio, Carlos Fortes. Plenamente integrada ao entorno, a fachada da construção dá mostras dessa sintonia entre os quatro profissionais. No corredor que conduz ao escritório do morador figura poderosa, e com o devido destaque, uma tela assinada por Cândido Portinari (1903-1962).

Artificial ou natural, a luz é bem usada
O projeto arquitetônico desenvolveu-se em torno do jardim com espelho-dágua (paisagismo de Maria Helena Cruz). Assim, a maior parte da construção está voltada para essa porção do terreno através de amplas esquadrias e também de sinuosas passarelas. “Uma de nossas metas foi privilegiar tanto os raios solares quando a iluminação artificial noturna”, explica Reinach. “Fizemos aberturas zenitais para a entrada da luz natural, que também abrigam as sancas que funcionam à noite.” O corredor, pontilhado por seteiras, aninha a tela de Portinari destacada por luminárias orientáveis presas no forro com anel antiofuscamento, lâmpada dicróica e filtro difusor. “O interessante é que, graças a essa iluminação noturna, o quadro é visto não apenas do jardim mas também da sala de estar, situada no extremo oposto do pátio”, completa Reinach.
Arquitetura: Henrique Reinach e Maurício Mendonça
Iluminação: Gilberto Franco e Carlos Fortes