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Estas paredes de concreto moldado remetem às antigas taipas

Embora esta casa não seja de terra, o método construtivo lembra antigas paredes de taipa. Aqui, o concreto colorido com óxido de ferro foi moldado com fôrmas de madeira

Por Reportagem Marianne Wenzel (texto) | Design Marize Sciessere e Júlia Blumenschein | Ilustrações Fabio Flaks | Fotos Leonardo Finotti
Atualizado em 19 jan 2017, 15h38 - Publicado em 20 abr 2012, 17h54

Difícil dar nome à tonalidade que tanto marca esta casa. Pelas fotos, parece algo rosada. Mas tudo muda ao visitá-la – ou melhor, ao percorrê- la observando seu comportamento sob as variações de luz. Cor de terra, talvez? O arquiteto Fernando Viégas, do escritório paulistano Una, acredita que essa é mesmo a definição mais adequada. “Gosto de comparar essas paredes de concreto à taipa”, conta ele. Isso porque ambas são erguidas com fôrmas de madeira e o tom, neste caso, ficou muito semelhante. Que o azul-cobalto, primeira opção do casal de clientes, ambos advogados, tenha se mostrado uma opção muito cara (esse pigmento custa cerca de 20 vezes mais que os terrosos) apenas reforçou a coerência da analogia.

Conheça mais sobre a construção

 

A confiança nos arquitetos durante esta etapa tão delicada da obra – a escolha de uma cor que permaneceria para sempre impregnada na estrutura – traduz a qualidade da relação que se estabeleceu ali. “Eles tinham acabado de projetar uma casa de campo para nós. Mas, na hora de construir, desistimos para priorizar a vida em São Paulo e nos mudar mais para perto da escola das nossas filhas”, conta o morador. “Então começamos um novo processo, desde a escolha do terreno”, fala a arquiteta Cristiane Muniz, do Una. Não demorou para que encontrassem o lote de 530 m2 com vista promissora, parcialmente encoberta por um muro alto nos fundos. “Entender essa qualidade do terreno foi uma grande sacada do Fernando e da Cris. Eles baixaram o muro e, assim, a casa ficou na altura da copa das árvores da rua de baixo”, descreve o advogado. No andar de cima, o olhar alcança mais longe, e do solário acompanha-se o anoitecer na metrópole, para então, de repente, ver estrelas. “Estamos totalmente inseridos na cidade, mas também muito próximos da natureza”, fala. Desse jeito, a casa de campo vai mesmo ficar na fila de espera…

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