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Contêineres viram casa prática e barata de 70 m²

Direto das docas de Santos, as grandes caixas metálicas abrigam cômodos e barateiam o custo da obra , que pode ser concluída em apenas dois meses.

Por Reportagem Denise Gustavsen | Infografia Débora Vieira e Manoel Vitorino Junior
Atualizado em 19 jan 2017, 13h41 - Publicado em 25 jan 2012, 17h39

Tempos modernos pedem soluções inovadoras. Com essa ideia em mente, o arquiteto Frederico Zanelato lançou mão de uma proposta eficiente e barata para desenhar a própria casa. Recém-divorciado, queria o novo endereço amparado no tripé economia, sustentabilidade e rapidez. E encontrou a saída em contêineres descartados, cada vez mais usados em projetos residenciais no mundo todo. Para estruturar a construção, comprou quatro deles nas docas de Santos, por R$ 5 mil cada um, e mandou entregar no canteiro de obras em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo (o frete custou R$ 1 800). O sistema construtivo escolhido e a topografia plana do lote validaram a fundação radier – tipo de laje rasa de concreto armado, que distribui o peso da construção de modo uniforme no terreno. Graças à opção, reduziram-se o custo e o tempo de execução em 20% –  R$84,5 mil no total para que a obra fique pronta em 60 dias. Para garantir o conforto térmico, o arquiteto implantou a residência num local mais sombreado e previu ventilação cruzada. “Testei várias soluções até definir a composição”, explica Frederico. “Mas, como é tudo parafusado, posso mudar a planta sem quebra-quebra ou transportar a casa para outro lugar.”

Quanto vai custar

Projeto arquitetônico: R$ 8 mil.

Acompanhamento da obra: R$ 13 500.

Projetos estrutural e de fundações: R$ 1 200.

Projetos hidráulico e elétrico: R$ 1 850.

Mão de obra: R$ 20 620 (inclui técnico em steel frame, eletricista, encanador, vidraceiro e serralheiro).

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Material: R$ 41 204.

Tempo: 60 dias.

* O valor de R$ 1 542,85 por m² fica pouco acima do Índice A&C de outubro de 2011 para construções de padrão médio na região Sudeste, avaliado em R$ 1 401,10.

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Como construir

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1. Cobertura: o arquiteto fechou o vão da escada de metal, posicionada no centro da planta, com esta cobertura de vidro laminado (20 mm de espessura). O recurso permite aproveitar melhor a luz solar.

2. Paredes: mantiveram-se as cores originais dos contêineres. Eles foram só lavados e receberam uma demão de base antioxidante (Armatec) na superfície externa. As paredes internas ganharam um sanduíche de lã de rocha e fechamento de gesso acartonado pintado, que embute tanto a fiação quanto a instalação hidráulica.

3. Energia solar: sobre o quarto, seis placas coletoras de 1 x 1 m e um boiler de 660 litros, fornecidos pela Astrosol, formam o sistema que garante água quente à moradia.

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4. Fundação e estrutura: apenas os parafusos das quatro chapas metálicas, chumbadas nos cantos da laje, estão aparentes. Com os quatro cantos parafusados nesses pinos, o contêiner fica bem preso à fundação. Cada um dos módulos superiores, por sua vez, tem os quatro cantos parafusados nos contêineres térreos.

5. Aberturas: esquadrias metálicas parafusadas na radier e nos contêineres seguram os painéis móveis de vidro temperado com 10 mm de espessura.

6. Pisos: no interior, a peroba de demolição reveste as áreas secas, e a ardósia preta cobre as molhadas. N pavimento superior, os dois terraços ganharam deck de ipê.

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