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Casa em São Paulo, com muita madeira e vista para árvores

Das salas, vê-se o jardim. Da biblioteca, também. Mesmo dos quartos, no segundo andar, a paisagem é verde. Aqui, dentro e fora estão em acordo

Por Por Debora Apsan (visual) e Silvia Gomez (texto) Fotos Andrés Otero
Atualizado em 16 fev 2024, 15h04 - Publicado em 14 fev 2014, 15h30
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Como podem se materializar numa casa as ideias etéreas de transparência e liberdade? Intuitivamente, pensamos em integração, espaços abertos e painéis de vidro. Parece simples, mas ambientes assim pedem boa dose de razão em sua estrutura. Neste projeto, concebido por Mauro Munhoz, ela mistura concreto aparente branco e aço corten – uma novidade na produção do arquiteto, conhecido pela pesquisa com madeira. “Queríamos dissolver a fronteira, a sensação de limite entre a construção e o jardim. Para atender aos pedidos dos moradores, que eram muitos, criei dois blocos. O comprido e fechado se volta para as atividades que demandam menor conexão com o verde, como a circulação vertical, e o aberto, com profundidade visual, abrange toda a área social”, explica Mauro. Nas salas envidraçadas, obras de arte encontraram lugar em paredes componentes da própria caixilharia. São trechos pontuais, elaborados milimetricamente para não interromperem a imersão na paisagem: o pátio central, o vasto gramado, a raia, os muros coloridos de azul, as dracenas e os jovens ipês-amarelos recém-plantados em linha reta. Lá no fundo, o olhar alcança um convidativo anexo de 53 m². O que será? De perto, veem-se estantes com incontáveis livros organizados até o teto. Biblioteca agradável e silenciosa, repleta de luz natural. “Alocá-la nesse espaço foi uma forma de ativar o final do terreno, que não termina de repente num muro, mas numa experiência relevante para o dia a dia da família, o que só reforça a integração ao jardim.” O cumaru pode não compor a estrutura, porém se faz bastante presente. Está nos decks, nos pisos internos, na fachada e até nos brises pivotantes, inseridos sob os grandes beirais do primeiro andar. “Esses elementos nascem como prolongamento da laje, não são uma solução postiça”, observa Mauro. Além de suavizar a entrada de sol, os brises concedem aos proprietários o controle da privacidade nos quartos (a suíte principal volta-se para a rua). É que, ali, a ideia de transparência pode, quando anoitece, fazer uma pequena pausa.

 

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