Continua após publicidade

Casa de três pavimentos domou o terreno inclinado em São Paulo

Madeira, concreto aparente e amplas aberturas traduziram com fidelidade o jeito de morar dessa família: em contato com a natureza e enchendo o quintal de brincadeiras.

Por Reportagem Denise Gustavsen e Eliana Medina | Design Manoel Vitorino Junior | Ilustrações Campoy Estúdio
Atualizado em 20 dez 2016, 17h53 - Publicado em 2 mar 2012, 13h14

Desenhar a casa dos sonhos de uma família requer mais do que técnica. É preciso saber ouvir (e entender) quem irá viver nesse espaço ainda inexistente. O arquiteto Caio Marin dedicou tempo a essa fase com seus clientes, a administradora de empresas Sabrina Molina e o advogado Pedro Baracui, decididos a trocar o apartamento onde moravam por uma residência ensolarada, funcional e integrada a um belo jardim. Ao profissional coube alinhavar essas aspirações e o lote inclinado numa proposta sem grandes ousadias, já que o orçamento inicial era de R$ 450 mil. Para evitar escavações volumosas, segurar os gastos e não criar uma construção enterrada, úmida e sombreada, o arquiteto partiu de um platô no topo do terreno, 7,80 m acima da rua, de onde se prolonga o nível principal da morada. O resultado espelha o sucesso da parceria entre Caio e Sabrina, que assumiu o controle da rotina da obra.

“Ao comprar o terreno, em 2005, ficamos assustados com sua inclinação. Mas o preço e a localização eram bons demais para perder o negócio. Pensamos até em reformar a casinha antiga. O custo alto nos fez mudar de ideia e então chamamos o Caio, que já era nosso amigo, para criar um novo desenho. Como imaginávamos um projeto que aproveitasse madeira de demolição, antes mesmo de começar a obra passei a arrematar lotes inteiros de peroba, diretamente de demolidoras, e a estocá-los num terreno vazio do meu pai. Queria evitar intermediários. Foi um árduo trabalho de garimpagem. Logo no início da construção, decidi assumir o canteiro para controlar melhor os gastos e cuidar de tudo com mais carinho e atenção. Hoje só lamento ter economizado na mão de obra – aprendi que, para evitar dor de cabeça e ter o serviço bem executado, é melhor gastar mais e contratar pintores, pedreiros e eletricistas qualificados.”