Casa de praia reaproveita a estrutura de um antigo sobrado
Pouso de lisboetas, este refúgio no litoral cearense aproveita a estrutura de um antigo sobrado. Somaram-se o segundo piso, um telhado surpreendente e uma pele de madeira
A carioca Angela Sousa deixou o Brasil há 43 anos para estudar medicina em Portugal. Lá conheceu seu marido, o empresário Juliano Sousa, exerceu sua carreira e teve uma filha que se formou arquiteta. Quando o casal se deu conta de que chegava a hora de se aposentar, lançou-se à ideia de construir uma casa de veraneio para passar parte do ano longe do inverno europeu. Escolhemos o Brasil por tratar-se de um retorno às minhas origens, conta Angela. Sem pressa, ela e Juliano investiram alguns anos organizando expedições para percorrer todo o litoral em busca de um local de fácil acesso que tivesse, principalmente, uma beleza natural daquelas que ainda conseguem nos surpreender todos os dias. Vasculharam desde o Maranhão até Santa Catarina e decidiram-se pela improvável Mundaú, no Ceará. É uma praia linda. Tem areais desertos, corais com piscinas naturais apenas visíveis em grandes marés baixas, dunas com lagoas de água da chuva e um manguezal fervilhando de vida. Tão ou mais importante, um povo superacolhedor, muito puro, simpático, do bem. O que pedir além disso?, conta a médica. Certo de haver encontrado, enfim, seu porto em terras brasileiras, o casal arrematou um sobrado e chamou os arquitetos da família para reformá-lo. Patrícia Sousa, a filha, e seu marido, Vasco Correia, que então moravam em Londres (trabalhando nos escritórios AHMM e Foster+Partners, respectivamente), animaram-se e abdicaram de suas posições para dedicar-se ao projeto.