Atmosfera européia
Conhecida por seu estilo contemporâneo, a arquiteta mineira Ângela Roldão surpreende ao criar uma decoração clássica com toques orientais no morro do Chapéu.
Incrustada nas montanhas que cercam Belo Horizonte, esta casa pode ser traduzida como um desafio prazeroso para a arquiteta Ângela Roldão. Como acontece todas as vezes em que é solicitada para um trabalho, ela mergulhou em pesquisas na busca de referências, mas, neste caso, um pouco mais do que o habitual. Famosa por seus projetos contemporâneos, Ângela não exitou quando surgiu o convite de uma antiga cliente para que ela reformasse o refúgio de campo da família. Diferentemente das linhas retas e das cores sóbrias, os anseios dos moradores vislumbravam o conforto dos fins de semana em meio a uma atmosfera campestre europeia, com delicados toques orientais. Em cada detalhe, percebe-se que os pedidos foram prontamente atendidos. “Aprecio muito viajar e, apesar de gostar de conhecer lugares novos, vou à Europa pelo menos uma vez por ano. Em cada país que visito, fico de olhos bem abertos. É assim que me inspiro”, explica a arquiteta.
O azul-hortênsia é a base neutra da decoração, que abriga outras muitas cores, tão alegres quanto o casal de moradores. Para criar um clima palaciano, rodapés altos finalizados com um friso dourado, desenhado pela equipe de Ângela, e a lareira de mármore carrara combinado com o nero marquina. A leveza do campo aparece nas estampas florais, que recobrem os estofados e as paredes do quarto, e nos elementos orientais, presentes nos móveis chineses e no painel tibetano em que figura um tigre. Entre os objetos e as obras de arte, há muitas peças que já faziam parte do acervo da família, outras foram escolhidas a dedo pela arquiteta em companhia da proprietária. Ângela destaca as tapeçarias gobelin nas paredes e os tapetes aubusson, além da coleção de gravuras do Rio de Janeiro antigo e dos vasos de porcelana do século 19 sobre a lareira. “Com todas as alterações feitas, não só a arquitetura mudou; mudaram também os hábitos familiares. O cuidado da arquiteta na escolha dos materiais, cores e peças foi primordial para deixar os ambientes mais acolhedores, além de se tornarem mais iluminados e confortáveis. A satisfação de participar ativamente dessas escolhas foi imensa”, diz a proprietária, que faz questão de reunir a família em sua nova casa de campo sempre que possível. “Ultimamente, me causa prazer variar em cada projeto. Apesar do meu gosto para o moderno, fico contente em fazer algo novo e que se pareça com as pessoas que lá vão morar. Acho que tem dado certo. Os proprietários ficam felizes e eu me divirto muito”, revela Ângela.