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Márcia de Luca: Um novo enredo para 2014

Márcia De Luca é especialista em ioga, meditação, ayurveda e uma das idealizadoras do movimento Yoga pela Paz. Também assina a coluna Coisas da Alma, da revista CLAUDIA.

Por Texto: Márcia de Luca
Atualizado em 14 dez 2016, 12h20 - Publicado em 17 dez 2013, 19h33
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Num piscar de olhos, chegamos ao final de 2013, momento propício para se reavaliar o ano que passou. Por isso, convido você, querido leitor, a se debruçar demoradamente sobre pensamentos, palavras, emoções e ações. Peça auxílio ao intelecto, mas insista para que ele se esmere em discriminar as coisas sem sair por aí distribuindo julgamentos. Aviso de antemão que será necessário manter o ego na linha. Do contrário, ficará difícil não se contaminar pela ânsia de poder, de controle e de aprovação, tendências típicas dessa porção do nosso ser.

Reserve um dia folgado para realizar esta meditação e encontre um lugar tranquilo na sua casa. Minimize as chances de ser interrompido por distrações ou barulhos. Tranque portas, desligue o celular e o telefone. Facilite o processo. Só então, feche os olhos e imagine-se sentado confortavelmente numa poltrona de cinema. A tela exibe um filme 3D, cujo enredo são os episódios vividos por você em 2013. Observe o entra e sai das cenas com a maior riqueza de detalhes possível. Continue observando, simplesmente observando. Repito, sem formular julgamentos nem críticas.

Em primeiro lugar, perceba como, em muitos momentos, você viveu no piloto automático, desatento ao que fazia. Muito provavelmente, motivado pelo “instinto de rebanho”. Aquele álibi batido: “Todo mundo faz. Qual é o problema?”. Sem dúvida, você correu demais, porque todo mundo corre; bebeu demais, porque todo mundo bebe; trabalhou demais para adquirir mais posses e notoriedade, pois o ego da humanidade necessita disso. Pasme, você vem repetindo esse padrão de comportamento ano após ano, o que só intensifica essas atitudes danosas.

No meio do frenesi, sequer damos conta do que realmente acontece ao redor. Que dirá dos desdobramentos íntimos. Quantas coisas prazerosas e significativas você deixou de fazer por causa do desatino? Aonde quer chegar nessa carreira? Convertidos em nossos próprios observadores, nos tornamos capazes de constatar o grande nó: o fato de que atropelamos a existência. Que tal transformar essa descoberta em mudança?

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Saiba que é sempre tempo de rever e reformular padrões de comportamento. Sentir culpa pelos equívocos e se arrepender dos deslizes só irá reforçar a postura de vítima. Prefira o lema: “Ano novo, paradigma novo”. O erro nasce da coragem de tentar. Portanto, abrace o fracasso como uma linda oportunidade de crescimento. A partir dele, fazemos novas tentativas, com mais firmeza e sabedoria. Não por acaso, o sucesso, em geral, só chega depois de muito se errar – e aprender, claro.

Mas não desviemos a atenção para projeções futuras. Você continua no cinema e a telona diante dos seus olhos o convoca a melhor preencher o presente. Trabalho de formiguinha que demanda um gesto consciente após o outro. Procurando aprimorar pensamentos e ações e, consequentemente, elevar a qualidade dos relacionamentos. Esse permanente exercício, ao contrário de fórmulas milagrosas e receitas de fim de ano, tem, sim, o poder de formar seres humanos mais serenos e despertos. Feliz Natal e um próspero 2014, sem pressa!

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