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Jardim bom para cachorro. E para gato!

Plantas à prova de pets: elas não oferecem riscos e resistem às travessuras

Por Texto Giuliana Capello e Daniella Grinbergas (Colaboração) | Fotos Marcos Lima
Atualizado em 22 nov 2022, 11h04 - Publicado em 18 nov 2013, 18h21

Quem tem um canto verde em casa ou no apartamento e um bicho de estimação sabe que uma hora o mascote vai se aventurar por essa área, mastigar algumas plantas e cavoucar a terra na maior alegria. Aprenda a tornar o local à prova de travessuras, preservando o paisagismo e a segurança dos animais.

Conheça os bichinhos de estimação dos profissionais do núcleo Casa & Construção da Editora Abril.

Dicas de quem sabe de verde e de bichos

O botânico Gil Felippe

– Para cachorros e gatos, vale a mesma listagem de plantas tóxicas, exceto pelos lírios, que colocam em perigo apenas os felinos, e pela macadâmia, que faz mal somente aos cães.

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– Disponha pedaços de limão e citronela em locais aonde os bichos não devem chegar. O aroma forte costuma afastá-los.

A adestradora Tarsis Ramão

– Enriqueça o ambiente do animal com brinquedos: eles vão entretê-lo e evitar o interesse pelas plantas.

– Não mexa no jardim na presença de seu pet para evitar que ele suponha que pode imitá-lo.

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– Emitir um barulho no instante em que o flagra fazendo arte ensina-o a não repetir o ato.

A paisagista Marisa Lima

– Ao compor barreiras para manter o mascote longe do paisagismo, jamais utilize espécies com espinhos ou donas de formatos que possam machucá-lo.

– No cantinho dos pets, plante sementes de ervas apropriadas a eles. Essa é uma alternativa saudável para quando precisarem se medicar.

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Um canteiro bem tratado capta muitos olhares, inclusive dos pets, que enxergam ali um parque de diversões. E quando eles recebem passe livre para esse paraíso, quase sempre o resultado são buracos no solo e folhagens mordiscadas e arrancadas. Alguns cuidados podem evitar que o convívio acabe mal, a começar pela escolha das plantas. Eleja as mais resistentes, com caules e folhas firmes, a exemplo das palmeiras fênix, ráfis e cica, das arbustivas pleomele e buxinho, e das trepadeiras, como a tumbérgia. Já o gramado não tem vez: “A urina dos bichos é ácida e queima a grama. Não bastasse isso, nenhuma espécie suporta o pisoteio contínuo”, diz o paisagista Marcelo Faisal, de São Paulo, com base em sua própria experiência. “Como a forração morria, troquei boa parte dela por pedriscos e condicionei meu cão a fazer xixi apenas nas pedras”, fala. O tapete verde que restou fica fora do caminho do pet e permite a passagem eventual dos moradores – para locais de pouco tráfego, Marcelo indica as gramas são-carlos e esmeralda. Situação semelhante viveu a designer Mônica Cintra, que já cultivava um jardim quando o vira-lata e o são-bernardo chegaram. “Muitas plantas morreram, pois os machos demarcavam seus territórios”, lembra. Ela também apostou nos pedriscos sobre a terra e substituiu as variedades baixas por árvores e arbustos estruturados. “Hoje tenho palmeiras, murtas e jasmim”, relata. Para não abrir mão da coleção de orquídeas e bonsais, pendurou-os em troncos e arranjos verticais fora do alcance das patinhas. Outra boa solução vem da arquiteta e adestradora Ana Hanashiro. Os vasos com suas espécies preferidas não despertam o interesse dos três cachorros e da gata pois há um canteiro, só deles, repleto de delícias que podem ser mordiscadas: “Plantei ali uma mistura de sementes de alpiste, painço, milho e ervinhas que fazem bem”, ensina.

O perigo mora no quintal

Como todo cuidado é pouco com pets arteiros, exclua a vegetação que machuca, a exemplo das pontiagudas e espinhosas coroa-de-cristo, espada- -de-são-jorge e roseira. Descarte, ainda, as plantas tóxicas, que provocam irritações e podem levar à morte se ingeridas em grande quantidade. São elas: azaleia, hortênsia, alamanda, mamona, bico-de-papagaio, samambaia, copo-de-leite, comigo-ninguém-pode, espirradeira, costela-de-adão, macadâmia e lírio. E não é só por curiosidade que os animais mastigam as folhas. A maioria come gramíneas ao sentir desconforto estomacal e quando precisa provocar o vômito – os gatos usam esse método para liberar bolas de pelos que engolem em sua higiene. “Se não avistarem grama, podem escolher uma espécie tóxica”, alerta o botânico Gil Felippe. Fique de olho nos rótulos de adubos e inseticidas da jardinagem, pois alguns podem ser nocivos.

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Aprendendo as regras da casa

Os cães, principalmente, precisam de ambientes estimulantes para gastar energia, segundo a adestradora Tarsis Ramão, da Cão Cidadão. “Porém, dá para ensiná-los que em alguns lugares não podem mexer”, diz. Eles são capazes de aprender a não entrar no local sem que sejam monitorados, mas não adianta brigar. “Antes de um não, precisa vir um sim. É difícil impor limites quando se proíbe tudo, sem dar uma alternativa de entretenimento semelhante”, fala Ana. Destine ao pet uma área exclusiva para brincar, fazer as necessidades fisiológicas e enterrar seus objetos. “Uma horta e um tanque de areia certamente agradarão”, aconselha a paisagista Marisa Lima.

Para animais, plantas e donos

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1 – Os primeiros brotos do mix de sementes (PetPira) surgem em quatro dias. A grama ajuda no trato intestinal dos cães. Petshop.com, R$ 7,90 (50 g).

2 – Atua como um repelente o spray Pet Away, a ser aplicado em locais de acesso proibido. A fórmula não afeta a saúde dos bichos nem das plantas. Cobasi, R$ 54,90 (400 ml).

3 – No livro Cães, gatos e plantas: o veneno ao alcance das patas, o botânico Gil Felippe aborda as espécies causadoras de complicações. Editora Setembro, R$ 25.

Preços pesquisados em 15 de outubro de 2013, sujeitos a alteração.

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