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Edward Hoffman: Já contou as suas bênçãos?

Edward Hoffman, Ph.D., é professor de psicologia na Yeshiva University, em Nova York, e autor de A Sabedoria de Carl Jung.

Por Edward Hoffman
Atualizado em 14 dez 2016, 11h55 - Publicado em 8 jan 2014, 15h21
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Você já se perguntou quantas vezes um projeto ou uma ideia deixou de ganhar asas por falta de persistência? Ou melhor, por falta de autoconfiança? Esse sentimento é um ingrediente fundamental para o sucesso. Entretanto, poucos de nós somos aptos nesse quesito. Perdemos a coragem com facilidade e deixamos, assim, a felicidade escapar pelos dedos. O porquê de a autoconfiança ser tão frágil e fugidia é difícil responder. Existem muitas experiências desconhecidas em nosso passado para oferecer uma resposta mais satisfatória e apurada. É evidente que enquanto algumas crianças se mostram visivelmente seguras, outras são mais tímidas e retraídas, e desvendar as reais causas desse comportamento seria pura especulação. Como psicólogo, minha função é ajudar as pessoas a fortalecer a autoeficácia, ou seja, a capacidade de enfrentar desafios de maneira adaptativa.

É um treino contínuo, que pode ser otimizado quando se conhecem as principais regras. A primeira é focar nos pensamentos positivos. Ao longo de cada dia, produzimos milhares de pensamentos aleatórios que pipocam sem parar pela mente. Psicólogos chamam isso de “fala interna”. Dependendo do conteúdo dela, pendemos mais para o lado da descrença. Evitar dar atenção demais aos pensamentos negativos e sentir pena de nós mesmos (tendência altamente destrutiva) é uma saída inteligente. A antiga máxima religiosa “conte suas bênçãos” é um excelente antídoto contra a tendência de reclamar, como sugeriu o psicólogo norte-americano Abraham Maslow. Praticar meditação diariamente pavimenta esse caminho da crença em si mesmo. A atividade gera autoconhecimento e, com isso, traz resiliência e confiança, pois conhecemos nossa mais profunda essência. A partir daí, maior a sensação de estabilidade para dar o pontapé inicial a uma ideia que, no fundo, você sabe que vale a pena.

Sucesso gera sucesso. Isso só se sustenta quando você sente orgulho das próprias conquistas. Pesquisas mostram que o sentimento de realização nos encoraja a experimentar atividades, conhecer pessoas e nutrir novos interesses. Por isso, estabeleça metas modestas e monitore seu progresso. Iniciando hoje, defina uma meta realista para alcançar em um mês.

Finalmente, nunca se compare com os outros. A cabala ensina que todos nós temos uma missão divina e única aqui na Terra. Se imitamos uns aos outros, não apenas diminuímos nossas chances de sucesso como nos afastamos da verdadeira missão da alma.

Como declarou o rabino Nachman de Bratslav, no século 19: “Deus não faz a mesma coisa duas vezes. Sua alma é única, não existe nem existirá outra como a sua”. Então, qual seria a melhor maneira de descobrir sua missão? Observar quais atividades lhe trazem alegria e realização na vida cotidiana é uma boa pista. Prestando atenção a esse detalhe simples e poderoso, irá tornar-se mais consciente da sua inabalável força interior. É essa a mensagem de ano novo que quero deixar ao me despedir dos leitores de BONS FLUIDOS – continuarei colaborando com a revista, mas apenas esporadicamente. Foi um prazer conectar-me com vocês nos últimos anos.

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