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Carlos Solano: Generosidade atrai prosperidade

Carlos solano é arquiteto e escritor. Coordena a campanha Vamos Plantar Um Milhão de Árvores e pesquisa com devoção a cultura popular, as terapias da casa, a ecologia e o bem-estar.

Por Carlos Solano
Atualizado em 29 ago 2018, 11h48 - Publicado em 2 Maio 2013, 13h22
Carlos Solano arquiteto

Na terapia da casa, que tem origem na China, são tantos os tipos de feng shui quanto estrelas no céu. A Escola do Chapéu Negro, por exemplo, reinventou o feng shui, enriquecendo-o com a sabedoria budista. Por essa antiga filosofia, toda fortuna de origem honesta, boa sorte e bem-estar que usufruímos é fruto de nossa generosidade passada. Quando ajudamos o mundo, criamos boas condições (ou bom carma) para nós mesmos em vidas futuras, acredita o budismo. A generosidade ainda limpa o mau carma e abre caminhos para que a vida seja mais plena.

 

Generosidade material não significa apenas doar comida, roupas e objetos, mas gestos de gentileza para o mundo. Para que a casa (e, claro, quem mora ali) fique bem, é preciso que o mundo também esteja seguindo bem o seu curso porque tudo está interligado. Nessa área, boas idéias são: consumir e desperdiçar menos, reutilizar e reciclar mais. A generosidade emocional nos lembra de doar algo a todos os que surgem em nosso caminho: a alguns, devemos perdão; a outros, tolerância; a alguns, auxílio; a outros, consideração. Generosidade espiritual significa partilhar ensinamentos que liberem o medo, confortem e iluminem a mente.

 

Alinhamentos necessários

 

O ba-guá, a bússola do feng shui moderno (veja um inserido na ilustração), integra a morada com oito aspectos fundamentais da existência. Alinhando o setor Missão à parede da porta de entrada, unificamos o lugar e a vida. Tudo começa na Missão, nos dons que viemos doar para o mundo. Siga a direção dos ponteiros do relógio e veja: o setor Prosperidade é uma continuação, ou “expansão”, desse aprendizado. Desde o nascimento, aprendemos a ser o que somos…

 

Por afinidade, os setores do ba-guá se relacionam três a três, criando as Três Harmonias. Veja nosso caso. Missão, Prosperidade (Expansão) e Relacionamentos, unidos, querem dizer: quando você expande seus dons e os coloca a serviço da vida, entra em harmonia e gera um bom carma.

 

Portanto, para apoiar seu movimento de expansão, coloque um objeto sagrado, com um bom pensamento, em cada um desses três setores da casa. Ou faça com que o campo da Prosperidade seja yang, vital, como um belo jardim. Que ele vibre o contentamento que se tem, por exemplo, quando se recebe o sol da manhã. A Prosperidade (ou Expansão) é regida pelo elemento Madeira, a força de crescimento das plantas. Cores boas para o local são o verde, o azul e o lilás suave. Plantas, objetos de madeira, fontes, jarros com água e flores, quadros de paisagens e flores, imagens de abundância ou que lembrem seus dons são bem-vindos aqui. Sons da natureza, como de água e pássaros, ou aromas de frutas, como laranja (com potencial para alegrar) e limão (revitalizar), espalhados pela casa, também podem auxiliar.

 

Para o budismo, a vida plena é encontrada nas seis perfeições: não agredir, ter paciência, desenvolver qualidades para o benefício do todo, ter concentração (nos valores positivos – são esses que não se deve perder de vista), sabedoria e generosidade. Para obter prosperidade, não basta curar a casa de modo mecânico. É preciso abrir a mente, aprimorar as atitudes e melhorar o mundo. Diz o provérbio: “Se você assume que é expansivo o suficiente para abraçar o Universo, então o Universo inteiro estará dentro de você”.

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