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Casa neo futurista foi inspirada nas áreas rurais britânicas

Localizado nas colinas do sudeste da Inglaterra, o projeto foi criado para imitar as estruturas de fabricação de cerveja que antes faziam parte da paisagem

Por Redação
24 fev 2021, 06h00

No melhor dos casos, uma ótima arquitetura é capaz de prender sua atenção. No entanto, para criar uma estrutura de impacto mundial, o arquiteto deve tentar fazer algo ousado, diferente. Os arquitetos da ACME fizeram exatamente isto com o recente projeto do Bumpers Oast, onde tentaram uma abordagem vernacular para uma casa de campo familiar.

Visão externa da construção, com três torres à vista e diversas janelas.

“Nós reimaginamos a oast house para criar uma casa do século XXI para uma família com dois filhos pequenos”, disse Lucy Moroney, arquiteta do escritório londrino ACME. “O cliente estava muito aberto para expandir os limites do projeto de uma casa inovadora, com foco no emprego das habilidades locais e no comércio de edifícios tradicionais em Kent.”

A casa – que recebeu esse nome por sua semelhança em design com fornos de lúpulo, edifícios projetados para a secagem do lúpulo durante o processo de fabricação da cerveja – é composta por quatro torres, cada uma com tetos exagerados em forma de cone.

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Sala de estar, com dois sofás cinzas, um lustre no teto, um mesa de centro no chão sobre um tapete cinza de pelos. Quadros e plantas decoram o espaço.
Oast House by ACME. Copyright Jim Stephenson 2019 (Jim Stephenson/ArchDaily)

“O processo de construção foi muito exigente para manifestar um design que fosse uma interpretação contemporânea do oast tradicional”, explica Moroney. “Embora a casa seja altamente personalizada, desenvolvemos detalhes simples e limpos, que trabalharam com a natureza da geometria.”

Visão de cima do projeto. Ao centro um quadrilátero une as quatro torres que têm formas arredondadas
Oast House by ACME. Copyright Jim Stephenson 2019 (Jim Stephenson/ArchDaily)

Enquanto as casas de forno tradicionais mantinham um pequeno espaço entre cada uma, os arquitetos optaram por uma estrutura mais unificada.

“Ladrilhos de estilo Kent em oito tons foram usados ​​para criar a pele externa, desbotando lentamente de vermelho escuro na base para laranja no centro e azul em direção ao céu”, diz Moroney. Embora o esquema tenha sido projetado pela ACME, os arquitetos confiaram na experiência dos moradores locais na construção da estrutura: “A colocação dos ladrilhos dependeu muito das habilidades do artesanato local para criar transições suaves de ladrilhos retangulares para os cilindros para ladrilhos cada vez mais estreitos para os cones.”

Telhado de três das estruturas formados por peças retangulares de cerâmica, com janela à vista
Copyright Jim Stephenson 2019 (Jim Stephenson/ArchDaily)

Mais de 41.000 telhas cobrem as paredes e o telhado da casa. “O objetivo do uso de cores no projeto era estar em harmonia com o meio ambiente”, explica Moroney. Como tal, a empresa usou um acabamento esmaltado com uma mistura de ladrilhos. “Cada ladrilho foi tratado com um acabamento engobe.” Engobe é uma mistura líquida de argila e outros materiais suspensos em água, comum na cerâmica.

Mesa de jantar para seis pessoas, com umas escada com guarda-corpo e corrimão de madeira
Oast House by ACME. Copyright Jim Stephenson 2019 (Jim Stephenson/ArchDaily)

O espaço interior é bem iluminado com luz natural, característica que os arquitetos fizeram questão de acertar. “A qualidade da luz interior foi uma consideração importante”, explica a profissional. “E isso foi possível orientando as janelas para longe da fachada norte.” Para a região, o melhor é que as janelas de uma casa fiquem voltadas para o sul, já que é mais fácil fazer sombra nos vidros durante o verão e deixar o sol entrar no inverno.

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“Grande parte do interior é revestido com compensado de bétula, usando painéis maiores na base e gradualmente desbotando para um grão mais fino à medida que as fileiras sobem em espiral até o ápice”, diz Moroney.

Parte interna do topo do cone, com uma cama e brinquedos. Na parede diagonal, uma janela quadrada
Oast House by ACME. Copyright Jim Stephenson 2019 (Jim Stephenson/ArchDaily)

Cada um dos quartos ocupa o seu próprio volume e foi dividido em diferentes níveis. Desta forma, o quarto das crianças conta com um playground próprio no térreo, um espaço que futuramente poderá ser adaptado em sala de estudos ou escritório. A suíte principal, por sua vez, conta com um amplo espaço de closet no nível superior, o qual se abre diretamente para o quarto do casal.

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Escadas helicoidais independentes fazem a conexão entre os espaços de convívio e as áreas íntimas individuais da casa. Os banheiros funcionam como uma série de nichos que posem ser acessados de forma autônoma, sem nenhuma divisão física no espaço. O microcimento foi utilizado em todas as áreas molhadas da casa, adaptando-se aos contornos pouco usuais do edifícios e construído um vínculo direto com a paleta de materiais utilizada nos outros espaços da casa.

Veja todas as fotos do projeto na galeria:

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