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A Galeria do Rock é um marco da arquitetura de São Paulo

Por lá, nem tudo é preto: o prédio no centro de São Paulo abriga lindas curvas com parapeitos vermelhos e tem até uma cobertura verde!

Por Evelyn Nogueira
Atualizado em 17 fev 2020, 16h00 - Publicado em 12 jul 2019, 12h12

Eu tinha 11 anos quando meu tio me levou pela primeira vez na Galeria do Rock. Mesmo bem novinha, já gostava muito de rock e um dos meus maiores sonhos, acredite ou não, era conhecer o prédio e voltar de lá com uma camiseta de banda. Consegui realizar meu sonho. Conheci o prédio e ainda ganhei uma camiseta de banda… do McFLY. Não foi de uma banda de rock, mas voltei para casa super contente e com uma certeza: aquela, definitivamente, não seria a última vez que eu passearia pelo local.

A Galeria do Rock é muito mais do que um point para os roqueiros: é um local que abriga as mais diversas tribos, tem produtos para todos os gostos (afinal, eu saí de lá com uma camiseta do McFLY), e está situada em um prédio com arquitetura única e diferentona, agradando também os apaixonados pelas belas construções.

(Reprodução/Casa.com.br)

Projetado pela construtora Alfredo Mathias, ao lado do Escritório de Arquitetura Siffredi e Bardelli, em 1950, o local era chamado inicialmente de “Shopping Center Grandes Galerias” ou “Galeria 24 de Maio”. O prédio foi inaugurado em 1963 e tinha como objetivo abrigar centros comerciais. Na época, aquele era o maior centro comercial da cidade, que reunia em um majestoso conjunto, diversas lojas e tinha o objetivo de ocupar o novo centro da cidade de São Paulo.

Em meados de 1980, lojas de discos começaram a abrir na Galeria 24 de Maio e, somente em 1993 as vendas de rock se tornaram soberanas no local, popularizando o nome “Galeria do Rock“.

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(Reprodução/Casa.com.br)

As curvas e vãos da galeria, que liga a Avenida São João a Rua 24 de Maio, permitem que os transeuntes da rua observem o interior do prédio, as lojas e as escadas rolantes do lado de fora. De dentro, a construção permite que os fãs de rock apreciem uma linda vista da cidade.

Em 1993, Antonio de Souza Neto, o Toninho da Galeria, assumiu a administração do condomínio e iniciou diversos projetos no prédio promovendo o bem-estar coletivo. O Toninho virou uma figura conhecida pelos frequentadores da galeria e tornou-se uma enciclopédia viva do prédio.

(Reprodução/Casa.com.br)

O administrador foi responsável por dar uma conotação cultural a um lugar que inicialmente tinha uma proposta comercial. A cultura tomou conta da Galeria do Rock, que hoje é uma referência para fãs dos mais diversos gêneros musicais.

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Em 2016, a Galeria do Rock inaugurou uma horta orgânica na cobertura do prédio. Conhecida popularmente como “Jardim do Rock“, a área de 450 m² tem 300 m² ocupados pela horta. Atualmente, aulas sobre agricultura orgânica e administração de hortas são feitas no espaço.

(Reprodução/Casa.com.br)

Quem visitar a hortinha poderá conferir os pés de cebolinha, coentro, funcho, pimenta e salsinha! O objetivo da horta é distribuir os itens para restaurantes da região, promovendo a alimentação orgânica e reduzir as emissões de CO2, causadas pelo transporte.

(Reprodução/Casa.com.br)

De 2007 até hoje eu já fiz de tudo um pouco na galeria. Fiz alguns piercings, comprei camisetas de outras bandas, moletons, discos, acessórios, sapatos, mochilas, bolsas, chaveiros e muitos outros cacarecos. Já encontrei amigos, levei minha mãe, apresentei para turistas e me encantei pela estrutura do prédio e pela vista da cidade. Todo passeio na Galeria do Rock é único e diferente do anterior. Você pode até não gostar do gênero musical, mas tenho certeza que não vai se arrepender de conhecer o prédio.

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