Refúgio de férias na Espanha mistura elementos antigos e contemporâneos
Repleta de luz natural, esta casa em um isolado vilarejo da ilha espanhola de Maiorca combina elementos da arquitetura regional com recursos modernos
Por Sven Alberding/Bureaux (visual) e Robyn Alexander (texto)
Atualizado em 9 set 2021, 09h23 - Publicado em 11 set 2018, 10h00
Situada na Ilha de Maiorca, um dos pontos turísticos mais cobiçados da Espanha, a aldeia de Deià foi, durante séculos, um refúgio isolado, resguardado de invasores e piratas por colinas rochosas escarpadas. Exatamente devido a essa geografia protetora, o vale adquiriu uma atmosfera quase mítica e o vilarejo demorou a ser descoberto – só recentemente tornou-se destino de férias para artistas, escritores e músicos.
A história deste casarão de 261 m² faz a ponte entre os dois momentos: passado e futuro. Tudo começou quando a dupla do escritório maiorquino MORE Design foi chamada a repensar os espaços internos do sobrado, já em plena obra. Original do século 17, a edificação ganhou uma reforma completa tocada por Oro del Negro e Manuel Villanueva (que creditam participação fundamental aos construtores do escritório Contratas Soller e ao arquiteto Claudio Hernandez Alcover), em busca de um equilíbrio sutil entre o vernacular renovado e o contemporâneo funcional.
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À maneira deles, Oro e Manuel – o arrojado e o parcimonioso – conseguiram se expressar no processo para que hoje a construção manifeste características da arquitetura tradicional do lugar, marcada pelo uso de pedras naturais e telhados inclinados, somadas a um quê atual. “Neste projeto, só a fachada foi mantida original, todo o resto foi reformado”, explica del Negro. Bons exemplos da referida soma de forças aparecem na escadaria, onde o rejunte exibe uma mistura especial de terra, cal e diferentes tipos de areia, e nas luminárias de latão, muitas delas concebidas pelos moços.
E assim foi até o clima de relax luxuoso se estabelecer de vez no endereço. Se dentro a paleta de cores sóbrias percorre todos os ambientes, forrados de cimento queimado e com muita rocha rústica, o mobiliário e o décor encerram o caso com peças pontuadas por toques de vermelho, rosa e preto assinadas por nomes como Tom Dixon e Philippe Starck.