Em Campinas, casa se ajusta suavemente ao solo
Descolada do solo e dotada de acabamentos e tons orgânicos, esta casa cumpre seu intento

A magnitude da proposta – são 1 585 m² de área nesta morada em Sousas, distrito próximo de Campinas, SP – é diretamente proporcional ao empenho dos envolvidos e ao porte da equipe contratada. E, vale saber, nesse caso, a matemática teve saldo positivo. “Numa edificação assim, grande, é preciso acionar vários especialistas a fim de desenvolver os projetos complementares e, depois, compatibilizar tudo”, revela Lucas Padovani, sócio-diretor do Padovani Arquitetos + Associados, escritório da região ao qual coube a tarefa de desenvolver mais do que o projeto, o plano de ação.

O partido também surgiu de outro número impressionante: os 20 mil m² do terreno em um condomínio fechado, dotado de um declive significativo e com um maciço montanhoso ao alcance dos olhos. (Trata-se da Serra das Cabras, importante evento natural localizado nesse trecho do interior paulista, algo a ser considerado e valorizado nos planos da construção.) “O casal de clientes aguardava o nascimento de filhos gêmeos e planejava a mudança de São Paulo para cá. Eles já viviam em uma casa grande e queriam maximizar isso. Imaginavam o novo endereço com espaços superamplos e muitas instalações para receber os amigos e os parentes nos fins de semana”, segue Lucas.

Definida como protagonista, a paisagem ditou as condições daquilo que começava a se delinear. O nível mais alto do lote foi estabelecido como ponto de partida para a residência, onde estariam preservados os melhores visuais do entorno. A edificação seguiria escalonada dali para baixo, acomodando- se em outros dois patamares.

Como o programa de necessidades previa um bom número de ambientes – a família é esportista e incluiu no rol quadras de tênis de praia, piscina, lago ornamental, sala de ginástica e de brinquedos, entre outros –, a equipe de arquitetura tratou de rotacionar o bloco superior, garantindo assim a insolação adequada e o posicionamento estratégico das aberturas.

Cada lugar saiu presenteado com recortes atrativos do cenário. Tais soluções ainda evitaram que o conjunto de três andares parecesse excessivamente verticalizado, quase um pequeno prédio. “A ideia era estabelecer uma forma predominantemente horizontal, que parecesse pousar no solo”, explica Lucas. Essa intenção encontrou reforços com a chegada do paisagista Alexandre Furcolin, ainda nos estudos preliminares, para ajudar a pensar em áreas externas bonitas, funcionais e simples de manter – desnecessário dizer que a presença de materiais orgânicos saiu enfatizada.

Traçados os rumos exatos do que seria erguido – a muitas mãos –, os profissionais do Padovani Arquitetos + Associados acharam por bem liderar a administração da obra (que durou 20 meses) e engrossaram o quadro de funcionários com esse objetivo. “Às vezes, em projetos maiores, assumimos também essa parte. Assim conseguimos garantir a execução exata do que foi combinado e controlar melhor o resultado”, finaliza o arquiteto.




