Drywall: o que é, vantagens e como aplicar na obra
O drywall é um método construtivo sem água que utiliza placas de gesso e perfis de aço galvanizado
Há cerca de duas décadas, ele era um ilustre desconhecido da construção brasileira. Porém, essa realidade mudou e o drywall conta com a confiança de profissionais de arquitetura e moradores que adotam a eficácia e segurança dos sistemas para a execução de paredes para a divisão dos ambientes internos, forros e soluções decorativas, como estantes personalizadas.
Por sua facilidade de instalação e até de modificação, em um tempo posterior à obra, a arquiteta Carina Dal Fabbro, à frente do escritório que leva seu nome, é adepta do drywall por vários motivos. Entre eles, ela destaca a rapidez de execução como um dos benefícios, principalmente quando o morador apresenta um prazo curto se instalar.
“Já trabalhei em situações que o morador adquire o imóvel e precisa se mudar muito depressa. Com o sistema drywall agilizamos a obra, pois ganhamos no prazo de execução.”
O que é Drywall e para que serve
Ao pé da letra, drywall significa “parede seca”, em inglês. Isso porque, diferentemente do método tradicional de construção com alvenaria, não exige o uso de água nem de argamassa, o que resulta em uma obra limpa, que, de forma geral, produz apenas 5% de resíduos. “Para se ter uma base de comparação, a alvenaria gera 20% a mais”, comenta João Alvarenga, coordenador técnico da fabricante Knauf do Brasil. Em contrapartida, não pode ter função estrutural nem ser aplicado em fachadas.
Basicamente, o sistema se constitui de perfis de aço galvanizado – guias colocadas no piso e no teto e montantes verticais aparafusados nelas – onde vão presas as placas de gesso envolto em papel-cartão, o chamado gesso acartonado.
O miolo desse conjunto pode ser oco, formando um colchão de ar entre as chapas, ou recheado com materiais que melhoram o isolamento térmico e acústico.
Com parafusos e ferragens próprias, as chapas de gesso são unidas e, para camuflar as emendas, são aplicadas fitas de papel microfurado nas juntas e uma camada de massa específica para drywall em toda a superfície. Em seguida, basta lixar e escolher o acabamento.
Como é a obra com drywall
De acordo com a arquiteta, assim como uma orquestra, a decisão pelo drywall impacta em todo arranjo da obra. Ao invés de uma obra com tijolos e argamassa de cimento para o assentamento, entram em cena parafusadeiras que fixam os elementos de aço galvanizado, formando uma estrutura para o fechamento com as chapas de gesso.
“Produzidas de forma industrializada, elas oferecem resistência aos impactos e, ao contrário do que muitos ainda possam pensar, não são frágeis e apresentam excelente performance termoacústica atestada pelos fabricantes”, ensina a arquiteta.
Para a realização dos projetos, o profissional deve determinar a finalidade desejada e seguir um manual técnico que indica as especificações do aço galvanizado, como a sua largura, bem como o distanciamento entre eles. “Em um pé-direito duplo ou mais alto, precisamos reforçar a estrutura para fixação das chapas”, exemplifica.
Uma vez erguida, a parede não requer a adoção dos tempos tão comuns aplicados na alvenaria: não é necessário a cura da argamassa para a realização do reboco, assim como o nivelamento. Tudo é bastante ágil e o próximo passo é só finalizar as emendas entre as chapas e partir para a etapa de acabamento.
Diferença entre drywall e alvenaria
No método tradicional de construção, a parede de alvenaria é erguida para, posteriormente, ser ‘rasgada’ por uma talhadeira com o objetivo de abrir o espaço para a passagem dos conduítes que receberão as instalações elétricas e todo o encanamento. Ao empregar o drywall, o ritmo da obra segue de outra forma: antes de fechar as paredes, a equipe de obra já pode realizar a passagens dos fios e canos, conforme as indicações realizadas em projeto.
“Além de ganhar tempo, sabemos exatamente tudo e onde estão passando as instalações. Essa é uma vantagem que apresento aos nossos clientes, pois em manutenções futuras, no caso de um vazamento, ele conseguirá abrir a parede exatamente onde o problema está situado”, argumenta a Carina.
Quando indagada sobre a resistência para a fixação de elementos, a profissional sabe que a antecedência também é sua ‘parceira’ para a execução das obras. Sabendo que em determinado ponto haverá a instalação de uma bancada, ela já consegue prever a colocação de um reforço em madeira ou chapa de aço galvanizado, por dentro da parede, que contribui para a resistência que o próprio gesso já oferece. “No caso de quadros, basta comprar a bucha indicada para o peso da peça”, indica.
É possível instalar drywall no banheiro ou em áreas úmidas
Pensando na composição do gesso, de fato água e gesso não seriam grandes amigos. Em banheiros cujo forro foi realizado com as antigas plaquetas de gesso, dentro de um processo artesanal, com o tempo é comum constatar as manchas de mofo decorrentes da umidade.
Entretanto, o processo industrializado do drywall oferece as chapas RU – Resistentes à Umidade –, que garantem a sua performance tanto em banheiros como cozinhas, áreas de serviço e varandas. “É claro que ainda assim não podemos utilizar em áreas externas, mas em ambientes internos, utilizamos as chapas especiais, de coloração verde, com total tranquilidade”, relata Carina.
Quais são os benefícios do drywall?
Além dos pontos mencionados, o drywall também tem outras vantagens, como:
- Espessura mais fina das paredes, com ganho de área útil na construção;
- Resistência ao calor e imune às pragas;
- A chapa de drywall é mais leve que outros materiais usados na construção, atenuando o peso nas lajes;
- A flexibilidade do drywall oferece mais variedade de plantas para as residências, ou seja, mais opções de divisórias internas.