Elas são o cartão de visitas da casa. Confira onze projetos
Por Por Deborah Apsan e Elena Caldini (visual) e Marília Medrado (texto)
Atualizado em 9 set 2021, 13h57 - Publicado em 6 set 2016, 20h49
A nuance viva (Terracal, ref. 510, da Terracor) aplicada sobre o reboco garantiu o aspecto rústico do bangalô de autoria de David Bastos (DB Arquitetos).
(Tarso Figueira/Arquitetura e Construção)
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Primeiro convite ao olhar, a fachada sintetizao pensamento do arquiteto. A seguir, uma seleção mostra quão diversificadas em materiais, formas e estilos elas podem ser.
1/10 Apelo industrial: na casa ampliada por três contêineres – um na vertical, pintado de branco, e outros dois justapostos no volume lateral, de vermelho –, a chapa metálica trapezoidal marca as superfícies. “Para instalar a escada na unidade branca, retiramos o piso original de madeira. Sobraram as vigas embaixo dele, que agora constituem as faixas das esquadrias”, diz o arquiteto e autor da obra, Mauricio de Azevedo Ruoppoli, da Punto Arquitetura e Construção. Em busca de conforto térmico, usou-se tinta com microesferas cerâmicas, capaz de reduzir a temperatura entre 40% e 70%. Execução do projeto: contain [it]. (Foto: Paulo Santos)
2/10 Superfície vazada: ícone da nossa arquitetura e comum nos prédios de Brasília, o cobogó é o protagonista da fachada principal desta morada na capital federal. Feitos de concreto, os blocos vazados (10 x 40 x 40 cm) receberam pintura branca com acabamento acetinado para se uniformizarem com os trechos de alvenaria. “O lado ancorado na terra parece mais leve em contraposição ao grande volume em balanço, cego e pesado, o que cria uma tensão entre as duas partes”, comenta o arquiteto e autor do projeto, Thiago de Andrade, do escritório Atelier Paralelo. (Foto: Joana França)
3/10 Superfície vazada: “nesta residência, via claramente as volumetrias como síntese dos materiais usados em cada uma delas: madeira, alvenaria branca e concreto”, revela o arquiteto Guilherme Torres, do Studio Guilherme Torres. No corpo revestido de cumaru, acopla-se a caixa cimentícia com elementos vazados do mesmo material. Atrás dessa trama, está a grande janela do escritório, ambiente de conexão entre os quartos. “Como esta é uma fachada lateral, me preocupei com a privacidade dos moradores”, afirma. Por isso, a opção pelo cobogó, que também favorece a ventilação. (Foto: Denilson Machado/ MCA Estúdio)
4/10 Superfície vazada: dois blocos marcam esta casa de praia. Embaixo, o ripado de freijó camufla as esquadrias de alumínio, logo atrás. No alto, o concreto domina, ladeado pelos brises de mármore à frente da janela envidraçada de um dos quartos. Esses materiais puros ganham vida junto da base coberta de plantas como bromélias, instaladas em módulos plásticos (Ecotelhado). “A fachada tem a intenção de ser convidativa sem expor a vida cotidiana dos donos”, diz a arquiteta Paula Otto, do escritório Arquitetura Nacional, responsável pelo projeto. Quando aberta, a porta de entrada descortina o terreno a quem chega. (Foto: Marcelo Donadussi)
5/10 Materiais aconchegantes: pivotantes, os painéis ripados de ipê (8,6 m de comprimento no total), fixados numa estrutura metálica, transformam a frente da morada num grande quadro quando fechados. Abertos, conferem movimento à proposta dos escritórios Esquadra Arquitetos e Yi Arquitetos. O clima ameno viabilizado pela entrada de ar e luz se completa com o espelho d’água, revestido de placas pré- -moldadas de concreto (50 x 50 cm). Na lateral da casa, alvenaria com textura Lamato Reflex, ref. 107, da Artcril | Ibratex. A torre envolve com chapa metálica perfurada a escada e a caixa d’água, esta a 9,5 m de altura. (Foto: Joana França)
6/10 Materiais aconchegantes: a nuance viva (Terracal, ref. 510, da Terracor) aplicada sobre o reboco garantiu o aspecto rústico do bangalô de autoria de David Bastos (DB Arquitetos). Acessado por deck e escada de cumaru, o corpo central se destaca, evidenciado pela cobertura de telhas cerâmicas em tom claro. A partir da entrada, desdobram-se dois blocos laterais simétricos (8,40 m de largura cada um), com telhado em duas águas. A boa luminosidade natural e a ventilação ficam a cargo das grandes esquadrias e do pátio central, onde reina um jardim. Paisagismo do escritório Burle Marx. (Foto: Tarso Figueira)
7/10 Materiais aconchegantes: vem dos refúgios no campo a inspiração para a obra da LAB Arquitetos. Essa memória se mostra já no mix da fachada, que alterna tijolo de demolição e cumaru. Caixilhos de alumínio pintado de preto, beiral sem forro e estrutura de aço corten no avarandado à frente do jardim fecham a combinação. “De madeira maciça e divididas ao meio, as esquadrias evocam o recurso típico das cocheiras das casas de fazenda”, diz o arquiteto Marino Barros. Afastado da rua por um recuo generoso de 7 m, o projeto instaura uma atmosfera interiorana na vizinhança. (Foto: Marcelo Kahn)
8/10 Feição geométrica: um retângulo de concreto armado com empenas cegas nas laterais e um curioso chanfrado nas bordas abriga a casa cuja abertura emoldura o vale à frente. Autoportante, o volume foi executado in loco: primeiro a metade inferior e, depois, a superior. As fôrmas de folhas de compensado plastificado garantiram acabamento lisinho ao material aparente, impermeabilizado a fim de evitar manchas. “Em vez de madeira, que exige manutenção frequente, optamos por venezianas de alumínio nas esquadrias”, conta o arquiteto Diogo Santos, que assina a obra com Rodrigo Fortes, ambos do 3.4 Arquitetura. (Foto: Joana França)
9/10 Feição geométrica: para quem olha da rua, a impressão é de haver duas pequenas casas geminadas. Ainda que o efeito seja apenas visual, contribui para dar leveza à implantação original em L. Na reforma comandada pelo arquiteto Felipe Hess, as duas coberturas vistas de fora possuem telhado de chapa metálica preta. Neutra, a construção de alvenaria recebeu ainda textura acinzentada (Terracor). Portas e janelas de correr em caixilhos de alumínio preto são protegidas por venezianas automáticas que, ao serem todas fechadas, fazem da casa quase um bunker. (Foto: Fran Parente)
10/10 Feição geométrica: ao tangenciar as colunas cilíndricas de concreto que marcavam o exterior da morada, o revestimento de pínus autoclavado (Kits Aero) criou ondulações e deu leveza à antiga fachada. Mudança feita durante uma ampla reforma comanda pelo Studio Arthur Casas. Para evitar o desgaste precoce do painel, é preciso lixá-lo superficialmente e aplicar um produto do tipo selante a cada seis meses. “O muxarabi colabora com o que julgo essencial em nossos projetos: ventilação e iluminação naturais”, define o arquiteto Arthur Casas, à frente do escritório. (Foto: Ricardo Labougle)