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A festa é na cozinha!

O papel do ambiente como coadjuvante na casa ficou no passado. É na nova protagonista da morada que as pessoas se reúnem e interagem

Por Por Eliana Medina (visual) e Marília Medrado (texto)
Atualizado em 9 set 2021, 13h56 - Publicado em 27 out 2016, 20h00
A festa é na cozinha!
A ilha (0,93 x 1 x 5,85 m) com tampo de rocha basaltite confere tom contemporâneo à proposta do Studio MK27, realizada com o trabalho dos arquitetos Marcio Kogan e Maria Cristina Motta. Ao fundo, na parede revestida de azulejos de 7,5 x 15 cm (ref. Metro Bisotado, da Cerâmica Antigua), distribuem-se os fornos de pizza e à lenha, além do fogão industrial entre eles. O piso é de ardósia cinza. Projeto de interiores assinado por Diana Radomysler.  (Foto: Fernando Guerra/)
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Faz tempo que a cozinha deixou de ser mero local de preparo do almoço e do jantar, ligada à área de serviços, para se converter num ponto de convivência e encontros. Em imóveis de metragens diminutas, ela aparece cada vez mais integrada à sala, isso quando não ocupa uma das paredes deste ambiente. “Não se trata mais apenas de um cômodo funcional, mas de um lugar também para receber”, afirma Christian Kadow, diretor da Mekal. “A grande tendência é a cozinha ser tratada como área social”, reforça Fernando Forte, do escritório FGMF Arquitetos. Valorizado, o ambiente ganhou projetos inovadores e acabamentos diversos, além de equipamentos que se destacam pelo design caprichado, aspectos que você confere a seguir. Seja bem-vindo!

Diferentes materiais dão forma e embelezam os tampos

 

De inox, coloridas, puramente brancas ou pretas, brilhantes ou foscas. As bancadas hoje vão muito além do tradicional granito polido. A elevada resistência é uma das características pelas quais essa rocha é apreciada. Mas, por ser um material natural, exibe o típico visual pintadinho. “As superfícies sintéticas são bastante utilizadas atualmente por oferecerem tons e a homogeneidade que a pedra natural não possui. Em compensação, custam mais caro do que o granito”, diz o arquiteto Gustavo Calazans. Além disso, é preciso estar atento. “Há vários produtos desse tipo no mercado, mas alguns são de qualidade inferior, nem sempre têm boa garantia e apresentam problemas após algum tempo”, diz o arquiteto Flávio Castro, do FCstudio. Prática, a versão de aço inox também faz sucesso ao emprestar um aspecto moderno ao espaço, principalmente quando combinado com outros apetrechos com o mesmo acabamento.

 

1. Aço inox: O material dá um toque industrial à cozinha e harmoniza com os eletrodomésticos, conferindo uma linguagem única ao ambiente. Além de evitar que as bactérias se proliferem, é fácil de limpar. Sob medida, ainda permite incluir na peça cuba, nichos e escorredor. Na Mekal, por exemplo, o metro custa a partir de R$ 2,5 mil.

 

2.Espessura mínima: Processos de ultracompactação e sinterização, técnica que cria placas sólidas, caracterizam as superfícies resistentes de grande formato como o Neolith, na Alicante (1,2 cm de espessura, a partir de € 150 o m²*) e o Dekton, da Cosentino (0,8 cm, 1,2 cm e 2 cm de espessura, a partir de R$ 3 mil o m²). O primeiro é feito com material reciclável. O segundo, de minerais naturais. Ambos aceitam mais de 30 cores.

 

3. À base de quartzo: A combinação de minerais resistentes com resina resulta em superfícies rígidas como a Technistone (a partir de US$ 250 o m²*), o Silestone, da Cosentino (a partir de R$ 1,5 mil o m²*) e o Caesarstone (a partir de R$ 800 o m²). Vendidos em chapas, apresentam porosidade quase zero, o que evita bactérias. Em diferentes cores.

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4. Moldáveis: Algumas superfícies sólidas se destacam por serem adaptáveis a qualquer design. É o caso dos termomoldáveis Auriom (no tom branco, a chapa de 1,25 x 76 x 366 cm vale R$ 1,7 mil), Hi-Macs (a partir de R$ 700 o m²) e Corian, da DuPont (sob consulta). De minerais naturais e acrílico, permitem a criação de cantos arredondados, por exemplo, sem deixar emendas aparentes.

 

*Preços pesquisados no mercado paulistano em setembro de 2016. São valores sugeridos, sem considerar a mão de obra, e podem variar conforme a região e o fornecedor.

Granito com textura?

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Além da versão polida e brilhante, os tampos com essa pedra natural aceitam outros tipos de acabamento, como o flameado (a aplicação de fogo dá uma aspecto rugoso), o jateado (a peça é desgastada com jatos de areia) e o apicoado (a rocha é levemente perfurada e ganha aspecto rústico). “Quando você dispensa o polimento, torna o granito mais poroso e vulnerável a manchas e ao acúmulo de sujeira”, alerta o arquiteto Fernando Forte, do escritório FGMF Arquitetos.

 

Pensada em detalhes, a cozinha ganhou uma gama variada de acabamentos

 

Foi-se o tempo em que a cozinha era toda branquinha. “Os clientes querem cor, e a grande maioria deseja um ambiente com aparência mais social e refinada, sem o visual de serviço”, diz o arquiteto Flávio Castro, do FCstudio. Segundo ele, a paleta deve seguir o que foi adotado no restante dos ambientes. “Em casas de moradores jovens, as nuances marcantes estão muito presentes na marcenaria. As terrosas também vieram com força e conferem elegância”, comenta. Para além do colorido, as texturas estão abrindo terreno. “Particularmente, adoro usar madeira natural, em lâmina ou maciça, o que é um risco em função da umidade do local, mas fica lindo com acabamento fosco”, afirma o arquiteto Gustavo Calazans, do escritório Gustavo Calazans Arquitetura. A área ganha um visual mais industrial e moderno com elementos de aço inox. “Laca e vidro texturizado, que trazem a sensação do toque de volta à cozinha, também vêm sendo encomendados. Os clientes querem fazer da cozinha um ambiente para a família, tornando-a mais quente e receptiva”, diz Freddy Hermann, diretor da Valcucine Brasil.

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Cadê o puxador?

 

Na era em que basta um toque para abrir portas e gavetas e sistemas de amortecimento asseguram um fechamento mais sutil e silencioso, essas pecinhas e alças sumiram das marcenarias. “O que há de mais atual é uma linguagem única entre a cozinha e a sala, o que se consegue por meio de painéis. Os puxadores denotam a existência do armário. Por isso, usam-se cada vez mais cavas e fecho-toque”, analisa Gustavo Calazans.

 

 

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