O Jockey Club é palco da mostra de decoração paulistana, em cartaz até 29 de julho. Nesta seleção, um olhar para o uso de materiais em propostas modernas
Por Deborah Apsan (visual) e Gabriela de Sanctis (texto)
Atualizado em 9 set 2021, 10h43 - Publicado em 20 jun 2018, 10h44
(Cacá Bratke/Divulgação)
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Confira na galeria a seguir algumas das propostas mais inovadoras da mostra deste ano!
1/7 Como não podiam modificar a estrutura do local (o Jockey Club de São Paulo é tombado), os profissionais do Yamagata Arquitetura cobriram tesouras, portas e caixilhos do espaço de 68 m² com uma pintura sóbria. A surpresa coube aos painéis de MDF (Guararapes) que revestem as paredes até a altura dos armários e foram riscados em quadrados de 20 x 20 cm, eles se somam à cerâmica do piso (Naevia Multicolor, da Colormix), de mesma medida e aspecto de granilite. “Nossa base para criar o ambiente foi a arquitetura escandinava”, conta o arquiteto Aldi Flosi, sócio de Paloma Yamagata e Bruno Rangel. (Divulgação/Divulgação)
2/7 De uma viagem ao Marrocos o arquiteto Roberto Migotto trouxe as referências para o espaço Le Riad Bontempo, desenvolvido em parceria com a empresa de móveis planejados que empresta nome ao ambiente. Em 600 m², o arquiteto faz uma leitura contemporânea do estilo do país, contrapondo tons claros e fortes. Neste pedaço, a cozinha exibe piso de granilite (Granitorre) amarelo-claro e forro de lâmina natural pré-composta (padrão Legno Riscato Nórdico, da Bontempo) com desenho inspirado nos muxarabis – o recorte vazado filtra a iluminação. Ao fundo, armário revestido de laminado verde-oliva, tom elaborado especialmente para a mostra. (Cacá Bratke/Divulgação)
3/7 Elementos da nossa arquitetura conduziram o projeto desta sala de jantar de 38 m² assinado pela designer de interiores Naomi Abe. Espelhos foram posicionados atrás dos cobogós (da Elemento V para a Revestt) que cobrem todas as paredes, dando a sensação de amplitude. Fundo, o nicho de concreto que abriga o aparador ganhou azulejos brancos (Cecrisa) – o rejunte dourado leva folhas de ouro adesivas criadas pelo artista plástico João Migotto. No piso, as cores do ladrilho hidráulico (Ladrilar) vieram da obra de Tarsila do Amaral (1886-1973). “Minha inspiração foram os tons vibrantes da tela Antropofagia”, explica Naomi. (Cacá Bratke/Divulgação)
4/7 Em comemoração aos dez anos de seu escritório, o Triplex Arquitetura, o trio Adriana A. Helú Hawilla, Carolina Oliveira e Marina Torre Lobo concebeu a Casa Raízes. No espaço de 115 m², pedra, madeira e palha são os elementos eleitos. O projeto também valorizou iluminação e ventilação naturais, reflexo do pensamento sustentável das sócias. “Queríamos integração entre fora e dentro, por isso derrubamos uma parede existente entre o estar e a varanda e instalamos as portas pivotantes”, diz Adriana. Executadas pela Hydrotech, elas abraçam pilares de sustentação, camuflando parte da estrutura metálica de reforço. Confecção manual: No forro, vigas de eucalipto (Hydrotech) sustentam as placas com tramas (Nani Chinellatto) feitas fio a fio, formando o desenho geométrico. (Cacá Bratke/Divulgação)
5/7 Nesta sala de banho, parte da chamada Cisterna Deca, assinada pelo arquiteto Osvaldo Tenório, integração é palavra-chave. Divisórias de serralheria e vidro compõem duas áreas com ducha, enquanto a banheira ocupa um nicho central. Mas a grande estrela é a coleção de metais nos tons de preto e bronze com acionadores em formatos surpreendentes (cilindro reto, galho de árvore e outro com aspecto de seixo dourado). Trata-se de um sistema linear que conecta todos os elementos na mesma estrutura metálica – chuveiro, misturador, papeleira e suportes para objetos –, tudo desenhado pelo arquiteto, assim como as louças, que ganharam o acabamento Kale Green. Parece, mas não é: Todo o piso do banheiro recebeu a cerâmica da linha Lisboa, da Ceusa, que imita o mosaico de pedra portuguesa. (Cacá Bratke/Divulgação)
6/7 Traços arredondados e uma paleta de tons pastel aparecem na Casa dos Arcos, concebida pelo arquiteto Léo Shehtman. “Minha ideia foi atualizar uma tendência que já existiu no passado e foi muito explorada por Le Corbusier [1887-1965]”, diz Léo. No lavatório, o verde (Coral, ref. Cheiro-verde) predomina, pincelado na alvenaria. Entonada, a cerâmica (20 x 20 cm, produzida especialmente pela Romacer) aparece aplicada até meia-altura da parede e no piso. A área de banho é demarcada pelo teto curvilínio, recorrente no projeto. No arremate, acessórios de serralheria combinando perfeitamente com os metais em versão preta. (Cacá Bratke/Divulgação)
7/7 Depois de cinco anos de intensa pesquisa, a startup Syshaus chegou a um sistema construtivo para imóveis de alto padrão – este exemplar faz parte da linha desenvolvida e assinada pelo arquiteto Arthur Casas. A proposta é que a casa, chamada de ecossistêmica, seja comprada como um produto passível de customização e chegue ao seu destino até 95% pronta para a montagem (60% mais rápida que numa obra convencional), sem gerar resíduos nem consumir água. O modelo é pré-fabricado com estrutura de aço reciclável e entregue com mecanismos de captação e reúso de chuva, além de painéis fotovoltaicos e biodigestor para transformar lixo orgânico em gás. O telhado verde é opcional, mas contribui para o conforto térmico e acústico. Nesta versão de 200 m² em exposição na mostra, “a maioria dos móveis e acessórios é freestanding, fácil de acoplar,e feita no Brasil, visando uma construção rápida e sustentável”, afirma Arthur Casas. Opções variadas: Peças modulares compõem opavilhão, finalizado com chapas de alumínio na cor grafite nas paredes externas e painéis de MDF (Duratex) no interior, além de cimentício branco (Solarium) no piso. O fabricante oferece outros acabamentos. (Divulgação/Divulgação)