Reforma integra apartamento de 35 m² no Copan
A atualização trouxe ares contemporâneos à quitinite do prédio projetado por Oscar Niemeyer
Foi pura coincidência, mas o acaso parece ter trabalhado a favor deste projeto. “Durante a faculdade, eu fiz um estudo profundo sobre o Copan”, conta o arquiteto Alexandre Gervásio, formado em 2012 pela Escola da Cidade, em São Paulo.
Foi assim que o jovem profissional soube que dois dos seis blocos do edifício não seguem o desenho de Oscar Niemeyer. “Eles são formados por apartamentos grandes divididos em unidades menores para facilitar a venda.”
E esta quitinete de 35 metros quadrados, comprada por um diretor de fotografia e uma figurinista, tem uma dessas plantas adaptadas. Mas o casal desconhecia toda essa história quando contatou o Grupo Garoa, coletivo de arquitetura do qual Alexandre é um dos quatro sócios.
“Eles estavam procurando ideias de bancada de concreto na internet e acabaram vendo um apê reformado por nós”, lembra o arquiteto. “Gostaram do estilo, acharam que tinha a ver com o deles e quiseram conversar.”
O fato de o grupo ter por hábito responder pela execução da obra também pesou a favor. Os clientes, moradores de um apartamento espaçoso, apostaram na quitinete como investimento, um imóvel a ser alugado a turistas. Com planos de viver nos Estados Unidos por um tempo, eles também previram se hospedar no famoso cartão-postal paulistano em suas rápidas vindas ao Brasil com os três filhos pequenos.
Daí a necessidade de criar um ambiente onde tudo fosse integrado e com design contemporâneo, como gostam. As mudanças já tinham sinal verde do casal quando o quarteto surgiu com outras ideias. “A gente acha importante mostrar todo o potencial de um espaço. E, neste caso, ainda dava para aprimorar. Por isso a nova versão, que acabou sendo a final”, diz Alexandre.
Se antes as paredes vestiriam-se de pínus, no layout definitivo esse material deu forma a um grande painel que ampara a TV e camufla as portas de pequenos armários.
Caixilhos de vidro com apenas duas partes móveis fechavam a área ocupada por quarto e sala, situação melhorada com a substituição desse conjunto por portas envidraçadas que correm para os dois lados e se estendem até o fim da cozinha – as antigas paredes ali foram ao chão.
De uma só vez, o interior conquistou luminosidade, ventilação e amplitude. “Como a fachada leva cobogós, quem olha de fora não percebe essas modificações. As intervenções não agridem o edifício.”