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Ventos fortes e frios não têm vez em apartamento de Santa Catarina

Com soluções que amenizam os ventos frios vindos do Sul, este projeto da arquiteta Fernanda Vargas dá várias dicas para quem quer construir em Santa Catarina

Por Alex Alcantara
Atualizado em 16 fev 2024, 15h11 - Publicado em 9 abr 2014, 20h44
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A arquiteta Fernanda Vargas, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, além de criar um projeto que prioriza o aproveitamento do espaço e os pedidos do cliente, teve que administrar a obra em um curto prazo de tempo e achar soluções para toda empreitada nesse apartamento em Florianópolis. “O casal vendeu o antigo lar antes de ter um novo para morar. Em um mês e meio, eles se mudaram para o novo apartamento. O projeto e obra pesada, como a demolição de paredes, alteração de pontos elétricos e hidráulicos, gesso etc. foram feitos ao mesmo tempo”.  O fator local também interferiu na reforma desse apartamento. “Um elemento muito importante é o vento. Aqui venta bastante. O vento predominante é o Nordeste (quente), mas quando o Sul (frio) sopra, é muito forte. Então, os projetos têm que ser pensados de forma a permitir a ventilação cruzada dos ambientes, para amenizar os efeitos do vento sul”.  O pedido principal da cliente foi que a cozinha fosse o último cômodo a ser visto por quem entrasse em seu apartamento. Moldando todas essas vertentes, Fernanda Vargas, a nossa barriga verde do projeto Arquitetos do Brasil, apresenta-nos um projeto que mescla os fatores locais de Santa Catarina e soluções ágeis e eficientes, prezando e se pautando sempre nos desejos do cliente.

1. Quais são suas inspirações? Em quem você se baseia para realizar os seus projetos?

 

Cada projeto é único, então as inspirações são diferentes para cada um deles. Mas geralmente, quem vai usar o espaço é a inspiração. As pessoas, a família, o estilo de vida, o objetivo que cada um quer alcançar com aquele ambiente. O lugar onde o projeto será executado também influencia na criação. Pode ser uma praia, um centro comercial/executivo, a vegetação…

2. Qual é o fator local (referente à sua região) que interfere, ou seja, icônico na arquitetura/cultura da sua localidade?

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Um fator que interfere bastante é o vento. Aqui venta bastante. O vento predominante é o Nordeste (quente); mas quando o do Sul (frio) sopra, é muito forte. Então, os projetos têm que ser pensados de forma a permitir a ventilação cruzada dos ambientes, para amenizar os efeitos do vento sul. Esteticamente, por ser uma ilha de colonização açoriana, temos muitas construções com características portuguesas (casas, museus, igrejas); mas os novos projetos são bem ecléticos, com linhas retas, curvas, panos de vidro, pilotis, concreto, madeira. Devido à preocupação com a segurança e com a correria do dia-a-dia, os edifícios residenciais oferecem áreas de lazer cada vez mais completas, com quadras de esporte, piscinas, sala de jogos, academias, salões de festas e alguns já contam com escritório de uso comum.

3. O que não pode faltar na casa de um Barriga Verde?

 

Salas, cozinhas confortáveis e sacadas para receber os amigos na hora de cozinhar, papear e ver um bom filme.

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4. Como você costuma se atualizar? Através de revistas, cursos, viagens? E quais são?

 

As mídias impressas e digitais são ótimas fontes de atualização. Sempre leio e pesquiso bastante. Aproveito as viagens para visitar museus, parques, ícones da arquitetura, restaurantes, igrejas. Um passeio a pé pelas cidades é sempre uma surpresa agradável para mim. Gosto de olhar as pessoas, as casas, os pontos turísticos. Filmes e seriados também acrescentam referências de arquitetura, design, moda. Revistas: Arquitetura & Construção, Casa Claudia, Minha Casa..E também sites como o Arch Daily, casa.com.br, Arco Web.

5. O que compensa (ou não) trazer de outras regiões do Brasil ou do mundo em questão de materiais?

 

Mesmo com o dólar em alta, vale importar alguns itens, como papéis de parede e luminárias.

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6. O que frustra e te estimula na sua profissão?

 

O que frustra é que apenas uma parcela pequena de pessoas tem acesso aos serviços de arquitetos e podem ter seus ambientes pensados e projetados de acordo com suas necessidades e vontades. Em compensação, é muito estimulante apresentar um projeto e ver a felicidade dos clientes quando seus sonhos passam a ter forma. Ouvir deles que sua obra ficou exatamente igual ou melhor do que sonharam é maravilhoso.

7. O que todo mundo pensa quando você diz que é arquiteto, mas, que, na prática, não é verdade?

 

É uma profissão fantástica. Sempre escuto das pessoas que deve ser muito bom ser arquiteta, poder imaginar, criar e construir algo que muitas pessoas nem imaginam que seria possível. Outras pensam que é um trabalho fácil e que faço um desenho (projeto) rapidinho e pedem para dar ideias.

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8. Qual foi o último livro que você leu?

 

A menina que roubava livros, de Marcos Zusak.

9. Você é a favor da reserva técnica?

 

Considero a reserva técnica uma parceria bacana entre fornecedores e arquitetos, desde que haja bom senso e respeito pelos clientes.

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Perguntas e Respostas

1.         Niemeyer ou Lúcio Costa? Lúcio Costa.

2.         Pudim de leite ou mousse de chocolate? Os dois.

3.         E o Vento Levou ou Dançando na Chuva? Dançando na Chuva.

4.         Chico Buarque ou Elis Regina? Chico Buarque.

5.         Sushi ou Pizza? Sushi.

6.         Atari ou Playstation? Playstation.

7.         Clarice Lispector ou Caio F. Abreu? Clarice Lispector.

8.         Gato ou Cachorro? Cachorro.

9.         Android ou iOS? Android.

10.      Paris ou Milão? Paris.

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Fernanda de Vargas Barbosa Braz é catarinense e se formou em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2011. Fez estágios em escritórios de arquitetura, interiores e paisagismo. Em 2012, passou a trabalhar no próprio escritório, chamado Frente & Verso Arquitetura. Especialista em arquitetura de interiores. Conheça mais sobre o seu trabalho:

 

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