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Sobrado com estrutura de aço e linhas atemporais

Assinado pelo arquiteto Samuel Kruchin, a casa tem vista privilegiada e fica num dos bairros mais arborizados de São Paulo

Por Reportagem Denise Gustavsen (texto) e Deborah Apsan (visual) | Fotos Eduardo Pozella | Design Júlia Blumenschein
Atualizado em 16 fev 2024, 12h08 - Publicado em 5 dez 2012, 18h56

Matéria publicada em Arquitetura & Construção #308 – Dezembro de 2013

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Quem resistiria a uma travessa fechada, quase privada, num dos pontos mais nobres de São Paulo? Já seduzido pela localização, Samuel Kruchin sucumbiu a um apelo fatal – oendereço era conhecido como rua dos arquitetos. “Não tive opção”, diz rindo. O terreno, uma pirambeira implacável, assustou apenas o corretor, descrente da possibilidade de construir-se algo ali. Já tomado pela ideia da conquista do morro, Samuel descreveu-lhe o espírito do projeto, generoso em sua busca pelo horizonte onde pesponta a torre do relógio da Universidade de São Paulo. Essa linha simbólica e invisível, que interliga cidade e conhecimento, norteou os dois planos verticais da construção e, em seguida, os quatro horizontais. “A fachada da casa projeta-se livre em direção à cidade”, refete. Para domar a topografa hostil, dar forma ao desenho e velocidade à obra, o arquiteto se valeu do desejo de experimentar novas linguagens e materiais. Criou uma estrutura de aço aparente montada e parafusada em pilares de concreto moldado, que emergem do chão como se fossem a face aparente das fundações. Referência histórica brasileira, o muxarabiê colonial resguarda a privacidade da família.

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