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Sentimentos contidos podem agravar doenças e dores do corpo

Nossos medos, dificuldades e ansiedades podem deixar marcas na pele, no coração, em diferentes partes do organismo

Por Giuliano Agmont e Ana Holanda
Atualizado em 21 dez 2016, 00h21 - Publicado em 20 abr 2012, 16h20
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A fisioterapeuta paulistana Simone Marques Coltri, 35 anos, é uma dessas mulheres que não levam desaforo para casa. Sem perceber, encontrou uma maneira diferente de tentar disfarçar esse temperamento: escondia-se atrás dos ombros, projetando-os para a frente juntamente com os braços, uma postura típica de alguém acanhado.

As coisas começaram a mudar quando ela conheceu a ginástica holística, um tipo de terapia corporal. “Só percebi o quanto enrolava meus ombros depois de começar a fazer trabalhos corporais específicos”, conta.

Nossos medos, dificuldades e ansiedades podem deixar marcas na pele, no coração, em diferentes partes do organismo. Veja algumas associações que o psicólogo Waldemar Magaldi Filho estabelece:

 

· Problemas de pele e pulmão: dificuldade de relacionamento

· Problemas de fígado e intestino: raiva contida

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· Problemas no rim: dificuldade de adaptação a novos espaços

· Problemas no coração e vasos sanguíneos: dificuldade para lidar com a pressão

· Problemas em músculos, ossos e cartilagens: angústia diante dos altos e baixos do cotidiano

· Problemas na tireóide: excesso ou falta de vontade de realizar qualquer atividade

 

Cada doença, uma sentença:

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· Hipertrofia (obesidade e câncer): enfrentamento de adversidades

· Disfunções (problemas gastrintestinais e epilepsia): fuga de situações ameaçadoras

· Inflamações (doenças autoimunes e ação de bactérias e vírus): resignação diante da necessidade de se submeter a algo

· Escleroses (reumatismo e cálculo nos rins): paralisia ante uma imposição da vida

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Gestos

 

Às vezes, dizemos algo, mas os braços, e os movimentos de sobrancelha ou pés vão no caminho oposto. O médico austríaco Wilhelm Reich seguiu essa linha. Reich notou que o organismo registra a história de cada um e expressa traços de caráter e personalidade por gestos, posturas, silhuetas, tons de voz e até no jeito de vestir.

 

Por exemplo: a mandíbula tensa pode demonstrar problemas com raiva contida, o pescoço excessivamente rígido, medo do descontrole, o diafragma contraído, ansiedade, e olhos arregalados e vigilantes, medo do contato com o outro.

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Na análise reichiana, esses gestos servem como um caminho que ajuda o terapeuta a perceber traumas e emoções de infância que foram esquecidos. “E o sistema neurovegetativo, responsável pelo controle das funções involuntárias do organismo, tem um papel decisivo no tratamento desses conflitos”, revela o psicólogo José Henrique Volpi, do Centro Reichiano de Psicologia Corporal. É mais uma vez nosso corpo traduzindo um pouco de quem somos.

 

Partes específicas do corpo são capazes de representar o organismo por inteiro. É assim com a acupuntura, a reflexologia e a iridologia. Na acupuntura e também na reflexologia, se diz que o corpo vai bem quando o fluxo de energia interna (os meridianos) não encontra obstáculos. Dependendo da região onde a energia se acumula, a pessoa pode sofrer algum tipo de dano – e esse acúmulo tem a ver com a maneira como encaramos o dia-a-dia.

 

“A energia do rim e da bexiga, que fazem parte do elemento água, tem relação com o sentimento de medo e vai afetar a coluna. Já o coração, referente ao elemento fogo, suscita a ansiedade e pode enrijecer o pescoço e os ombros”, diz o médico e professor Jou Eel Jia, presidente da Associação de Medicina Tradicional Chinesa do Brasil. “Os meridianos que passam, por exemplo, pelas orelhas e pelos pés têm correspondência com o corpo inteiro. Assim, é possível tratar do estômago aplicando agulhas na orelha de uma pessoa”, explica.

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Já a iridologia é uma técnica que diagnostica as condições gerais de saúde e a presença de doenças com base na análise da íris. A eficácia do método não tem comprovação científica, mas existem inúmeros adeptos. A iridologia tem como referência gráficos que relacionam mais de 80 zonas da íris às demais porções do corpo.

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