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Reforma respeita o passado da casa de vila

Para se resguardar da agitação local, a coreógrafa baiana investiu nesta casa de vila erguida em 1946

Por Por Araci Queiroz e Danilo Costa Fotos: André Nazareth Ilustrações: Campoy Estúdio
Atualizado em 20 dez 2016, 23h49 - Publicado em 18 set 2009, 14h40

Tesouro carioca: tradicionalmente formado por casarões familiares, Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, virou reduto de áreas comerciais, clínicas e colégios. De fácil acesso ao centro da cidade, o bairro atraiu uma coreógrafa baiana que, para se resguardar da agitação local, investiu nesta casa de vila erguida em 1946.

A reforma manteve a fachada, preservada pelo município, e conquistou ambientes fluidos e modernos. A construção de um segundo pavimento rendeu lugar para um estúdio de dança. O jeito de loft – com linhas retas, volumes definidos, ambientes integrados e acabamentos neutros – resume bem a proposta contemporânea da arquiteta Andréa Chicharo. Mas alguns detalhes originais da construção, como portas e janelas com molduras na fachada, tijolos e pedras deixados aparentes, mostram os cuidados em ressaltar a memória da construção. Tudo o que tem história foi valorizado, das sobras de madeira que se transformaram no painel da TV e nos bancos aos móveis antigos comprados prontos, caso do armarinho indiano ao lado do banheiro. Olhando da rua, fica difícil imaginar que esta casa de vila esconde cômodos tão espaçosos – resultado de um projeto simples e racional. A arquiteta se concentrou na fluidez dos ambientes para facilitar a circulação e trazer amplitude, reforçada pelo piso de cimento queimado. Esta casa está cheia de boas ideias, como a claraboia na entrada e os tijolos aparentes.