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Prêmio Deca: as transformações do banheiro brasileiro em duas décadas

Durante 20 edições, a Deca premiou projetos no Prêmio Deca Um Sonho de Banheiro. Os trabalhos ajudam a contar como esse ambiente mudou no período

Por Marcel Antonio
Atualizado em 14 dez 2016, 12h40 - Publicado em 18 nov 2015, 21h08

Na noite de ontem, 17 de novembro, foi realizada a 20ª edição do Prêmio Deca Um Sonho de Banheiro. Os grandes vencedores da categoria nacional foram os arquitetos Patricia Anastassiadis (categoria Comercial), David Bastos (categoria Mostra), Otto Felix (categoria Residencial) e Fernando Piva (categoria Construtora), com projeto para a Construtora Stan.

Consagrando profissionais de todo o país, os trabalhos eleitos nesses 20 anos ajudam a contar a própria história das transformações pelas quais esse ambiente passou no período. “Na década de 1990, o banheiro ainda era um espaço mais tímido dentro da casa. Hoje é um espaço mais valorizado e com um protagonismo em projetos arquitetônicos”, afirma a arquiteta e organizadora de eventos da Deca, Fátima Barnabé.

Assinado pelas arquitetas Cândida Tabet e Simone Mantovani, o primeiro banheiro residencial premiado, de 1996, apresentava uma série de tendências que se confirmariam nos anos seguintes. “Fizemos um projeto com inovações para a época, como a utilização de um deque em todo o espaço e de uma bancada com cuba não embutida. Era um ambiente que priorizava a intimidade e a privacidade dos moradores, daí a opção por uma pia e um box duplo, outra novidade para a época. Provavelmente vencemos porque apresentamos soluções pouco comuns para o momento, mas que se cristalizariam na casa do futuro e ainda são vistas até hoje”, afirma a arquiteta Cândida Tabet.

Cândida Tabet e Simone Mantovani_1996

Ao longo dessas duas décadas, outra evolução observada nos banheiros premiados foi uma setorização do espaço. “Nas primeiras edições, a maioria dos trabalhos inscritos era de banheiros nos quais as áreas seca e molhada eram conjugadas. Hoje, existe uma clara demarcação desses dois setores”, completa Fátima, explicando que isso se reflete nos materiais eleitos para compor a decoração, uma vez que, cada uma dessas áreas recebe um acabamento diferente, por exemplo.

É o que se observa no projeto consagrado na noite de ontem, um banheiro de uma casa de campo, assinado pelo Estúdio Otto Felix, de Campinas. Com 19m², o ambiente tem essas duas áreas construídas setorizadas. “Me preocupei muito com a escolha dos materiais, que são todos naturais, e com sua aplicação no ambiente. Busquei compor um banheiro em que há a identidade do morador, conceito presente na decoração com obras de artes e até com uma cadeira solta, elementos que imprimem poesia ao ambiente”, descreve Otto Felix, arquiteto vencedor, para quem um bom banheiro é aquele em que a pessoa tem vontade de estar, um espaço que lhe dá prazer.

Foto 02

Fátima Barnabé conta que uma característica decisiva para o júri foi a visibilidade presenciada ali. “Quando começamos a realizar o Prêmio Deca Um Sonho de Banheiro, recebíamos muitos banheiros fechados. Depois de 20 anos, reconhecemos a qualidade de um projeto amplo e com muita visibilidade, em que há uma abertura para a área externa e quase que uma integração com a paisagem campestre que o circunda”, finaliza a arquiteta, revelando que, mais uma vez, o ambiente vencedor apresenta tendências que, daqui a 20 anos, poderão estar presentes na casa de cada brasileiro.

Confira todos os vencedores da Categoria Banheiro Residencial/Nacional do Prêmio Deca Um Sonho de Banheiro nessas duas décadas.

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