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Porcelanatos: 33 opções a partir de R$ 29 o m²

Considerado um revestimento nobre, ele é resistente, bonito e fácil de manter

Por Texto Lara Muniz E Monica Keiko (colaboração) Reportagem Visual Mario Mantovanni Fotos Marcos Lima e divulgação
Atualizado em 19 dez 2022, 21h19 - Publicado em 3 fev 2011, 18h47

Cozinha, banheiro, sala de estar, quarto, quintal, jardim. É difícil encontrar um ambiente em que esse acabamento não seja bem-vindo. Podemos dizer que o porcelanato é uma tentativa da cerâmica de se aproximar da pedra natural, define Antônio Carlos Kieling, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento, a Anfacer. Se há cinco anos o produto, tido como um dos mais versáteis da construção, ainda era muito caro, o cenário atual é bastante diferente. A fabricação nacional já cresceu a ponto de baratear o material, explica. Quem ganha são nossos pisos e paredes. Procuramos ter uma vida cada vez mais prática, e o porcelanato se enquadra nessa exigência por ser durável e ter manutenção simples, observa a arquiteta paulista Clélia Regina Ângelo. O produto é tão bem recebido que a diversidade de modelos se multiplica a olhos vistos: há padrões que imitam até os veios da madeira e a aparência do cimento queimado. Mas será que esse revestimento é o mais adequado ao seu projeto? Nesta e nas próximas páginas, você encontra as principais informações sobre o assunto e tem à disposição uma cartela de opções de diferentes estilos.

* Preços pesquisados entre 7 e 12 de janeiro de 2011, sujeitos a alteração

Qual a diferença entre porcelanato e cerâmica?

O porcelanato é produzido com argila e materiais considerados nobres, como o feldspato, e é queimado a temperaturas superiores a 1 200 ºC. Já a cerâmica leva apenas argila e sua queima não passa dos 1 150 ºC. Além disso, o primeiro é prensado com maior carga e composto somente de grãos finíssimos, o que o torna quase impermeável. O índice máximo permitido para absorção de água é 0,5%. Se o produto tiver índice maior, vai para a categoria das cerâmicas, que são porosas, explica Aloísio dos Santos, responsável pela assistência técnica da Via Rosa. Na prática, essas diferenças tornam o porcelanato mais resistente e durável.

Que tipos de porcelanato existem?

Há dois principais: técnico e esmaltado. O primeiro é feito de uma placa única prensada, que ganha pigmentação com corantes misturados na própria massa. Tem absorção de água menor ou igual a 0,1%, ou seja, resiste mais a riscose quebras. O segundo, com porosidade superior (índice de 0,5%), tem a face revestida de esmalte, o que define a aparência das placas. Como essa cobertura não está incorporada à placa, os porcelanatos esmaltados costumam ser mais sensíveis a riscos e trincas.

O que é PEI?

O PEI (Porcelain Enamel Institute) é uma unidade de medida que vai de 0 a 5 e revela a resistência ao desgaste somente das peças esmaltadas. A partir do PEI 2, o produto já pode ser aplicado no piso de ambientes residenciais de pouca circulação, como os banheiros. Em salas e cozinhas, fique com modelos de PEI 4. O fabricante deve fornecer esse dado.

O que significa dizer que um porcelanato é natural, acetinado ou polido?

Essas nomenclaturas indicam o tipo de acabamento e, consequentemente, o visual das peças. Entre os porcelanatos técnicos, há a versão natural, que não recebe nenhum tratamento especial ao siar do forno, por isso tem aspecto mais rústico: a acetinada, que passa por uma escovação até se tornar semifosca, com textura quase aveludada; e a polida, que tem todas as asperezas retiradas até ficar ultrabrilhante. As peças esmaltadas também podem apresentar aspecto natural, acetinado, com brilho e até totalmente fosco (chamado de mate por alguns fabricantes)  isso só depende do esmalte utilizado na cobertura. Nenhuma versão é melhor ou pior do que a outra: fique à vontade para escolher de acordo com a aparência que desejar.

Que padronagens estão na moda?

A variedade de cores, texturas e estampas nunca foi tão grande. Padrões que reproduzem com perfeição a aparência de outros materiais, como madeira, cimento queimado e mármore, estão em alta. No caso da madeira, é possível ver até os veios presentes na textura natural, comenta a arquiteta Clélia Regina Ângelo. Opções decoradas, com estampas florais, geométricas e em estilo retrô, também são tendência. E ainda há espaço para as tradicionais placas brancas, pretas e beges, que já se tornaram clássicos. A indústria brasileira tem investido em lançamentos. São tantos os tipos que uma solução interessante é misturar as peças, sugere a arquiteta. Uma boa dica para acertar na combinação é eleger modelos do mesmo fabricante e com características técnicas semelhantes, pois cada revestimento costuma pedir nivelamento e rejuntamento específicos. Muitas empresas já oferecem placas lisas e estampadas da mesma linha, o que facilita a criação de composições bem-sucedidas.

Por que as peças estão cada vez maiores?

As placas cresceram porque é melhor vestir o ambiente com poucos recortes. Isso diminui a quantidade de rejunte e agiliza a manutenção, diz Marilene D’Altoé, gerente de desenvolvimento de produtos da Portinari. Mas a tendência dos formatos gigantes pode não ser muito prática para banheiros, que exigem o caimento do piso em direção ao ralo, exemplifica Clélia. Isso, porém, não inviabiliza a escolha. Como é muito dura, a peça deve ser cortada em uma marmoraria para encaixar o ralo, caso o instalador não conte com equipamentos especiais, indica Marilene.

Em que locais posso usar o porcelanato?

As indicações variam de acordo com cada produto, mas, de modo geral, porcelanatos são adequados a praticamente todos os espaços. Para o uso em áreas que costumam ser molhadas, é preciso verificar o coeficiente de atrito, que indica a resistência à derrapagem quanto maior esse índice, menor o risco de escorregões. Em ambientes com rampa e expostos à chuva, é recomendado um coeficiente superior a 0,8. Em banheiros, cozinhas e lavanderias, ele precisa ser igual ou maior que 0,4. A informação vem descrita na embalagem.

É possível aplicar qualquer modelo em pisos e paredes?

A maior parte das placas pode revestir tanto pisos quanto paredes, mas há modelos destinados exclusivamente a um ou a outro uso. Por isso, fique atento às orientações do fabricante.

Se optar por ter porcelanato no piso e na parede, como faço o acabamento entre as superfícies?

A indústria também já pensou nisso. Tanto que criou as chamadas peças especiais, que podem ser empregadas como rodapés. Alguns modelos são ajustáveis, ou seja, podem ser adaptados à altura do revestimento escolhido sem dificuldades. Outras opções reservam espaço na parte de trás para a passagem da fiação elétrica. Listelos (faixas decorativas) e mosaicos também integram a cartela de produtos usados especialmente como entremeios (desenhos aplicados a meia altura das paredes) e rodatetos (que emolduram o topo).

Como se instala esse revestimento?

A embalagem indica as argamassas e os rejuntes preferenciais para o assentamento do produto. Como o porcelanato tem baixíssima porosidade, a argamassa deve ter um alto grau de aderência química, explica Gilberto Ceretti, gerente do serviço de atendimento ao consumidor da Gyotoku. Quanto ao rejunte, o epóxi dá mais trabalho na aplicação, mas compensa pela durabilidade e facilidade de limpeza, completa. É essencial contratar mão de obra especializada. Qual a diferença entre assentar as peças em linha reta e na diagonal? A paginação é uma escolha pessoal, mas a primeira opção sai mais em conta, além de ser um uso mais atual. Em uma mesma área, os gastos com material são maiores no assentamento diagonal porque existe desperdício nos cantos e a colocação em linha reta exige menos recortes.

E as placas retificadas? São vantajosas?

Elas passam por um processo que corta milimetricamente as bordas, deixando-as bem retas e garantindo que todas tenham exatamente a mesma medida. Assim, o rejunte pode ser feito com apenas 2 mm, ficando quase imperceptível, detalha Gilberto, da Gyotoku. O resultado prima pelo capricho, porém o custo… O metro quadrado de um modelo com retífica pode valer R$ 10 a mais do que a mesma versão sem esse acabamento.

Como limpar?

Verifique a classificação para a resistência a manchas um índice especificado pelo fabricante que vai de 5 a 1. Os revestimentos com indicação 5 e 4 são menos suscetíveis ao acúmulo de sujeira e, por isso, mais fáceis de limpar: basta passar um pano umedecido em um pouco de detergente neutro diluído em água. Na medida em que o índice diminui, são necessários produtos mais fortes, sugeridos pelo fabricante. Se você gosta de manter a casa impecável, há ainda outro ponto a ser levado em conta: placas muito claras e lisas sempre deixam a sujeira mais evidente.

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