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O peso da grife na hora de comprar um apartamento

Especialistas afirmam que grandes nomes da arquitetura são, sim, argumento para vender um imóvel em grandes metrópoles do Brasil – mas não o mais importante.

Por Da redação
Atualizado em 14 dez 2016, 12h29 - Publicado em 31 out 2014, 17h56

No último mês, começou a ser construído em São Paulo o Forma Itaim, um empreendimento assinado pelo conhecido espanhol Fermín Vázquez, que terá 123 apartamentos com metragens que variam de 45 a 140 m2. O prédio do Itaim Bibi integra um fenômeno que começou a se propagar pela cidade nos últimos anos: o de novos arranha-céus assinados por grifes. Pouco a pouco, construções de Daniel Libeskind, Isay Weinfeld, Gui Mattos, Jonas Birger e Patricia Anastassiadis surgiram na malha urbana e começaram a ser apresentados aos compradores. “Há cerca de quatro anos, aumentou a procura por empreendimentos assinados por grandes arquitetos, sobretudo em capitais do Sudeste e do Sul, como São Paulo, Curitiba e Porto Alegre”, afirma Rafael Rossi, diretor da Huma Desenvolvimento Imobiliário, incorporadora responsável pelo Forma. Mas qual a importância da grife na hora de vender um imóvel?

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Sim, o nome de um grande arquiteto é utilizado como argumento de venda em jornais, folderes e no próprio discurso do corretor. “Quem compra um imóvel de grife é quem gosta de arquitetura, quem valoriza a estética. Há também clientes que buscam status e, claro, quem vê um apartamento de grife como um investimento a longo prazo, ou seja, quem compra já sabendo que o metro quadrado irá se valorizar”, informa Rossi.

Grifes também são importantes para posicionar o empreendimento no mercado. Segundo Cyro Naufel, diretor de lançamentos da vice-presidência de Comercialização e Marketing do Secovi/SP, a assinatura de um grande profissional legitima o padrão do imóvel perante o consumidor. “Todo produto leva ao mercado uma mensagem. Quando um prédio é projetado por um grande nome da arquitetura, indica-se, no mínimo, uma preocupação com a qualidade do produto”, diz.

A gerente comercial da W Zarzur, Sônia Bevilacqua, afirma que esse foi um dos atrativos no momento de apresentar os apartamentos do Edifício Brasil, em São Paulo, ao público. Projetado pelos escritórios de Marcelo Rosembaum e com codireção de Guto Requena, o empreendimento buscava atrair um público com bom gosto, que valorizasse o bom design e se sentisse valorizado perante o nome de um escritório com renome.

Grife tem seu preço – mas, sozinha, não conquista

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A assinatura tem seu preço. No Forma Itaim, da grife espanhola, o m2 sai a partir de 20 mil reais; no Edifício Brasil, da dupla de brasileiros, a partir de 8.900. Aqui, a diferença não é apenas associada à nacionalidade de cada grife. Fatores como a localização também encarecem o Forma, que está no Itaim Bibi, perante o Brasil, situado no Centro. Ninguém compra um imóvel apenas com base no nome de quem o projetou. “A boa arquitetura é necessária em um apartamento de alto padrão, no entanto, não é um fator determinante. A localização, a metragem e o preço de venda são outros condicionantes para o sucesso de venda”, diz Rafael Rossi.

Cyro Naufel, do Secovi, acredita que o fortalecimento das grifes de arquitetura se relaciona com o próprio crescimento do mercado imobiliário: “a área de construção civil cresceu nos últimos anos. Quando a demanda em uma área cresce, é natural que a concorrência também aumente. As empresas tiveram que sofisticar seus produtos para se tornarem competitivas e continuarem conquistando os clientes. A assinatura de grandes arquitetos é mais uma arma para se manter vivo na luta pelo consumidor.”

 

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