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O grande guia do apartamento pequeno: metros disputados

Se há 20 anos o cenário era bem diferente do atual, a causa não está apenas na economia, mas também nas mudanças comportamentais

Por Por Luisa Cella
Atualizado em 20 dez 2016, 22h35 - Publicado em 13 jun 2013, 23h36
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Para compreender o que move o mercado imobiliário, é preciso analisar a economia nacional e a maneira como a sociedade contemporânea está se organizando. A alta dos imóveis no Brasil atingiu as maiores taxas do planeta nos últimos anos, colocando o país no topo do ranking mundial em 2010, com valorização de 25%, em segundo lugar em 2011 e em quinto no ano passado. Isso signifca que os preços subiram – praticamente duplicaram desde 2009 – disseminando a necessidade de abrir mão do espaço para conseguir comprar um apartamento nas metrópoles. Isso é resultado da maior demanda e da escassez de terrenos. Medidas adotadas pelo governo para facilitar a compra, como o programa Minha Casa Minha Vida, também trataram de aumentar a procura por unidades econômicas de baixas metragens. Com fnanciamentos chegando a 35 anos e juros de crédito imobiliário no nível mais baixo das duas últimas décadas, uma fatia da população que não conseguia comprar antes pode agora dar entrada na casa própria. “Existe, por outro lado, uma mudança no perfl do consumidor de apartamentos. Há pouco mais de dez anos, se tratava quase só de famílias com flhos. Hoje, a gama é diversa, em razão do crescimento urbano, da maior mobilidade e do foco no trabalho”, revela Carlos Valladão, presidente da Eugênio Marketing Imobiliário, empresa que presta consultoria às construtoras. Além das famílias tradicionais, existem casais sem flhos, estudantes e empresários fora de sua cidade ou de seu país de origem, amigos vivendo juntos e uma fração expressiva de solteiros. Segundo o portal internacional de pesquisa de tendências WGSN, um terço da sociedade estará morando sozinho em 2026. O cenário indica uma maneira de habitar mais compacta, que chega acompanhada de novos hábitos. Mas é preciso que o desenho das moradas siga os desejos dos consumidores e a vida atual. Entenda o momento a partir dos dados expostos a seguir.

Cada vez menores: os lançamentos de apartamentos em 2012 comprovam que a área está diminuindo

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Se somados, os apartamentos com até 109 m² entregues no país no ano passado representam 90% do total, e as unidades acima de 110 m², apenas 10%. Os números nas grandes metrópoles são ainda mais acentuados. Em São Paulo, por exemplo, a média na metragem dos apartamentos lançados em 2007 era de cerca de 100 m². O número caiu para 60 m² e, segundo a incorporadora Eztec, deve chegar a 45 m² nos próximos anos. Nesse período de cinco anos, as unidades com menos de 45 m² saltaram de 5% para 33% de representatividade no total. Já as de mais de 130 m², antes com 24%, hoje têm apenas 5%.

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Sobe e desce: as unidades com dois dormitórios seguem liderando. E as construtoras apontam a força de um novo nicho: apartamentos de luxo com um dormitório que funcionam como flats nos grandes centros.

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Progressão São Paulo: com 95% dos lançamentos com menos de 130 m², a metrópole é o exemplo mais eloquente.

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Unidades lançadas por região: No ano passado, os mercados imobiliários que mais cresceram foram Vitória (25%), Porto Alegre (18%) e Rio de Janeiro (15%). Apesar de mais expressivo, São Paulo caiu 7% em relação a 2011.

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