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Arquiteto Joan Villa aponta tendência da cerâmica

O arquiteto Joan Villà, de São Paulo, anuncia que algo está prestes a mudar. Junto da sócia, Silvia Chile, ele assina a reflexão a seguir.

Por Da redação
Atualizado em 19 jan 2017, 15h27 - Publicado em 20 dez 2011, 15h02

Presente na maior parte das culturas e hegemônica durante séculos, a construção com tijolos começou a ser substituída, a partir de meados do século 19, por materiais e técnicas que respondiam melhor às novas exigências – era o início dos edifícios com altura elevada ou grandes vãos, que precisavam resistir aos ventos e ao aumento dassobrecargas. Mas o cenário que parecia apontar para o ocaso da cerâmica mudou e conduziu ao momento atual, em que tecnologias e produtos colocam o material na ordem do dia. Uma primeira guinada começou nos anos 40, quando o arquiteto uruguaio Eladio Dieste (1917-2000) concebeu o que viria a ser conhecido como cerâmica armada: a colocação dos tijolos numa trama de barras de aço formando arcos, colunas e tetos. Uma solução desse gênero emprega fôrmas semelhantes às do concreto armado – e foi assim que o tijolo reproduziu o caminho dessa mistura plástica encontrada já na Roma antiga e reintroduzida durante o século 20, quando surgiu reforçada pela adição de barras de aço. No Brasil de 1992, a Construção com Pré-Fabricados Cerâmicos (CPC) foi aplicada nas 300 unidades residenciais da Moradia Estudantil da Universidade Estadual de Campinas(Unicamp). O sistema inédito une cerâmica armada a pré-fabricação, viabilizando painéis feitos com blocos para uso em parede, laje, escada e cobertura, que podem incorporar tubulação para a rede hidráulica e elétrica – e são montados antes da obra com o auxílio de gabaritos, o que facilita a execução.

Recentemente, expoentes da arquitetura globalizada experimentaram usar cerâmica num outro item atual, as fachadas ventiladas. Caso do italiano Renzo Piano e do japonês Toyo Ito, que trabalharam com a indústria no desenvolvimento dessas superfícies de alto desempenho.

Inovação promissora

O arquiteto espanhol Vicente Sarrablo elaborou com a Universidade Internacional da Catalunha uma solução chamada Flexbrick (detalhes emwww.flexbrick.es), que emprega tijolos na composição de “peles” próprias para pavimentação, paredes, coberturas, abóbodas, etc. De um lado, faz-se assim um resgate dacondição versátil do material, relembrando que ele se presta à realização de um todo homogêneo na construção. Do outro, recoloca a cerâmica no rol dos materiais que, nada arcaicos, agregam tecnologia e apontam para o futuro.

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