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Maarten Bass: cadeiras do designer holandês serão lançadas no Brasil

Maarten Bass terá duas peças produzidas no Brasil pela A Lot Of Brasil. Lançamento está previsto para abril de 2015, durante o Salão do Móvel de Milão

Por Por Márcia Carini
Atualizado em 16 fev 2024, 15h34 - Publicado em 29 set 2014, 17h55

“Imperdível em Milão, este ano, é a exposição de Maarten Bass – Bass in Town“. Tenho o registro em vídeo da cool hunter Li Edelkoort exaltando, com essa recomendação, as qualidades de Maarten Bass. Ela falava sobre os designers que traziam algo novo para a Semana do Design de Milão 2014. E Maarten Bass é dessas pessoas que trazem tudo de novo. Necessidades da indústria ou do mercado são preocupações que passam bem longe desse loirinho tranquilo. Talvez por isso, Pedro Paulo Franco tenha exercitado toda a sua persistência até convencê-lo de que, sim, valia a pena ter suas peças produzidas no país sulamericano. E da persistência de Pedro Paulo Franco saem duas cadeiras que serão lançadas em abril de 2015. As duas foram apresentadas como projetos pela primeira vez durante a Semana do Design de Milão – justamente no Bass in Town, a que se referiu Li Edelkoort. 

Por que vale a pena conhecer o Marteen Bass?

Primeiro porque ele é um cara bacana. Mas se isso não te comove, então, vamos ao que ele cria. Bass ficou famoso por sua coleção Smoke. Sua ideia, no trabalho de conclusão de curso, foi a seguinte: botar fogo em peças icônicas, torrar bem a estrutura – até ebanizar – e reconstruir a peça. O desgaste provocado pelo fogo não descaracteriza a peça, mas lhe traz…como dizer?…uma nova verdade. Foi sucesso. Tão sucesso que, mesmo se tratando de algo praticamente artesanal, virou peça de linha da Moooi, sob a curadoria de Marcel Wanders. Até a Favela, dos Irmãos Campana, pegou fogo com o maçarico de Maarten. Isso foi na década passada, mas Maarten Bass continua atrelado à Smoke até hoje. Não tem jornalista que não converse com ele sobre isso. Eu também. “Maarten, por que sua coleção se chama Smoke (fumaça) e não… brasa, carvão, fogo ou churrasco?”. Ufa, ele riu. E disse que poderia ter sido qualquer outro nome. Era Brand, originalmente. Mas foi o Wanders que sugeriu algo mais internacional. Fogo era muito marcial. Churrasco ou carvão, cômicos. Fumaça (Smoke) tinha a melhor atmosfera. 

Mas Maarten fez outras coisas bem interessantes. Muitas outras coisas. Uma delas é o projeto Real Time – em que pessoas controlam os ponteiros de relógios (ou o painel de um relógio digital) manualmente e em tempo real. O projeto gerou uma série de vídeos. O Grandfather Clock – relógio grande que parece ter uma pessoa dentro apagando e desenhando ponteiros – foi escolhida por Rossana Orlandi para a exposição no Museo Bagatti. E você pode ter o aplicativo Real Time no seu Iphone.

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Finalmente, para fecharmos esse texto voltando ao princípio de tudo, este ano Bass in Town quebrou mesmo paradigmas na cidade que respira design: Milão. Bass passou três semanas construindo um local circense com seus colaboradores. Era um espaço fechado, pertinho da Duomo, onde cores e música remetiam ao mambembe. Imagine anúncios nas pequenas cidade quando o Circo El Magico (inventei esse nome agora!) chega. “El Magico está na cidade! Rufem os tambores! Garantam seus ingressos!”. Durante a Semana do Design clowns apresentavam os produtos. Um grande letreiro luminoso trazia a palavra SHOW. Mas o S ficava piscando, como que defeituoso. Entre SHOW e HOW os visitantes se divertiam e…se chocavam. Milão é um circo em abril? Quem sabe… Uma coisa é certa: Maarten criou algo para acabar de vez com uma discussão que permeia quase todas as entrevistas que ele dá (menos a de hoje! que fique claro!). “Maarten, você é designer ou artista”. Ele diz: nem uma coisa nem outra. Sou do mundo do entretenimento. Com um quê de piromania.

marteen bass welcome chair

 

 

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