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Madeira de demolição aparece em projetos contemporâneos

No hall, no banheiro, na cozinha e na escada - a madeira de demolição, com sua textura e cor característica aponta em nova versão

Por Por Deborah Apsan (visual) e Giuliana Capello (texto) Fotos Eduardo Pozella
Atualizado em 19 jan 2017, 13h21 - Publicado em 7 mar 2014, 18h59

A rusticidade, o efeito acolhedor e a sugestão de um passado cheio de histórias emplacam a madeira de demolição em projetos contemporâneos. Vinda de casarões da região Sul, ela encontra segunda chance nos mais diversos ambientes.

NO HALL

O revestimento cria unidade visual ao cobrir a superfície de 3,90 m na chegada do apartamento

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A ideia era simples: camuflar as duas portas (a social, com 1,40 m de largura, e a do lavabo) que dividiam a parede de entrada deste imóvel, em São Paulo. Como solução, a arquiteta Claudia Pecego forrou tudo de peroba. As réguas de 15 cm vestem não só os painéis pivotantes como também suas laterais. Dentro do banheiro, o mesmo material – desta vez, instalado na horizontal – ressalta a faixa espelhada. “Além de trazer harmonia e uniformidade, conseguimos aquecer o clima moderno e limpo da decoração, oferecendo contraste em relação ao piso de limestone”, diz a arquiteta. Como tratamento, a madeira fornecida pela Aroeira recebeu cera de carnaúba. Natural e incolor, ela realça os veios da matéria-prima.

NA COZINHA

Réguas de tamanho irregular no chão e tom acinzentado reforçam o apelo rústico na cozinha

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Trazida do Sul do Brasil, a canela reveste todo o piso deste apartamento paulistano – inclusive a cozinha – de tábuas de larguras variadas. “Essa irregularidade atualiza o material”, diz a arquiteta Marta Sá Oliveira, que assina o projeto. Já na parede, a espécie surge em painéis com ripas de 10 cm. Eles foram aproveitados para embutir parte da elétrica do ambiente, além de abrigar as prateleiras, fixadas com ferragem invisível. A matéria-prima (R$ 320 o m² com instalação) passou por um tingimento de efeito acinzentado, serviço feito pelo fornecedor, o Studio N Mobili Design. Como proteção, aplicou-se verniz fosco à base de água (Bona). “Para limpar, basta um pano úmido”, garante Marta. Cuidado essencial: na área da pia, uma faixa de porcelanato evita o contato direto com a água. 

NO BANHEIRO

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Sem medo de ousar, projeto emprega tábuas brutas até ao redor da banheiro

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Neste banheiro, no interior de São Paulo, o jovem casal não teve receio – aceitou plenamente a proposta do arquiteto Naoki Otake e combinou cimento queimado a madeira de demolição como acabamentos.“Gosto muito dessa mistura, pois remete a uma atmosfera simples, mas calorosa”, afirma Naoki. A peroba antiga do piso, em vários tamanhos, veio da Vitrine (R$ 429 o m²). A instalação e a marcenaria são da Armário e Cia, que, com o mesmo produto, montou as pranchas em balanço, cuja sustentação de ferro vai embutida na parede. Resina incolor e sem brilho, à base de poliuretano (Milesi), garantiu o efeito natural e a proteção necessária contra a umidade. Toalhas da Trousseau e da Collectania. Sem medo de ousar, projeto emprega tábuas brutas até ao redor da banheira.

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NA ESCADA

Em sintonia, arquitetura e marcenaria formam degraus de concreto forrados de canela na escada

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Deu trabalho. Primeiro, veio o esqueleto de cimento, sustentado por tirantes verticais de aço presos na viga por uma barra rosqueável. “A madeira surge, então, como uma caixa para empacotar cada degrau”,explica o arquiteto Arthur Casas, autor do projeto de visual cinematográfico, pensado para a residência paulistana de um jovem casal com filhos. As réguas de canela da Parquet SP (a partir de R$ 490 o m² instalado) apresentam larguras entre 10 e 30 cm e têm juntas desencontradas. “Elas estão presentes em todo o piso do imóvel, o que dá continuidade ao conceito”, complementa Arthur. Para finalizar, aplicou-se verniz fosco (Loba Brasil), produto de fabricação alemã que aumenta a proteção.Em sintonia, arquitetura e marcenaria formam degraus de concreto forrados de canela na escada.

NO TETO

O tom palha do forro de perobaconfere clima acolhedor à casade estrutura metálica

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No chão, em itens do mobiliário, nas portas e em todo o forro (mezanino). “A madeira dá um ar quase relaxado ao ambiente, traz história. É diferente de um imóvel em que tudo parece novo”, comenta. Só no teto, foram quase 500 m² revestidos de tábuas de peroba de 10 cm de largura com encaixe macho e fêmea (a partir de R$ 320 o m²), fixadas em barrotes presos na estrutura de metal. “Para um resultado mais atual e menos pesado, as peças de demolição originais, bem escuras, foram clareadas com cloro”, explica Sérgio Fuzaro, proprietário da fornecedora Ouro Velho, que há anos garimpa essas relíquias no Sul do país. Por último, veio a cera de carnaúba incolor.

 

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