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Artesanato feito em projetos sociais é destaque de feira em SP

Mesas de pallets, porta-guardanapos, canecas e diversos outros enfeites produzidos em projetos sociais são apresentados durante a Expo Artesanal, feira de artesanato.

Por Jéssica Michellin
Atualizado em 20 jan 2017, 15h34 - Publicado em 3 jul 2015, 16h51

A feira, além de trazer novidades no artesanato, apresentou o ofício como uma poderosa ferramenta de inclusão social. Prova disso são as pinturas expostas pela Associação de Pintores com a Boca e os Pés (APBP). Fundada em 1956 por Erich Stegmann, na Alemanha, a instituição já chegou a mais de 70 países e hoje conta com cerca de 800 pintores, que utilizam a boca ou os pés para produzir suas obras. Os artistas recebem remuneração e, em alguns casos, até bolsas de estudos. O paulista Gonçalo Borges é um deles. Ele começou a pintar aos oito anos e, desde então, não parou mais. Hoje, com 63, Gonçalo é pós-graduado em artes plásticas, dá aula sobre o assunto e, de quebra, oferece palestras motivacionais em empresas. “As dificuldades aparecem, não tem jeito. O pior é o preconceito das pessoas. Mas com dedicação e disciplina é possível realizar todos os sonhos”, conta ele ao lembrar de suas viagens por diversos países em nome da instituição.

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Outro projeto que teve suas peças apresentadas no evento foi o Daspre, da Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel.  A entidade oferece cursos de artesanato para detentas do regime aberto e semi-aberto nas penitenciárias do interior do estado de São Paulo. Desde sua criação, em 2008, cerca de 300 mulheres foram capacitadas e hoje produzem itens, como travesseiros que viram urso de pelúcia, mesas de pallets, dentre outros. “Além da criação de objetos decorativos e funcionais, estamos trabalhando a reintegração dessas mulheres na sociedade”, explica Isabela de Moraes, uma das professoras do curso.

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Do outro lado do país, em Taquatinga, no Distrito Federal, o Projeto Conviver já existe há 10 anos. Ele surgiu como uma alternativa às mães que esperavam os filhos no Centro de Ensino Especial, uma escola específica para crianças com deficiência. “Em vez das mães esperarem ociosas pelos filhos, passamos a oferecer cursos de pintura, bordado, fuxico e crochê”, explica Denise Iara, uma das professoras do curso. Para ela, o grande próposito da capacitação é melhorar o processo de produção e e a peça final, possibilitando, ainda, que as mulheres tenham uma nova profissão. O projeto deu tão certo que hoje 49 mulheres frequentam as aulas e exportam seus produtos para o país inteiro.

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No mesmo estado, o lar dos velhinhos Bezerra de Menezes, em Sobradinho, adotou a mesma ideia. Os idosos produzem peças a partir de objetos descartados, como caixas de leite e CDs inutilizados. Todos esses produtos podem ser encontrados durante a Mega Artesanal, feira de artesanato que vai até este domingo (5) no Expo São Paulo, na capital paulista. 

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