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Estrutura envidraçada conecta o refúgio na praia à paisagem ao redor

Uma elegante estrutura de madeira proporciona o que esta casa no litoral paulista tem de melhor: em qualquer ambiente, a visão alcança a serra, o jardim ou a piscina

Por Por Daniela Hirsch (texto) e Deborah Apsan (visual) | Projeto Amz | Fotos Maíra Acayaba
Atualizado em 19 jan 2017, 14h05 - Publicado em 11 abr 2014, 20h04

Reunir filhos, netos e amigos num lugar simples, aconchegante e integrado ao verde. Com esta prescrição dos proprietários, um casal de médicos que vive em São Paulo, o escritório AMZ examinou o terreno, encravado num condomínio no litoral norte. Depois de fazerem o diagnóstico, consumiram dois meses de trabalho até chegarem ao desenho final (no térreo, salas e cozinha são totalmente ligadas e há uma suíte de hóspedes. Em cima, estão mais quatro suítes compactas e uma sala de leitura). “Gastamos bastante energia para escolher a melhor posição da morada no lote. Como a ideia era avistar a serra e todo o entorno de qualquer parte da residência, tivemos de pensar bem na ventilação cruzada e na insolação. Um único deslize transformaria o interior numa estufa”, diz o arquiteto Pablo Alvarenga, um dos autores da proposta. Entre a aprovação na prefeitura, o detalhamento de projetos complementares e a definição de orçamentos, passaram-se mais quatro meses. Só então a obra pôde, de fato, começar. A madeira predomina. Toda feita deste material, a estrutura, apesar de complexa, recebeu elementos construtivos comuns e de fácil execução. Após os dois primeiros meses, destinados à fundação e à confecção da laje de piso do térreo, em apenas 30 dias, montou-se o esqueleto de vigas e pilares pré-fabricados. Durante o ano que se seguiu, a equipe realizou os fechamentos, assim como os acabamentos externos e internos. Para facilitar os trabalhos e reduzir as intervenções que as instalações poderiam causar no paliteiro de madeira, a tubulação hidráulica corre pelas lajes e pela parte de fora. Com o acompanhamento dos arquitetos, simplificaram-se alguns procedimentos da empreitada: na hora de fazer o contrapiso para instalar as réguas de cumaru na área íntima, por exemplo, adotou-se o próprio teto do térreo como forma. “O rigor das soluções dadas a cada detalhe mostra que é possível conciliar novas tecnologias e elementos tradicionais. O segredo está no incessante controle de qualidade”, comenta Pablo. Hoje, a gostosa casa de veraneio é ponto de encontro da família nos fins de semana. Para o casal, até um bate-volta justifica o cancelamento de alguns compromissos na capital a fim de relaxar em meio ao cenário exuberante. Um reduto especial, do qual os médicos desfrutam em boa companhia, pacientemente, ao som das ondas.

 

Soluções integradas

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A elaborada estrutura de madeira faz parceria tanto com alguns revestimentos simples quanto com tecnológicos em nome da busca por leveza, ventilação cruzada e claridade natural.

 

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Armação: graças ao detalhamento dos encaixes e à precisão da fabricação, ela subiu em um mês. Até o transporte foi mais fácil, pois as peças são 70% mais leves que o concreto, por exemplo.

Cobertura inclinada: este trecho acomoda placas solares, esconde o boiler e a caixa-d’água e permite a entrada de luz através do painel envidraçado.

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Telhado plano: em vez de adotar telhas (que exigem um suporte robusto para sua carga), o projeto especificou a esbelta manta de impermeabilização Alwitra, garantia de isolamento termoacústico.

Bloco de concreto: para o fechamento das paredes externas do piso superior, usou-se a versão celular autoclavada (Siporex), que pesa 20% do modelo comum.

– Teto transparente: as placas de vidro temperado refletivo (0,60 x 1,60 m) do pergolado proporcionam conforto térmico à área coberta. Produto da NatuVidros.

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– Fundação básica: baldrames (vigas de concreto armado) com brocas diretas compõem a base da casa. Ela só pôde ser simples assim devido à leveza da estrutura e dos fechamentos selecionados.

– Muito vidro: vitrôs fixos acima das paredes  do térreo e placas de vidro temperado em portas de correr favorecem a entrada de luz natural. Material fornecido pela vidraçaria NatuVidros.

– Bloco cerâmico: o assentamento empregou argamassa comum, e a superfície leva acabamento de tinta acrílica branca ou colorida (Coral).

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Abre e fecha: enxuto e bem compartimentado, o piso superior tem ambientes que se voltam para a mata ou para o jardim por meio de janelões. No térreo, a maior parte dos fechamentos é de vidro – internamente, há paredes apenas para separar a suíte de hóspedes da área de serviço.

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Área: 212 m²; Fundação e construção: Schumaher Construtora; Estrutura de madeira: Ita Construtora; Projetos elétrico e hidráulico: JPD Projetos de instalações; Marcenaria e caixilhos: Embraconss.

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